Meme de Situações: Dia 2

Mar 18, 2012 21:41




✖ Dia 2: Seu personagem...
● Está retornando de algum compromisso no fim da tarde;
● Tem o caminho cruzado por um gato preto;
● Perde a chave;
● Ao anoitecer, vê sombras disformes pelo quarto;
● Tem insônia.
Suspiro... Já estava anoitecendo e sequer havia notado quantas horas havia passado trancado, deitado no colo do psiquiatra, chorando. Chorava por acreditar que Shinya estava magoado consigo por conta do almoço que mal conseguira participar. Era uma desgraça. 
Não havia pedido para que ele lhe buscasse e já havia recebido algumas mensagens dele, nas quais ele parecia preocupado. Queria poder voltar ao tempo e sumir... sumir antes que Shinya lhe conhecesse, sumir antes que estragasse a vida da mãe, antes que o pai sumisse, antes de tudo. 
Sentou-se num dos parques por ali, apoiando os pés sobre o banco, olhando para o céu um pouco, até ouvir um miado baixinho. Abaixou os olhos devagar e pegou o pequeno gatinho preto nas mãos, olhando-o um pouco e acabou aninhando-o nos braços, sem dizer nada. Achava bom ter alguma coisa nos braços para substituir a girafinha que estava no quarto do apartamento que tinha medo de voltar. Tinha medo de ver a desaprovação nos olhos dele, não poderia, nunca, aguentar a desaprovação dele. 
Pegou no bolso o celular que sentia vibrar. Mordeu os lábios e viu a mensagem, a sétima daquela última hora, “Andrei, volte pra casa, por favor. Estou preocupado”. Suspirou e ficou olhando o celular, mandando uma pergunta temerosa “Não está bravo?”
Encolheu-se, apertando um pouco mais o gatinho que miava, reclamando do aperto, enquanto esperava pela resposta que demorava para chegar. Deixou de apertar o gato e apertou o celular na mão, sentindo o desespero, o medo, a angustia até o sentir vibrar e a resposta “Eu nunca fico bravo com você, Andrei. Eu entendo”. Mordeu o lábio e apertou mais o celular, resolvendo o guardar e se levantar, ainda com o gatinho preto e de olhos claros nas mãos. 
Voltou a caminhar, com passos lentos até chegar grande edifício. Acenou para o porteiro com a cabeça. Não falaria com ele, não falava com quase ninguém, mas ele era gentil consigo, então merecia um aceno, ao menos. Tomou o elevador e fez uma careta ao não achar mais as chaves nos bolsos. Mordeu os lábios e resolveu tocar a campainha, mostrando o gatinho à Shinya assim que ele abriu a porta. 
O menor arqueou as sobrancelhas e suspirou. “Deu um nome a ele?” arqueou as sobrancelhas novamente ao ver a negação “Depois vamos pensar num bom nome para esse gatinho”. Tomou o gatinho das mãos dele e colocou-o no chão do apartamento, deixando ele passear por ali “Depois vamos comprar coisas para ele também. Por hoje a gente se vira com o que tivermos”.
Puxou o maior para se sentar ali na sala e chegou a sorrir ao ver que ele parecia se sentir bem de ter o gatinho se esfregando por entre as pernas dele. Fora até a cozinha voltando com algo para o bichano comer e com uma xícara de chá que entregou a Andrei, sentando-se ao lado dele, sem dizer nada, o que precisava saber havia descoberto com a ligação do psiquiatra. 
“Shin...chan” Disse baixinho, tomando um gole do chá em seguida, notando o olhar interrogador de Shinya sobre si. “Ele vai chamar... Shinchan... porque é... bonito que nem... você.” Aninhou-se com o mais velho, terminando o chá, ainda olhando para o gato. 
Fora lavar a xícara e subira para um banho, sentia-se pesado, cansado e sujo. Suspirou ao sair do banho e colocar o pijama, indo se deitar junto de Shinya, tentando relaxar para dormir ali. 
Revirou-se na cama pela madrugada até decidir se focar apenas nas sombras que envolviam o quarto e nos poucos barulhos que podia ouvir. Via as sombras tomarem formas, via elas avançarem contra si e encolheu-se, escondendo o rosto perto do corpo do mais velho que abriu os olhos devagar e apertou ele consigo, voltando a dormir. Mesmo sem poder dormir pelo resto da noite se sentiu ao menos um pouco protegido das sombras que estavam prestes a lhe atacar.

Meme: Situações, personagem:andrei

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