Dec 09, 2004 17:45
Os últimos meses do ano são sempre os mais difíceis.
Ao chegar do frio e dos dias cada vez mais curtos, a minha vida parece estagnar numa rotina sem fim.
Nesta altura faltam-me as forças e questiono-me sem fim sobre a minha vida.
Os meus defeitos abrem-se para mim como feridas recusam sarar.
Acordo, sem saber se o ontem aconteceu.
Por vezes, tenho a impressão que não estive onde estive há uma hora atrás, que não fiz o que fiz há um mero momento atrás.
A cadência dos dias é marcada assim, por uma repetição absurda, como num labirinto complexo onde a saída não é possível.
Falha-me a força para mudar.
As minhas lamentações atormentam-me como feridas que recusam sarar.
Os sonhos, vívidos e alimentados por um passado que eu não reconheço, são mais reais que a vida real.
A realidade é uma cicatriz no meu passado que se escondeu de mim.
Em Janeiro tudo será diferente. Até chegarem os últimos meses do ano.
Os últimos meses do ano são sempre os mais difíceis.