Excerto do relato de Amaia Urizar, torturada pela Guardia Civil:
Então senti o metal entre as minhas pernas e um guarda civil sussurrou-me que não me mexesse. Eu chorava e comecei a gritar como uma louca, enquanto fazia forças para juntar as minhas pernas, mas não podia porque tinha os tornozelos atados aos pés da cadeira… Pôs-me a pistola entre as pernas e com a mão apalpou-me as cuecas; eu gritava-lhe que me deixasse em paz, mas ele começou-me a bater-me nos ouvidos com estalos e gritava-me que estivesse quieta ou que se ia escapar um tiro porque a pistola estava carregada. Ouvia as gargalhadas dos restantes dizendo coisas do estilo “vaca, puta, vais gostar..”. Introduziu-me o canhão da pistola na vagina enquanto me gritava ao ouvido uma e outra vez “que te digo quando te foder, gora ETA?” Não podia parar de chorar e já não tinha forças para gritar. Começou-me a introduzir e a tirar a pistola de forma mais violenta, o que me provocava dor, enquanto que o que me sussurrava “sim, tu gostas, puta”, “não vais ter um filho porque te vou dar dois tiros”…O seu odor metia-se dentro de mim, enojava-me, não sei se alguma vez me sairá este cheiro da cabeça…Estavam-se todos a rir (…) metia-me e tirava o canhão da pistola na vagina e sovava-me o peito de forma brusca, apertando-me o peito com as mãos. Notava dentro de mim o frio do metal, eles repetiam que a pistola estava carregada e que se disparassem a culpa seria minha…Não sei quanto tempo se prolongou a violação mas fiquei muda, estava como perdida; naquela habitação estavam a violar o meu corpo, mas por momentos consegui fugir dali em pensamentos, entre soluços, mas consegui fugir dali; dava-me conta da minha gente, estava com eles e elas, estava protegida… De repente sacou o canhão bruscamente de dentro de mim, enquanto lhes dizia (…) “temos de repetir, que ela gostou”… Voltei à realidade, encontrava-me dorida… De novo mostraram-me as fotografias, de uma em uma, e diziam-me a respeito de cada pessoa o que lhes tinha dito (de que local eram…) mais o que eles lhes queriam imputar; diziam-me que tinha de aprender tudo de memória para repetir quando tivesse de declarar… Repetiram-no muitas vezes e eu tinha que o repetir tudo uma e outra vez e se confundia começavam a bater-me e dar-me estaladas, e a ameaçar-me dizendo que me iam violar de novo”.
Lê o relato completo Assina a petição da ASEH para que os dois presos bascos em Portugal não sejam enviados para Espanha e sujeitos a tratamento deste calibre.
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