Nov 24, 2007 21:00
Descobri que no Word eu posso colocar tis e cedilhas à vontade sem o menor problema com os atalhos que vêm no computador ou até outros criados por mim mesmo. Coração, corações! Desculpem, foi a primeira palavra que veio à mente u_u
Então, vou aproveitar essa grande descoberta e fazer um post de estréia de caracteres novos falando o que fiz em Berlim. Tava sem postar até agora por pura preguiça, espero que entendam =P
Começarei pelo aperto que foi a ida, no sábado. Por algum motivo, meu nome não estava na lista das pessoas que iam, eu sequer recebi um e-mail direito noticiando a viagem, só sabia por causa do seminário de um mês e meio antes. Aí liguei pra Nadine, a egípcia que também mora aqui em Munique, no dia anterior, e ela mee sclareceu tudo. Enfim, cheguei no ônibus, meu nome não tava lá, mas deu certo e pude viajar. Vimos bastante neve no caminho, estava nevando bastante aqui em Munique na hora em que saímos. Na primeira parada, estava tudo cheeeio de neve, como podem ver nas fotos. Enfim. Uma vez no hotel em Berlim, chegamos à conclusão de que também não tinha nenhum quarto reservado no meu nome. Mas me botaram em um lá, tudo certo de novo. Enquanto escovava meus dentes ou fazia algo do tipo, chegou o cara que dividiria o quarto comigo, falou um “hi” e quando me viu começamos a rir, porque nos reconhecemos e sabíamos que éramos da mesma escola. Era o Gustavo, esse. Enfim, ficamos um pouco no quarto, depois descemos logo para o jantar. Conheci os outros brasileiros, falei com o povo, blablablá. Foi legal ver todo mundo de novo.
Domingo de manhã houve umas apresentações de bolsistas mais velhos. O Gustavo foi um deles, até, mas ele apresentou algo pro pessoal de engenharia. Fui para a de medicina/pesquisa biológica, foi bem interessante. Falaram desde regulação de sistemas celulares até doenças degenerativas e transplantes. Comemos um rápido almoço no hotel e fomos para os ônibus que nos levariam a Potsdam, capital do estado de Brandenburg. A cidade é vizinha a Berlim. Tinha um guia no ônibus, andamos devagar e ele explicava tudo, foi legal, deu pra ver bastantes coisas. O destino final era o Neue Palais (Palácio Novo), um dos maiores (senão o maior, não lembro) castelos daqui da Alemanha. Foi bem legal, também teve visita guiada. Na volta de ônibus, o guia mostrou mais coisas, mas eu estava cansado e dormi litros, só xD À noite, teve um jantar chique. Digo, era pra ser chique, quase todos foram vestidos bem, mas eu e uns outros gatos pingados não sabiam que precisava levar roupa arrumada para a viagem. Felizmente, consegui uma camisa social emprestada com o Eduardo, o paulista xDDD
Segunda-feira de manhã acordamos cedo e fomos com sono para a universidade Humboldt, para umas palavras do diretor ou algo do tipo e duas palestras. A primeira se chamava “A descoberta da lentidão - uma teoria da auto-organização no cérebro”. Foi insuportável, acho que ninguém gostou e pelo menos umas vinte pessoas dormiram. Ah, o total parece que era por volta de 200. Desesperados, eu e mais algumas pessoas fomos felizmente chamados para participar das filmagens por ali. Ah, sim, havia esquecido de dizer, estavam filmando várias cenas do nosso dia-a-dia lá em Berlim, vão fazer um filme. xDD Escolheram cinco pessoas para entrevistar, dentre elas o Gustavo e a Tuyen, a vietnamita. Aí sempre tinham câmeras nos lugares filmando as pessoas entrando na universidade, por exemplo. A filmagem que chamaram eu e uns outros para participar era uma cena dessas, pura figuração. XDDD Enfim, ficamos felizes de não termos que ir a outra palestra chata. A segunda se chamava “Quantos humanos cabem na Terra?”. Pegamos ela pelo meio, depois que acabaram as filmagens. Arrependi-me de ter ido, o professor que apresentava era muito bom mesmo e a palestra (ou o que vi dela) foi excepcional. Aplaudimos MUITO mais que o primeiro, hahahaha.
Depois fomos comer numa pizzaria que ficava embaixo do trilho do trem circular que tem lá, fazia um barulho enorme sempre que passava um trem. Depois do almoço, fomos de ônibus para a estação de trem pegar o trem especial reservado para nós que ia nos levar para dar uma volta na cidade, de novo com guia. Foi divertido, o trem era uma graça - podem ver nas fotos - tinha vários vagões distintos, e cada um tinha um tipo de música-tema. O em que fiquei, todo de madeira, tinha aquelas músicas que parecem de filme mudo, alegrinhas e animadas. Passeamos, voltamos para o hotel. Tínhamos então um intervalo maior, fomos portanto fazer alguma coisa, mais precisamente ao Checkpoint Charlie, um ponto de transição entre as duas Berlins durante a Guerra Fria. Visitamos o museu que tinha lá, sobre a Guerra Fria, bem interessante. Tinha uns desenhos muito fortes feitos pelas crianças da época. Enfim, depois voltamos ao hotel, tínhamos um jantar que seria seguido por discoteca. Foi bem divertido, dançamos várias coisas, mas mais aquelas típicas e batidas músicas internacionais propagadas pela MTV. E tocou algumas coisas típicas de outros países, também. Falta saber porque eles tocam lambada, ainda, e como o DJ não tinha samba nem sabia do que se tratava o funk carioca. Sabe, até eu sei que a Tati Quebra-Barraco já fez show aqui.
Terça-feira fomos ao parlamento alemão, à tarde. É engraçado, o prédio é construído junto com o antigo parlamento real, então tem umas partes mega-modernosas e uma super antiga. Muito legal, o prédio. Lá, tivemos uma conversa com *pega programa pra lembrar quem eram* o responsável pela área de política de cultura e formação de estrangeiros, assim como uma professora também membro do parlamento. Algumas pessoas perguntavam e eles respondiam e tal. A coisa que ficou mais marcada na minha memória foi uma egípcia concluinte perguntando se eles realmente poderiam (como afirmado) considerar “troca de culturas” a nossa presença na Alemanha, posto que somos apenas uma elite dos nossos países, muito pouca gente que dificilmente poderia representar mesmo a cultura ou o povo. Ele respondeu muito bem, dizendo que (o que é óbvio) não há como oferecer essa oportunidade parar todos, e que nós ficamos exatamente responsáveis por, uma vez concluídos nossos estudos, voltar aos nossos países natais e ajudá-los no desenvolvimento. Coisas como essa que me fazem querer voltar para o Brasil, apesar de todos os pesares - acho realmente muito importante isso, pessoas com oportunidades como essa não devem simplesmente aproveitar que “já estão no primeiro mundo” e ignorar de onde vêm. O professor da segunda palestra de segunda-feira falou a mesma coisa, ressaltou como é importante que as elites sejam mantidas no país de onde vêm para que possam ajudar no seu desenvolvimento. Depois disso, tivemos um tempo livre (não tinha nenhum jantar programado), comemos algo e fomos (os que iam embora na terça, por conta própria) para a estação de trem. E regressamos aos nossos [(para alguns, já não tão) novos] lares.
Depois comento sobre as pessoas... amanhã já devo fazê-lo. Pra quem não viu, as fotos estão no post de ontem o//