Fic: Meu Anjo
Autoras: Yaoitistas (dupla formada por Belle Malfoy e Kirina Malfoy)
Avisos: Yaoi! Se não gosta de relacionamentos homem/homem, não leia! Angst, depressão, medo e todo o pacote.
Sumário: Quando você acha que tudo está prestes a desabar...abra os olhos, sempre há uma nova maneira de descobrir o outro lado da felicidade; e um novo lado do amor. Porque os anjos estão onde menos se espera, se você souber ver. YAOI
Notas: O personagem Rafael fica a cargo de Kirina, enquanto que Belle “maltrata” o Tiago ^^’
Capitulo 1
Não era algo particularmente difícil de acontecer comigo, na verdade parecia fazer parte do meu programa: eu estava irritado. Não era tão fácil assim como você pensa, morar em uma casa pequena, onde três crianças berravam sem parar, uma querendo a mesma coisa que a outra. Minha mãe gritava mais alto ainda mandando elas ficarem quietas, enquanto meu pai... Permanecia relaxado na porra do sofá, sem mexer um dedo sequer. Passei a mãos pelos cabelos e respirei fundo. Estava tomando café quando Eliza desceu. Minha irmã de 15 anos, extremamente patricinha e idiota, vivia me chamando pra sair, querendo se exibir. Logo em seguida, os dois gémeos: Leonardo e Michelle. Todos os três loiros, assim como meu pai, e eu, ruivo, puxando minha mãe.
Peguei uma maça, rapidamente da fruteira e sai correndo, com a velha mochila pendurada em um ombro. Peguei o metro atrasado e sai correndo em direcção ao grande colégio que pegava praticamente uma quadra inteira. Corri até a sala e me sentei no canto, perto da parede.
- Atrasado de volta hein, Rafa?- a voz embargada de sono de Juliett me assustou.
Juliett Raghrawd era uma garota extremamente bonita e inteligente. Tinha fama de ser grosseira, e era mesmo; mas eu havia conseguido quebrar essa barreira, sei lá como. Ela sorriu pra mim mostrando os dentes perfeitos. Arrumou meus fios ruivos, fazendo com que um olho meu ficasse coberto.
Tirei um caderno da mochila e passei rapidamente as folhas rabiscadas de desenhos de uma certa pessoa a quem eu vinha observado há algum tempo. Ouvi a cabeça de Juliett bater contra a mesa e ela voltou a dormir, tranquilamente. Ri imaginando a bronca que levaria. O sinal tocou e os outros alunos entraram, alguns conversando e rindo alto, enquanto outros se 'comiam' praticamente.
o.O.o
Finalmente ele entrou e quando os seus olhos encontraram os meus, naquela milésima de segundo, eu perdi o ar. Ele era o cara mais misterioso da classe, beirando mesmo o estranho. Tudo nele gritava: “Fuck you” de uma forma contida, como se ele não tivesse nem ai para o que pensávamos dele. Cabelo comprido, o suficiente pra ser incorrecto, mas não tão grande como os das garotas, apenas o suficiente para ser apontado pelos professores e para tapar aqueles olhos que tinham o condão de me fazer perder o pensamento. Profundas piscinas da cor da mais bela safira, com pequenas pintas douradas, encaixados num olhar de gato, com cílios demasiados destacados para não terem lápis. Esse era o Tiago, o meu fascínio secreto, o meu segredo mais escondido que nem a mim admitia.
Enquanto ele percorria a sala, ate chegar na carteira, a ultima perto da janela, o mais afastado possível, dei por mim a notar o quão estranhamente justos os jeans ficavam nele, deixando perceber pernas firmes, mas delicadas. Tiago era um poço de mistérios, e talvez fosse isso que me fascinava, que me impelia a o olhar, mesmo sabendo que era proibido.
Como segundos podem parecer horas quando você fica fitando alguém, memorizando cada traço, cada linha do rosto. Senti Juliett me dar uma cotovelada no braço, num aviso sem palavras para parar de olhar, mas como pedir o impossível Eu, encostado na parede, era incapaz de tirar os meus olhos da figura dele, vendo como os raios de sol batiam no seu cabelo, dando um toque brilhante ao negro da noite. Tiago era aos meus olhos perfeito e me enojava sentir isso por um outro garoto. Mas saber que era proibido não me tirava à vontade, pelo contrario, apenas me fazia querer mais abraçar ele, tira-lo daquela sombra negra que sempre o parecia rodear, como a pulseira de cabedal do seu pulso direito. Sempre presentes, todos os dias da semana.
o.O.o
O despertador tocou e eu bati minha mão lentamente no pequeno pino que havia em cima, o calando. Mais uma noite sem sonhos, sem sono. Minhas olheiras cresciam cada vez mais, entretanto não sentia vontade alguma de fazer o problema delas pararem. Seria impossível! Levantei-me e fui pro banheiro, fiquei uma meia hora passando água gelada no rosto, limpando o resto de maquiagem que havia nos meus olhos. Fiz a higiene pessoal, me maquiei e desci. Havia cacos de vidro, garrafas de bebidas acabadas e minha mãe estava esparramada no sofá, com a micro-saia na cintura, mostrando a calcinha. Suspirei profundamente e segui pra escola. Minha mãe era uma vagabunda, por que não chamá-la assim? Era o que ela era, e fazia questão de jogar isso na minha cara todas as noites que trazia algum estranho para casa. Meu pai: um homem rico e importante que trabalhava numa empresa na Europa, tinha uma família lá. Mais feliz que a daqui. Entrei no colégio, ignorando os olhares de reprovação que caiam em cima de mim. Que tudo fosse pro inferno, eles não me conheciam, não conheciam minha realidade; portanto, não tinham o direito de me julgar. Entrei na sala e senti o familiar olhar penetrante do garoto ruivo que sentava no final da sala. Não gostava, me sentia despido; mas ao mesmo tempo, me sentia importante, como se ele me adorasse. Sentei o mais longe possível, vendo sua amiga o cutucar. As feridas antigas do meu pulso incomodaram. Fazia tempo que não me cortava pra aliviar a dor; cocei, sentido-as cicatrizarem. De acordo com a aula, o sono me embalava e deitei a cabeça entre os braços. Minha cabeça doía horrores.
o.O.o
- Juli, o que será que ele tem?
- E eu que sei? E para de olhar feito besta pro cara, com esses olhos de peixe morto. Se eu fosse ele já te tinha enchido de porrada isso sim. E vira pra frente que o bode velho vai começar a aula.
A custo desviei o olhar da outra ponta da sala, fingindo não reparar em cada respiração dele, na maneira como punha os braços á volta do tronco como se tivesse frio ou precisasse de um abraço...tentando me convencer que não queria substituir os braços dele pelos meus. Num gesto de cansaço, passei a mão pelos cabelos, bagunçando ainda mais a massa ruiva, tombando a cabeça na secretaria. E a porra da aula de historia ia começar.
o.O.o
Kirina: Nos postamos!! *sem acreditar* Duvido que alguém vá ler ^^’ Mas...se lerem, espero que gostem, o que é impossível não fazer, tendo a Belle a escrever, porque simplesmente ela abafa no pacote de angst. Essa fic é totalmente dela, porque ela é o meu anjo.