Tradução - Parte final

Dec 13, 2009 02:46

Título: De vinte e seis modos corrompido
Autora: vrydeus
Tradutora: Lidia a.k.a kimifan4ever
Ship: Castiel/Dean
Fandom: Supernatural
Gênero: Romance, slash
Censura: NC-17
Capítulos: 26
Beta-reader: Word
Sinopse: De vinte e seis modos corrompido... e das vinte e seis vezes eu deixei.
Disclaimer: Nem Supernatural, nem seus personagens, me pertecem. Essa fic também não me pertencem, eu apenas fui autorizada a traduzi-la.

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Final: 21 - 26

Uriel (o que disse esse imbecil sobre)

- Então você gostou, eh.

Castiel se voltou com uma expressão confusa e com uma sobrancelha meio arqueada.

Dean deu de ombros.

- Foi o que disse aquele imbecil, Uriel.

Pela primeira vez, Castiel empalideceu. A cor de seu rosto estava curiosamente parecida a da pintura das paredes.

- Ele disse isso?

- Estava mentindo?

Sorriso presunçoso e transparente como gelo. É o que vê Castiel quando Dean lhe fala desse modo. Não sabe nem para que serviria negar. Então não diz nada.

- Você também gosta de mim.

Simples, no ar, como se tivesse dito que ele gosta de tortas. Castiel fica sem palavras e pergunta a si mesmo se alguma vez acabará, isso de que Dean faça tudo imprevisível.

- O que? - safado, esse tom que flerta até com os móveis -. Pensou que eu faria todas essas coisas com você se não fosse assim?

Castiel lembra-se de “todas essas coisas” e fica novamente branco e levemente corado em questão de segundos. Não, não deixará jamais de ser imprevisível.


Velho
-Porra, agora sim eu estou velho.

Essa foi a primeira coisa que disse Dean Winchester quando completou quarenta anos. Levantando-se da cama, a sombra de uma ligeira barba, as rugas mais pronunciadas nos olhos, sem necessidade de sorrir.

- Eu tenho milhares de anos, Dean.

Disse crendo que o animaria. Não estava equivocado. Dean o olhou de cima a baixo, fez um gesto de “meh”, e lhe disse eh, vem aqui, anda, e Castiel veio sentindo-se entorpecido e ridículo.

- Pois você está muito bem conservado.

Beijou-o suave e lento, mas com a dose justa de saliva e língua para fazê-lo perder a cabeça mesmo depois de mais de uma década fazendo isso. Dean voltou a deitar-se na cama, dessa vez em forma de cruz, como se se oferecesse numa bandeja de prata, dizendo vamos, Cas, tire a minha roupa você porque eu já estou muito velho para fazer isso sozinho e Castiel obedeceu porque, bem, no final das contas era aniversário dele, não?


Winchester
Diz isso como um elogio. Dean diz “Somos os Winchester, não vai nos pegar tão fácil” quando um demônio tenta em vão preparar uma armadilha para ele e Sam, e soa como “somos os melhores caçadores dessa porra de mundo, então é melhor se esforçar mais”. Soa como uma arma carregada, rastros de sal nas entradas, meio inferno cheio graças a eles. Castiel não o culpa por considerar seu sobrenome algo a se respeitar. Porra, inclusive em algum futuro próximo haverá um evangelho com seu nome.

Então quando diz “quase digno de um Winchester, Cas, sério” ninguém pode culpá-lo por sentir-se satisfeito. Absurdo, mas satisfeito.


X (e outras incógnitas)
Quando tentou se explicar, Dean separou-se dele com uma expressão atordoada.

- Uma equação? Eu sou a porra de uma equação?

Castiel suspirou.

- A incógnita.

- A incógnita? Sou a porra de uma incógnita?

Talvez Sam tivesse razão e Dean tivesse mesmo a idade mental de cinco anos.

Estava há um total de quarenta e sete minutos tentando fazê-lo ver o porquê de seu raciocínio e Dean terminou encolhendo os ombros, passando um braço pelos seus e oferecendo-lhe uma cerveja com um gesto despreocupado.

- Meh - resvalavam as palavras, caiam sobre os lábios de Castiel enquanto lhe falava contra sua boca, preguiçoso e derretido -. Nunca fui bom em matemática.

Cinco anos. Definitivamente.

Cinco anos foi o que demoraram a irem para a cama. Ou cinco minutos. Algo assim. Dean cheirava a cerveja e pólvora, puxou sua capa como uma criança e Castiel pensou “bêbado, vamos fazer isso quando ele está bêbado”. Longe de irritá-lo ou decepcioná-lo, a ideia o agradou de uma maneira perturbadora. Afinal era ele quem teria de guiá-los. Sempre era Dean quem se encarregava de guiar os passos, marcar o ritmo dos beijos, as investidas de seus paus um contra o outro, o entrar e sair de Castiel, e até o ritmo do orgasmo. Não o fazia jamais antes dele e praticamente o obrigava a fazê-lo. Tocava-o com a mão, todo saliva e toques que em algum universo paralelo deviam ser dolorosos, até que Castiel gritasse (DeanDEUSDeanDeanDEAN) e logo se deixava ir. Gemidos roucos, assimétricos, os quadris jamais deixando de se mexerem suavemente, mesmo depois do orgasmo.

Agora é Castiel quem o beija. Retirando os lábios quando quer, lambendo só o que lhe apetece. Sim, desgraçado. Dean se remexe sob ele sem forças, reclamando “Eh, Cas, quero gozar antes que amanheça” em palavras de sílabas mescladas e respiração ofegante. Finalmente, finalmente, finalmente, pensa, finalmente é Castiel quem mete a mão dentro de suas calças e o toca, sente-o endurecendo contra a palma, para cima e para baixo uma e outra vez, acelerando o ritmo segundo os sussurros de Dean (assimCasnãoASSIMASSIM) e voltando lento para deixar a borda, sem poder cair como Dean fazia antes. Acariciando a ponta com o polegar como tantas vezes fez a ele e intentando que sinta ao menos a metade do que ele sentia.

Mesmo que você seja um anjo, não quer dizer que não conheça o significado da palavra vingança.

Tem razão. Eles, os que dizem. Que é doce. Tem razão.

Acelera os movimentos, aperta onde tem que apertar e isso é tudo, Dean goza como se não fizesse isso há anos, retorcendo-se na cama sob o seu peso e ahCasvocêmefezgozarfilhodaputa cheio de blasfêmias e pingos brancos que parecem não acabar mais. Tem a vista turva, os lábios pornograficamente inchados e se Castiel fosse humano, bem, acha que nesse momento cometeria canibalismo.

Um dedo e Dean parece voltar a vida, ronronando (não, sério, ronronando) e lambendo os lábios. Dois e começa a importuná-lo. “Novato” em voz baixa e com malícia e Castiel sente ferido o pouco orgulho que tem. Três dedos, saliva na entrada de Dean, seu pau com pulsações de cinco mil por hora e se não fizer algo...

- Ah, Castiel, eu vou morrer. Morro e você terá que terminar isso sozinho.

Não era brincadeira.

Quando entrou em Dean, empurrando suavemente, achou que era ele quem iria morrer. Estava tão apertado e quente e...

- Ah, Dean.

- Ah, Dean o que? - bêbado e sem ar.

Investe como única resposta. Saindo um pouco para logo voltar a entrar e Deus, a fricção, a fricção nesse momento é tudo que existe no mundo, é tudo que faz o mundo girar, é o único eixo sobre o qual se sustentam as coisas. Dean não para de gemer, não para de sussurrar, não para de tentar levantar a cabeça para ver o ponto de contato, impaciente e cheio de pele suada e olhos verdes e pestanas quilométricas. Salpicado de sardas nas bochechas, no peito e às vezes Castiel se pergunta até onde elas chegarão.

- Cas, maldito, afasta que eu quero olhar.

Disse tudo como se fosse uma única sílaba e sua voz era fogo liquido. Mercúrio. Arrastava as palavras e parecia prolongá-las por toda a vida.

Quando muda o ângulo para deixá-lo ver, Dean grita. Sério, grita.

- CASDROGAPORRAALIBEMALI.

São como espasmos. Cada vez que atinge esse ponto, são espasmos que percorrem todo o corpo de Dean e o fazem convulsionar-se sob ele.

- Dean, goza - usa sua mesma arma, apesar de tudo Castiel é um soldado. De Deus, mas um soldado, de um jeito ou de outro, e sabe quando atacar -. Goza, Dean, que eu tenho você.

E pela primeira vez, obedeceu sem protestar. Pingando em seu estômago e tocando-se, como se assim o orgasmo pudesse durar mais e, tudo bem que Dean tenha o vocabulário meio sujo, mas quando está bêbado poderia fazer um demônio corar feito uma colegial. Aperta-se por dentro (quenteDeantãoquentevocê) e aí está, isso era tudo de que precisava. Castiel ejacula com tanta força que é como se saísse fora sua alma e se partisse sua coluna em duas partes.

Então o sente. Não é necessário que Dean o diga porque o sente.

- Deus, suas asas.

Sente-as. Estendendo-se, como se marcassem território, envolvendo-os a ambos como se os quisesse apartar do resto do mundo. E é assim que se sente Castiel nesses momentos. Apenas com Dean, sem ninguém mais em centenas de quilômetros pelas redondezas. Esgotado, eufórico, vivo.

Deixa-se cair sobre ele como um peso morto e sem poder evitar, sendo mais forte do que ele, começa a beijar-lhe cada centímetro de pele que pode encontrar.

- Não sei você, mas eu, aqui embaixo, estou sufocando. Essas coisas pesam cem quilos, Cas.

- Cinco anos, Dean.

- O que?

- Nada.


(Tú y) Yo - (Você e) Eu
Às vezes ele pensa que os anjos deveriam medir melhor suas palavras. Como Uriel, quando disse que Castiel gostava dele, e Dean se sentiu ridiculamente ansioso. Quer dizer, veja, não podem falando ir coisas assim, do nada.

Remexe-se na cama, inquieto, sem poder deixar de pensar naquele “você e eu” que escutou há apenas algumas horas. Sam ronca sonoramente ao seu lado e Dean permanece desperto de alerta e cauteloso desde que Lúcifer saiu de sua jaula. Pensando nisso. Pensando em como Castiel o disse. Como se fosse uma só palavra, VocêeEu, algo tão evidente e que estava tão perto e visível que Dean simplesmente passou batido até que ele veio e lhe mostrou. Você e eu.

- Estúpidos anjos insensatos que não pensam no que dizem.

Afunda-se contra o travesseiro. Tinha que dizer isso logo no dia em que ele mais precisava dormir. Aposto que fez de propósito, anjo desgraçado.


Zeppelin
Nunca se havia posto a pensar nele, assim como não pensa no resto das pessoas do mundo individualmente. Mas houve uma vez, fazia frio, eram duas da manhã, Sam ia no banco do carona e ele no banco traseiro, então ouviu Dean assobiando. Irregular, entrecortado, tranquilo. Seguiu assim por mais de cinco minutos e quando Castiel já estava começando a ficar nervoso, Sam disse “cara, sei o quanto você gosta do Zeppelin, mas chega” e Dean fez cara de quem havia chupado limão. Respondeu “Com Stairway to Heaven não, Sammy, meta-se com qualquer coisa, mas com Stairway to Heaven não” e Castiel sentiu algo desmanchando-se dentro do peito. Caindo por quilômetros.

Dean seguiu assobiando como se não existisse amanhã, Sam pôs os fones de ouvido do ipod e Castiel se pôs a refletir pela primeira vez sobre Led Zeppelin e sobre rock and roll e música. Dean cantarolava de vez em quando, Don't be alarmed now, e Castiel pensou que tudo isso foi inventado para esse momento e quando no retrovisor seu olhar se cruzou com o de Dean, ambos sorriram um pouquinho, cúmplices, em silêncio, secreto e oculto. Com a estrada e o Apocalipse adiante e mil criaturas que não deveriam ser para caçar e sem poder parar nunca.

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