como eu odeio conversas pseudo-científicas de pessoas que não sabem do que falam. como eu odeio. ouvir mandar para o ar conceitos só para se mostrar que sabe irrita-me profundamente. provavelmente, aquilo que odeio nos outros é o mesmo que odeio em mim, mas isso não lhe retira legitimidade, a meu ver. não é preciso tirar um curso para saber quem foi o Pavlov, e recorrer sistematicamente ao nome do senhor para se referir aos seus achados só revela o quanto não se está à vontade no campo. o nome habitual é reflexo condicionado, não é preciso criar neologismos para mostrar que sabemos que o senhor tinha um cão. learn something from it, goddamnit!
e depois era como o amor não serve mais do que o egoísta e vaidoso intuito de os genes se verem perdurar no tempo. eu sei que as emoções estão no cérebro. eu sei que sem sistema límbico, nada feito. mas é preciso um bocadinho mais do que sistema límbico. por acaso até já houve quem se lembrasse e fizesse a experiência [meu deus, uma experiência: que coisa tão científica!], e os macaquinhos rhesus
* preferiam passar tempo com a mãe macia e quente em detrimento da mãe de metal que lhes fornecia a alimentação. que estranho! fotografias e tudo.
ou então experimentem ter um bebé. dêem-lhe leite, mudem-lhe a fralda, não lhe faltem em funcionalidade nenhuma. mas só estejam lá nessas alturas. depois apreciem quando ele dormir com os membros caídos para fora do berço, começar a recusar a alimentação e ficar completamente apático, possivelmente deixando de chorar mesmo quando o magoam. :] parece que morrem, às vezes. parece que houve quem chamasse a isto depressão anaclítica
*, um tal de senhor Spitz.
se calhar o amor é mesmo uma maneira de aumentarmos as probabilidades de os genes que andam fora de nós se aguentarem. mas eu gosto de pensar que é mais do que isso.
que falta de fé.