Roubei este texto de uma pessoa...é uma pessoa q eu não conheço, mas o Ale conhece...roubei mais como um presente de aniversário, espero q ela não se zangue se chegar a saber deste furto...bom, pelo menos divulgo os créditos:
zinevanilli Não cantem parabéns pra mim...
... mas me dêem presentes.
As luzes se apagam de repente. O barulho, antes ensurdecedor, vai se dissipando até cessar. A música já foi cortada. Blecaute? Logo agora? Mas que merda!
Você fica feliz ao ver uma luz no fim do túnel. Ela fica cada vez mais nítida conforme chega perto de você. Velas. Um monte de velinhas pequenas dispostas sobre um... bolo? Ah, não! Chegou a hora. A maldita hora do parabéns. Socorro.
“Parabéns pra você
Nesta data querida
Muitas felicidades
Muitos anos de vida”
Alguns insistem em cantar fora do ritmo, outros cantam versões que mencionam bolo estragado e dor de barriga, mesmo sabendo que isso não tem mais graça há pelo menos 15 anos. É pique, é pique... saco. Não há nada mais constrangedor do que ser o centro de uma rodinha de parabéns. O que se deve fazer? Ficar sorrindo amarelo até acabar a musiquinha? Juntar-se ao coro, com palminhas e tudo? Rezar por um terremoto?
Você conta os segundos para o fim da tortura e apaga as velinhas. Elas voltam a acender e todos acham engraçadíssimo Ha, ha, ha. Até que um primo idiota resolve se intrometer e baba o bolo inteiro na tentativa - frustrada - de apagar as SUAS velinhas. Rá-tim-bum.
Acabou.
Ou não.
O mesmo débil mental que puxou o parabéns fora do ritmo resolve puxar o não menos temido com quem será? E a agonia se estende por mais alguns segundos intermináveis. Pronto, agora acabou. Ou pelo menos é o que você pensa. É claro que não seria tão fácil. Você ainda precisa cortar o bolo “de baixo pra cima, pra subir na vida”. Com um monte de mãos em cima da sua, todas elas fazendo força pra baixo. Mas não era pra subir na vida? Gente esquisita.
Quando você consegue se livrar da montanha de mãos, outro desafio: o primeiro pedaço. O primeiro pedaço do bolo é o mais importante de todos, o mais gostoso. O rei dos pedaços, reservado apenas a pessoas especiais. Ganhar o primeiro pedaço do bolo em uma festinha de aniversário é como pegar o buquê em um casamento.
Todos os olhares estão sobre você, o peso do mundo está todo em suas costas. O que fazer com a porra do primeiro pedaço?! Se você escolher contemplar uma amiga, as outras ficarão enciumadas. Se resolver presentear um amigo, significa que você quer dar pra ele. Se der pra sua mãe, seu pai não conseguirá disfarçar a decepção. Se escolher o namorado... bom, aí seus amigos, seu pai, sua mãe, seus irmãos, seus primos, seus vizinhos e aquele grupinho de gente que você nunca viu ali do canto farão todo o tipo de comentários idiotas que você a-do-ra, como se o momento do parabéns não fosse constrangedor o suficiente.
Cantar parabéns é a manifestação mais estapafúrdia que existe. Por que cantar uma música ridícula e bater palminhas como idiota? Ninguém percebe que é patético? Pouco importa pra quem vai o primeiro pedaço, é só um bolo. E todos os pedaços têm o mesmo gosto, desde que não estejam babados.
Aos amigos, um apelo: não cantem parabéns pra mim. Nunca. E não me levem a mal por sumir quando começarem a cantar parabéns pra vocês. Eu não gosto menos de vocês por causa disso.