Obsessão

Mar 17, 2010 10:54

Bebo um copo de groselha na primeira sala da casa, fresca de mármore.

Do novo livro do José António de Almeida, o poeta que me invade numa quase obsessão.

“Numa só coisa porfio:
Outra vez ver o teu corpo
Na minha cama despido,

Do livro folhas abertas
Com os dois braços cruzados
Atrás do rosto de efebo

- devorando cada letra
Em meu quarto no segredo.
De noite o membro de nácar

Sempre com donaire erguido,
Acróstico no teu peito
Começado sem ter fim.”


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