Bebo um copo de groselha na primeira sala da casa, fresca de mármore.
Do novo livro do José António de Almeida, o poeta que me invade numa quase obsessão.
“Numa só coisa porfio:
Outra vez ver o teu corpo
Na minha cama despido,
Do livro folhas abertas
Com os dois braços cruzados
Atrás do rosto de efebo
- devorando cada letra
Em meu quarto no segredo.
De noite o membro de nácar
Sempre com donaire erguido,
Acróstico no teu peito
Começado sem ter fim.”