no more tears

May 21, 2012 21:00

A semana passada andei no YouTube à procura de um clip para homenagear a Donna Summer a propósito da notícia triste do seu falecimento. E, já agora, aquele que acho mais à altura dessa homenagem contém uma versão muito extended do que foi um dos primeiros êxitos disco, Love To Love You Baby: 17 gloriosos minutos de violinos, gemidos e orgasmos (suponho que) simulados, ao som da batida hipnótica de Giorgio Moroder (link).

Mas não foi esta canção que fui procurar na net. Devo dizer que eu, nessa altura dos meus dezasseis, dezoito anos, odiava o disco sound. Era um ódio mais militante do que visceral, mas ainda assim. Abominava os Village People, a Donna Summer, os Bee Gees versão SNF, e todos os outros artistas disco que infectavam as airwaves das rádios pop (na verdade, acho que só não odiava a Gloria Gaynor, porque nunca resisti ao apelo do I Will Survive).

Até que um dia ouvi uma canção que transformou isso tudo: era a Enough Is Enough (No More Tears), cantada pela Barbra Streisand (um adquired taste que só adquiri muitos anos depois) e pela Donna Summer, e que conjugava, digamos assim, os universos musicais de cada uma delas, com um começo lento e romântico, a la Streisand, que dá lugar a uma batida explosivamente dançável. Caiu-me no goto, uma espécie de guilty pleasure antes de o conceito ter sido inventado, e que teve ao menos a vantagem de me pôr a ouvir música de dança. Não muito tempo depois, uma canção do brasileiro Oswaldo Montenegro, acabou-me definitivamente com o preconceito contra a música de dança: “Se você dançar a noite inteira Não significa dar bobeira de manhã se alienar ou esquecer”.

Pois bem, andava eu no YouTube á procura de um clip decente com a canção Enough is Enough, e eis que descubro uma versão maravilhosa, cantada pela KD Lang e pelo Andy Bell, que, para os mais novos, fez parceria nos Erasure com o Vince Clark, um dos fundadores dos Depeche Mode (ya ya, foi ele que escreveu Just Can´t Get Enough). Confirma-se a minha teoria de que tudo aquilo em que a KD põe a garganta se transforma em ouro, não só por causa da voz dela, mas porque é a cantora que tem a maneira de cantar mais cool do mundo desde a sua formação.

Ou seja, e too cut a long story short, cá estamos a homenagear uma grande diva do disco (ah, os clichés) ouvindo um dos seus grandes êxitos cantado pela maior diva do mundo (ok duas, se considerarmos o Andy Bell).

clips, música

Previous post Next post
Up