uma carta

Nov 08, 2008 01:51


Tive algumas tias no primário. Vários professores se bastaram em dar suas aulas - e o fizeram com louvor, não nego. Mas mestre, tenho apenas um.

Tenho, no presente, porque uma vez que o conheci, sei que sempre vou levar parte dele comigo. Suas palavras se projetam em mim com um efeito sem igual. E as críticas, as sátiras, sempre com o prevalecimento de uma opinião bem formada e argumentada me fizeram entender melhor como isso é importante na formação de uma pessoa. Como é importante na minha formação.

Não acho que posso falar muito de suas aulas. Que conhecimento tenho eu pra dizer que elas foram as mais brilhantes e as melhores do mundo? Nenhum; conheço tão pouco... Por isso abstenho-me da pretensão de julgá-las acima de outras. Mas não posso ignorar que essas aulas tiveram, indiscutivelmente, um brilho intenso e único. Nelas a matéria flui e a vontade de aprender é dobrada. E tem a paixão também. A paixão pelo que se faz, de quem visivelmente sabe o que está fazendo.

Usarei um adjetivo pra tentar descrever tamanha maestria, mas não há necessidade, uma vez que o substantivo diz tudo por si só. “Porque o adjetivo é a alma do idioma, a sua porção idealista e metafísica. O substantivo é a realidade nua e crua, é o naturalismo do vocabulário."

Grande Mestre, 
obrigada por tudo o que, mesmo sem saber, você transforma e constrói em mim.

school, lost pieces of texts

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