Impressionante como a vida pode ir de 8 a 80 (poderia ser 0 a 100, mas ainda falta um pouco nessa escala) num piscar de olhos.
No meu texto anterior eu reclamei de isolamento, e do quanto me sentia sozinho e frustrado com diversas situações que venho passando aqui na Espanha, mas tudo começou a mudar um dia depois que o escrevi.
Da morte da principal cantora do Brasil, a alguns dates inesperados, e o retorno da minha conta do Twitter (sim, milagrosamente aconteceu), eu vou tentar colocar tudo por partes.
A história começou no Hinge, um app como o Tinder onde eu conversei com um Holandês, sem muita pretensão de nada, já que eu sei bem como homens são, especialmente europeus - um certo pré-conceito, seu sei. Ao mesmo tempo também marquei dates com outros caras que conheci em outros aplicativos, até que um me chamasse pra sair, tamanha a carência afetiva do momento.
O Holandês acabou me chamando pra uma festa num sábado, e olha... Apesar de loiros nunca terem sido aquilo que sonhei, quando vi aquele homem de +1,80m no metrô, me perguntei se não era muita areia pro meu caminhão.
Foi uma noite incrível, onde além de termos explorado uma espécie de feira alternativa, bebemos muito e acabamos a noite transando no sofá de casa. Achei que tudo tinha terminado ali, uma vez que rolou uma certa "incompatibilidade nossa na cama", mas que foi resolvida no fim... Ficamos de nos falar, mas no outro dia, ele foi monossilábico.
O meu ego ferido e também o desejo de não apego a uma situação, me levou a aceitar um outro date com um cara que já tinha tido match no Tinder, dessa vez com um espanhol que mora perto de casa. Esse era lindo igual, mas com um tom de superioridade na voz, como um certo francês. Em resumo,
depois desse date, transamos. Foi meio estranho. Primeira vez que alguém me pediu pra fazer oral com camisinha. Mas ok! É o certo.
Parece que ele gostou. Pediu meu número e ficamos de nos falar mais vezes, o que não aconteceu, e tá tudo bem! Até porque...
Além disso, também surgiu um
match de amizade no Bumble com um marroquino-espanhol, e esse aqui é um caso ainda mais louco, porque eu realmente ainda não consegui entender se ele tava afim de uma amizade ou de um relacionamento as escondidas? Acho que não vou ter a resposta depois de ter enrolado ele diversas vezes pra nos vermos de novo. Ainda que ele tenha insistido, o que me deixou em mais duvidas sobre o que ele quer.
A verdade é que apesar de não estar mais confiante na monogamia, eu ainda acho imensamente difícil lidar com "contatinhos". Eu estou tão acostumado a ser a segunda ou terceira opção, e quando vi que tinham três homens (além dos outros que eu converso pela internet) me chamando pra sair, eu literalmente não pude administrar e tive uma crise de ansiedade. Daí fui meio que afastando um a um, ou quase todos.
O que me leva de volta então ao Holandês, que eu
continuei saindo desde então. Ficamos quase sete dias sem nos ver na ultima semana, porque recebi visitas em Barcelona, e foram quatro dias intensos de vida social, que eu não sabia que precisava, e ao mesmo tempo, me cansaram de uma maneira positiva. Acho que não bebia tanto desde o verão desse ano no Brasil.
Enfim, não sei bem o que tá rolando entre o Holandês e eu, mas
as coisas vem acontecendo num ritmo que eu estou meio assustado, e agora me faço as perguntas se eu realmente quero isso, ou se estou apenas me auto-sabotando.
Enquanto procuro essas respostas, vou deixa-las pra detalhar em um novo post. Por enquanto, vou tentar não descrever minhas neuras a ponto de elas crescerem e virarem uma bola de neve. Eu só preciso viver o momento.