(no subject)
há músicas que me elevam a um estado de sublime leveza de alma, em que me vejo de novo com os pés aconchegados num par de patins brancos, como sempre estavam antes de uma qualquer prova. músicas em que deslizo, de olhos fechados em imagens que mais ninguém conseguirá ver, com a graciosidade melódica de acordes tão próximos da perfeição. técnica e artística que, por medo, não ousei perseguir mais, escudando-me na preguiça que me chegou com a maioridade. aos anos.
hoje em dia (há meses), quando estes sons se entranham nos meus poros e me envolvem a alma com uma ternura tão próxima do êxtase, fecho os olhos e mato a saudade no filme que a minha mente me mostra, quase podendo sentir o solo a deslizar sob as rodas numa estrela da morte que nunca teria a coragem de realizar.
aos 24 pergunto-me: e se tivesse seguido belas-artes? e se não houvesse deixado o ballet, nem a patinagem? e se tivesse alimentado este bicho de cadências e frases e esquemas complexos?
as certezas são tão eternas quanto a sua efemeridade o permite.
hoje em dia (há meses), quando estes sons se entranham nos meus poros e me envolvem a alma com uma ternura tão próxima do êxtase, fecho os olhos e mato a saudade no filme que a minha mente me mostra, quase podendo sentir o solo a deslizar sob as rodas numa estrela da morte que nunca teria a coragem de realizar.
aos 24 pergunto-me: e se tivesse seguido belas-artes? e se não houvesse deixado o ballet, nem a patinagem? e se tivesse alimentado este bicho de cadências e frases e esquemas complexos?
as certezas são tão eternas quanto a sua efemeridade o permite.