(no subject)
Título: Ongaku no Uta
Autora: nima_
Banda: Várias, dentre elas estão: Antic Cafe, Aikaryu, Buck-tick, Dir en grey, Due le quartz, Gazette, Glay, Irodori, Kagrra, , L'arc~en~ciel, La' cryma christi, Luna Sea, MUCC, Nightmare, Pierrot, Shazna, The trax e X JAPAN
Casais: Yomi x Hitsugi, Ruki x Reita, Koji x Taka, Die X Shinya, Kyo x Sugizo (por enquanto)
Sinopse: Uma escola de música, na qual a obrigação dos alunos é... estudar música, mas como uma escola normal, acontecem coisas imprevisiveis coisas até bem previsíveis...Apaixonar-se é uma delas.
Betareader:jibrille_hell
comentário inútil pra quem non sabe, esse daí do avatar é o Levin ^.~
01,02,03,04,05,06,07,08,09,10,11,12,13,14,15,16,17,18,19,20,21,22,23,
Ongaku no uta - capítulo 24
A curiosidade de Kyo estava deixando-o louco. Queria saber o que Shinya foi fazer com os dois na enfermaria. Pensou que poderia ir lá, cumprimentar o enfermeiro, afinal, já o conhecia e sua psicóloga já lhe dissera que era importante interagir com as pessoas. Isso antes dele se revoltar contra ela para que os pais quisessem mandá-lo para uma escola de música, para se livrar dele.
Já tinha levantado e sentado umas três vezes, até resolver que ficar ali não adiantaria em nada, só ficava mais nervoso com o tempo passando e eles não voltando. Shinya tinha dito que não era para ele ir, mas nada o impedia de ficar lá por perto. Então o loiro levantou-se e saiu do quarto, decidido a ficar por ali perto, vigiando para ver a hora que eles saiam.
Desceu as escadas, observando os conhecidos Shou e Hiroto na escada, sendo que Hiroto chorava muito. Estava todo machucado, roxo, inchado; com certeza aquilo era resultado de uma briga, provavelmente no dia da festa. Shou parecia consolá-lo, mas ao notar a presença de Kyo, ambos pararam o que estavam fazendo para encará-lo. O loiro se sentiu acuado e apressou o passo para que saísse logo da vista dos dois.
A enfermaria não tinha uma porta que bloqueasse a visão daqueles que passavam pelo corredor. Mas para o azar de Kyo, nem Levin, nem Shinya e nem Nao estavam sentados na área de espera da enfermaria. Tinha um jovem loiro, com o cabelo cortado em chanel, parecendo um cogumelo e um rosto conhecido. Um moreno alto, meio sombrio, com cabelos na altura dos ombros, gesticulava encolhido, como se tentasse esclarecer algo.
- Mas eu já disse, não foi culpa minha! Não dessa vez! Eu estava cuidando dos novatos da escola! - Dizia o mais velho, gesticulando bastante.
O loiro entrou na sala de espera sem perceber. Só se deu por si quando todas as atenções se voltaram para ele e Tatsurou voltou a esclarecer o acontecido apontando para Kyo.
- Ele foi uma das pessoas que eu tive que cuidar! - Indagou o mais alto, apontando para o loiro.
- É verdade? - Questionou o auxiliar de enfermeiro de cabelos roxos.
- É. - mentiu Kyo, por estar com medo do que o veterano pudesse fazer.
- Olha, não se sinta intimidado pelo tamanho e pela cara desse aí, viu? Ele não é capaz de fazer mal a ninguém que não seja o Yukke aqui. - Comentou Kaoru, percebendo que o loiro se sentia intimidado.
- Não estou sendo intimidado... Ele estava comigo. - Respondeu Kyo, de forma firme que até ele pensou que era verdade.
- Então certo! - Respondeu o auxiliar, respirando fundo. - Tatsurou, você está liberado, e Yukke, vamos ali tratar desses ferimentos, porque eles não estão muito bonitos não. Ah sim... Kyo... Nao está terminando de fazer os exames e logo logo será liberado...
Kyo queria sentar-se ali na área de espera, mas sabia que se o fizesse e Shinya descobrisse, ele receberia mais uma detenção, então resolveu andar pelo hotel, deixar o tempo passar. Evitou passar pela escada para não encontrar com aqueles dois novamente. Resolveu passear pelo jardim. Lá tinha uma fonte e uma bonita visão do hotel estilo medieval. Era alto e com tijolos à mostra e os vidrais deixavam com um aspecto ainda mais medieval.
No meio do jardim, Kyo viu o banco que tinha se acomodado no dia anterior. Nunca tinha notado que ele era branco e muito menos que era tão enfeitado. Resolveu que esperaria um tempo ali. Não passou muito tempo e Kyo resolveu deitar-se e olhar para o céu. Era mais divertido.
Estava quase dormindo quando viu uma cabeleira ruiva e a cara familiar de Levin. Com o susto, Kyo ajeitou-se no banco, dando espaço para Levin se sentar ao seu lado. O ruivo o fez do bom grado e com um sorriso imenso no rosto. Aproximou-se um pouco mais e beijou brevemente os lábios de Kyo, deixando-o vermelho.
- E então? Como foi? - Perguntou o loiro, se ajeitando mais próximo do ruivo.
- Rápido. Eu fiz um exame e saí, agora o Nao já fez três e parece que vai fazer alguns mais.
- E são exames para quê?
- Não posso contar... - Ele olhou para baixo, encarando os pés que balançavam, já que não alcançava o chão direito. - Shinya nos fez prometer que não contaríamos, principalmente no caso de Nao.
- É algo assim tão ruim?
- Não, não... É só constrangedor...
Levin estava ficando vermelho. O loiro sentiu-se tão atraído pelo outro que depositou um beijo na bochecha do mais baixo. Levin virou-se para Kyo e os dois quase se beijariam, se não fosse Yomi, gritando e chorando pelo jardim, atrapalhá-los. O loiro e o ruivo voltaram suas atenções para o casal que saia do hotel discutindo alto.
Hitsugi saia do hotel atrás de Yomi, que corria chorando na frente. Ao passarem por Kyo e Levin o mais baixo encarou o loiro com raiva. Depois seguiu seu caminho para um bosque que ficava logo atrás do banco. Hitsugi passou pelo banco e desmanchou em choro no chão. Kyo já imaginava o porquê, mas Levin ficou boiando naquilo tudo. Hitsugi estava em posição fetal no chão, quase ao lado do banco. Kyo olhou para Levin como se dissesse que precisava conversar com o amigo. Levin entendeu e se retirou de volta para o hotel.
Kyo se aproximou do mais alto, abaixando para ficar na altura do outro.
- Ele descobriu?
O outro limitou-se a confirmar com a cabeça.
- Então, vocês brigaram feio...
Hitsugi repetiu o movimento.
- E por que você fez isso?
De repente o outro ficou estático. Nem ele mesmo sabia porquê tinha feito. Apenas seguiu o que seu corpo queria. Miyavi não era de se jogar fora, e no prédio do terceiro ano era conhecido por seduzir alunos. Foi quando Kyo lembrou da conversa que ouviu dos outros diretores naquela mesma manhã. Seria possível que as pessoas que eles falavam, na verde, era Miyavi. Com essa hipótese em mente, Kyo resolveu explicar tudo o que ouvira para o amigo.
- Não acha que você veio me falar isso um pouco tarde demais não? - Respondeu, rancoroso - Agora o Yomi não vai querer mais olhar na minha cara - Respondeu, voltando às lágrimas.
- Mas pelo menos é bom que você saiba... Ele poderia te seduzir e fazer coisas piores. - Disse Kyo.
De repente, Kyo notou algumas folhas atrás de si se mexendo. Sabia o que era e queria sorrir de felicidade pelo amigo, mas não poderia, ou quebraria totalmente o plano.
- Sabe... Você é um aluno muito conhecido nos outros anos... Provavelmente Miyavi ouviu falar na sua fama, e quis te ter, pelo menos uma noite... - Continuava Kyo. - Agora, foi azar seu você FICAR BÊBADO - Kyo enfatizou as duas últimas palavras, para deixar bem claro que o outro não tinha consciência do que fazia na hora. - Porque virou uma presa fácil pra qualquer um. Mas não se preocupe... Se o Yomi não quiser, qualquer outro aluno quer...
Kyo ouviu mais uma vez uma planta mexendo e agora ela pareceu um tanto quanto desconfortável.
- Mas... Eu não quero qualquer um... Eu quero é o Yomi... - Respondeu Hitsugi sem ter qualquer noção dos planos do loiro.
Foi quando a plante se mexeu de vez e Yomi pulou nas costas do mais alto. Até Kyo, que já sabia que o mais baixo ouvia a conversa dos dois, levou um susto. De repente Hitsugi foi atacado por uma série de beijos, além de ser quase sufocado com o abraço do menor. Hitsugi teve que esperar um tempo para raciocinar o que estava acontecendo. Mas seu sorriso foi de orelha a orelha quando percebeu que ele e Yomi teriam uma chance de fazer as pazes. Como prevendo os movimentos do amigo, Kyo saiu do banco na hora exata que Hitsugi fez uma manobra para levar Yomi para o banco, esquecendo totalmente que Kyo estava sentado ali. Satisfeito que os dois fizeram as pazes, Kyo seguiu o caminho para o hotel, ansioso para procurar Levin.
No caminho, Kyo percebeu que um cara alto os observava do canto do hotel. Curioso, ele foi até lá, reconhecendo imediatamente a pessoa de quem se tratava.
- O que está fazendo, Sugizo? Me espionando?
- Não é porque eu te perdi que eu não posso te observar, né?
- Já falei que eu já estou comprometido.
- Levin?
Kyo sentiu um frio na espinha. Odiava saber que seu ex sabia o nome de seu atual namorado. Tinha muito medo do que ele poderia fazer com o ruivo. Isso porque confiava muito mais em Shinya do que em Sugizo, e como Shinya já tinha lhe dito, ele era um cara perigoso.
- Não se preocupe - Sugizo continuou. - Eu não vou fazer nada à ele. - E o professor de cabelos rosa se retirou.
Seu sangue ainda corria frio pelas veias. Não confiava nada em Sugizo, e tinha muito medo do que poderia acontecer a Levin. Nem notou que estava sendo observado por outra pessoa, um tanto mais alto que Sugizo. Uma feição conhecida.
- Miyavi?
- Eu.
- Veio ver se seu plano de separar Hitsugi e Yomi funcionou?
- Não sei do que está falando.
- É claro que você sabe... Pegou o Hitsugi ontem!
- Desculpe, mas eu não sabia que ele tinha namorado... Tanto é que fui eu mesmo que conversei com Yomi, vim saber se eles se resolveram.
Kyo estava desconfiado demais para acreditar que as palavras do mais alto fossem verdade. Mas depois de um tempo, percebeu que tudo fazia sentido. Yomi ficou com raiva porque não foi Hitsugi quem contou. Kyo respirou fundo e sentiu a mão do mais alto na sua cabeça, bagunçando seu cabelo.
- Soube que você é um dos alunos preferidos de Shinya... - Começou Miyavi, andando para indicar ao loiro que o seguisse. - Você não sabe o que eu daria para ser o aluno preferido daquele professor...
- Também é a fim dele?
- Não, não... Ele é um dos melhores professores de música do nosso colégio. - Disse ele com um sorriso meigo. - Eu sempre me esforçava para ele me notar e começar a me dar aula, mas ele preferiu seguir o ramo da bateria, e acabou com o meu sonho. - O mais alto imitou uma cara de desapontado.
Os dois caminhavam para um grande parque aquático que ficava atrás do hotel, um lugar onde tinham variadas lanchonetes, sorveterias e até restaurantes. Miyavi saiu cumprimentando a maioria das pessoas que cruzavam seu caminho. Os dois andaram até uma lanchonete e Miyavi se apoderou da melhor mesa, estendendo o dedo para chamar o garçom enquanto continuava a conversa com o loiro.
- Me vê um drink caprichado... E pra você?
Kyo balançou as mãos.
- Eu não tenho dinheiro...
- Que isso, eu pago pra você, essa lanchonete é franquia da minha família.
Kyo arregalou os olhou e aí sim, ficou sem a mínima condição de responder, então Miyavi acabou pedindo um drink para o loiro. Não demorou muito e um dos diretores da outra escola entrou na lanchonete. Reconhecendo Miyavi, o diretor que segurava um gato cumprimentou o aluno com alegria.
- Miyabi-chan! - Disse o diretor.
- Tatsuya-san! - Respondeu o aluno.
- Que honra encontrá-lo por aqui! Fazia tanto tempo que não nos víamos - Disse o diretor, sentando-se em uma das cadeiras vazias que tinha na mesa. - Espero que nesse ano você repita o sucesso que foi ano passado! - Dizia o diretor animado, soltando o gato na mesa.
Kyo prestava atenção na conversa, mesmo sem entender, pois estava curioso para saber de quem aqueles professores estavam falando naquela manhã. Mas quando o diretor Tatsuya deixou o gato em cima da mesa, Kyo só conseguia prestar atenção no gato, de cor marrom, quase no laranja, olhos amarelos vivos.
- Eu também espero... - Respondeu Miyavi
- Vai tocar o mesmo instrumento?
- Não, esse ano eu estou mais elétrico.
- Vai tocar guitarra?
- Vou.
- Que pena, não vou poder torcer por você, tenho um aluno que vai concorrer contra você esse ano.
- Duvido.
- Já disse, se você tivesse largado o Yoshiki e tivesse vindo para mim, você não teria concorrente, eu só mandaria você.
- Que isso Tatsuya, eu gosto da minha escola.
- Mesmo sabendo que na minha você seria bem mais reconhecido?
- Mesmo assim.
- Me conte Miya-kun, o que te prende ao Yoshiki?
- Segredo.
Os dois riam à bessa, e Kyo ficou ali. Observando o gato. Com o gato o observando. Como se fossem dois apaixonados. O drink dos dois chegou, junto com um outro diretor.
- Ryuichi-kun! - Gritou Tatsuya, chamando o outro diretor. - Deixe-me te apresentar. Esse é Miyavi, aquele garoto prodígio do ano passado, no violão.
Miyavi fez uma revêrencia.
- Prazer.
- E este é...
- Kyo. - O loiro levantou-se, desfocando do gato pela primeira vez, e imitando o mais alto - Prazer.
- Eu sei quem você é. - Disse Ruichi, chamando a atenção de todos - O ex-namorado do Sugizo!
Os outros dois que estavam na mesa tomaram uma cara de surpresa. Kyo se sentia cada vez mais envergonhado. Somente o gato não o encarava, já que este decidiu descer da mesa. Kyo se sentia a ponto de explodir, quando, por pura sorte, um cachorro apareceu e começou a perseguir o gato do diretor Tatsuya. Todas as atenções foram para os animais, e Kyo pôde sair de fininho de volta para o hotel. Mas até no hall de entrada era possível ouvir a confusão lá de fora.
continua
Autora: nima_
Banda: Várias, dentre elas estão: Antic Cafe, Aikaryu, Buck-tick, Dir en grey, Due le quartz, Gazette, Glay, Irodori, Kagrra, , L'arc~en~ciel, La' cryma christi, Luna Sea, MUCC, Nightmare, Pierrot, Shazna, The trax e X JAPAN
Casais: Yomi x Hitsugi, Ruki x Reita, Koji x Taka, Die X Shinya, Kyo x Sugizo (por enquanto)
Sinopse: Uma escola de música, na qual a obrigação dos alunos é... estudar música, mas como uma escola normal, acontecem coisas imprevisiveis coisas até bem previsíveis...Apaixonar-se é uma delas.
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comentário inútil pra quem non sabe, esse daí do avatar é o Levin ^.~
01,02,03,04,05,06,07,08,09,10,11,12,13,14,15,16,17,18,19,20,21,22,23,
Ongaku no uta - capítulo 24
A curiosidade de Kyo estava deixando-o louco. Queria saber o que Shinya foi fazer com os dois na enfermaria. Pensou que poderia ir lá, cumprimentar o enfermeiro, afinal, já o conhecia e sua psicóloga já lhe dissera que era importante interagir com as pessoas. Isso antes dele se revoltar contra ela para que os pais quisessem mandá-lo para uma escola de música, para se livrar dele.
Já tinha levantado e sentado umas três vezes, até resolver que ficar ali não adiantaria em nada, só ficava mais nervoso com o tempo passando e eles não voltando. Shinya tinha dito que não era para ele ir, mas nada o impedia de ficar lá por perto. Então o loiro levantou-se e saiu do quarto, decidido a ficar por ali perto, vigiando para ver a hora que eles saiam.
Desceu as escadas, observando os conhecidos Shou e Hiroto na escada, sendo que Hiroto chorava muito. Estava todo machucado, roxo, inchado; com certeza aquilo era resultado de uma briga, provavelmente no dia da festa. Shou parecia consolá-lo, mas ao notar a presença de Kyo, ambos pararam o que estavam fazendo para encará-lo. O loiro se sentiu acuado e apressou o passo para que saísse logo da vista dos dois.
A enfermaria não tinha uma porta que bloqueasse a visão daqueles que passavam pelo corredor. Mas para o azar de Kyo, nem Levin, nem Shinya e nem Nao estavam sentados na área de espera da enfermaria. Tinha um jovem loiro, com o cabelo cortado em chanel, parecendo um cogumelo e um rosto conhecido. Um moreno alto, meio sombrio, com cabelos na altura dos ombros, gesticulava encolhido, como se tentasse esclarecer algo.
- Mas eu já disse, não foi culpa minha! Não dessa vez! Eu estava cuidando dos novatos da escola! - Dizia o mais velho, gesticulando bastante.
O loiro entrou na sala de espera sem perceber. Só se deu por si quando todas as atenções se voltaram para ele e Tatsurou voltou a esclarecer o acontecido apontando para Kyo.
- Ele foi uma das pessoas que eu tive que cuidar! - Indagou o mais alto, apontando para o loiro.
- É verdade? - Questionou o auxiliar de enfermeiro de cabelos roxos.
- É. - mentiu Kyo, por estar com medo do que o veterano pudesse fazer.
- Olha, não se sinta intimidado pelo tamanho e pela cara desse aí, viu? Ele não é capaz de fazer mal a ninguém que não seja o Yukke aqui. - Comentou Kaoru, percebendo que o loiro se sentia intimidado.
- Não estou sendo intimidado... Ele estava comigo. - Respondeu Kyo, de forma firme que até ele pensou que era verdade.
- Então certo! - Respondeu o auxiliar, respirando fundo. - Tatsurou, você está liberado, e Yukke, vamos ali tratar desses ferimentos, porque eles não estão muito bonitos não. Ah sim... Kyo... Nao está terminando de fazer os exames e logo logo será liberado...
Kyo queria sentar-se ali na área de espera, mas sabia que se o fizesse e Shinya descobrisse, ele receberia mais uma detenção, então resolveu andar pelo hotel, deixar o tempo passar. Evitou passar pela escada para não encontrar com aqueles dois novamente. Resolveu passear pelo jardim. Lá tinha uma fonte e uma bonita visão do hotel estilo medieval. Era alto e com tijolos à mostra e os vidrais deixavam com um aspecto ainda mais medieval.
No meio do jardim, Kyo viu o banco que tinha se acomodado no dia anterior. Nunca tinha notado que ele era branco e muito menos que era tão enfeitado. Resolveu que esperaria um tempo ali. Não passou muito tempo e Kyo resolveu deitar-se e olhar para o céu. Era mais divertido.
Estava quase dormindo quando viu uma cabeleira ruiva e a cara familiar de Levin. Com o susto, Kyo ajeitou-se no banco, dando espaço para Levin se sentar ao seu lado. O ruivo o fez do bom grado e com um sorriso imenso no rosto. Aproximou-se um pouco mais e beijou brevemente os lábios de Kyo, deixando-o vermelho.
- E então? Como foi? - Perguntou o loiro, se ajeitando mais próximo do ruivo.
- Rápido. Eu fiz um exame e saí, agora o Nao já fez três e parece que vai fazer alguns mais.
- E são exames para quê?
- Não posso contar... - Ele olhou para baixo, encarando os pés que balançavam, já que não alcançava o chão direito. - Shinya nos fez prometer que não contaríamos, principalmente no caso de Nao.
- É algo assim tão ruim?
- Não, não... É só constrangedor...
Levin estava ficando vermelho. O loiro sentiu-se tão atraído pelo outro que depositou um beijo na bochecha do mais baixo. Levin virou-se para Kyo e os dois quase se beijariam, se não fosse Yomi, gritando e chorando pelo jardim, atrapalhá-los. O loiro e o ruivo voltaram suas atenções para o casal que saia do hotel discutindo alto.
Hitsugi saia do hotel atrás de Yomi, que corria chorando na frente. Ao passarem por Kyo e Levin o mais baixo encarou o loiro com raiva. Depois seguiu seu caminho para um bosque que ficava logo atrás do banco. Hitsugi passou pelo banco e desmanchou em choro no chão. Kyo já imaginava o porquê, mas Levin ficou boiando naquilo tudo. Hitsugi estava em posição fetal no chão, quase ao lado do banco. Kyo olhou para Levin como se dissesse que precisava conversar com o amigo. Levin entendeu e se retirou de volta para o hotel.
Kyo se aproximou do mais alto, abaixando para ficar na altura do outro.
- Ele descobriu?
O outro limitou-se a confirmar com a cabeça.
- Então, vocês brigaram feio...
Hitsugi repetiu o movimento.
- E por que você fez isso?
De repente o outro ficou estático. Nem ele mesmo sabia porquê tinha feito. Apenas seguiu o que seu corpo queria. Miyavi não era de se jogar fora, e no prédio do terceiro ano era conhecido por seduzir alunos. Foi quando Kyo lembrou da conversa que ouviu dos outros diretores naquela mesma manhã. Seria possível que as pessoas que eles falavam, na verde, era Miyavi. Com essa hipótese em mente, Kyo resolveu explicar tudo o que ouvira para o amigo.
- Não acha que você veio me falar isso um pouco tarde demais não? - Respondeu, rancoroso - Agora o Yomi não vai querer mais olhar na minha cara - Respondeu, voltando às lágrimas.
- Mas pelo menos é bom que você saiba... Ele poderia te seduzir e fazer coisas piores. - Disse Kyo.
De repente, Kyo notou algumas folhas atrás de si se mexendo. Sabia o que era e queria sorrir de felicidade pelo amigo, mas não poderia, ou quebraria totalmente o plano.
- Sabe... Você é um aluno muito conhecido nos outros anos... Provavelmente Miyavi ouviu falar na sua fama, e quis te ter, pelo menos uma noite... - Continuava Kyo. - Agora, foi azar seu você FICAR BÊBADO - Kyo enfatizou as duas últimas palavras, para deixar bem claro que o outro não tinha consciência do que fazia na hora. - Porque virou uma presa fácil pra qualquer um. Mas não se preocupe... Se o Yomi não quiser, qualquer outro aluno quer...
Kyo ouviu mais uma vez uma planta mexendo e agora ela pareceu um tanto quanto desconfortável.
- Mas... Eu não quero qualquer um... Eu quero é o Yomi... - Respondeu Hitsugi sem ter qualquer noção dos planos do loiro.
Foi quando a plante se mexeu de vez e Yomi pulou nas costas do mais alto. Até Kyo, que já sabia que o mais baixo ouvia a conversa dos dois, levou um susto. De repente Hitsugi foi atacado por uma série de beijos, além de ser quase sufocado com o abraço do menor. Hitsugi teve que esperar um tempo para raciocinar o que estava acontecendo. Mas seu sorriso foi de orelha a orelha quando percebeu que ele e Yomi teriam uma chance de fazer as pazes. Como prevendo os movimentos do amigo, Kyo saiu do banco na hora exata que Hitsugi fez uma manobra para levar Yomi para o banco, esquecendo totalmente que Kyo estava sentado ali. Satisfeito que os dois fizeram as pazes, Kyo seguiu o caminho para o hotel, ansioso para procurar Levin.
No caminho, Kyo percebeu que um cara alto os observava do canto do hotel. Curioso, ele foi até lá, reconhecendo imediatamente a pessoa de quem se tratava.
- O que está fazendo, Sugizo? Me espionando?
- Não é porque eu te perdi que eu não posso te observar, né?
- Já falei que eu já estou comprometido.
- Levin?
Kyo sentiu um frio na espinha. Odiava saber que seu ex sabia o nome de seu atual namorado. Tinha muito medo do que ele poderia fazer com o ruivo. Isso porque confiava muito mais em Shinya do que em Sugizo, e como Shinya já tinha lhe dito, ele era um cara perigoso.
- Não se preocupe - Sugizo continuou. - Eu não vou fazer nada à ele. - E o professor de cabelos rosa se retirou.
Seu sangue ainda corria frio pelas veias. Não confiava nada em Sugizo, e tinha muito medo do que poderia acontecer a Levin. Nem notou que estava sendo observado por outra pessoa, um tanto mais alto que Sugizo. Uma feição conhecida.
- Miyavi?
- Eu.
- Veio ver se seu plano de separar Hitsugi e Yomi funcionou?
- Não sei do que está falando.
- É claro que você sabe... Pegou o Hitsugi ontem!
- Desculpe, mas eu não sabia que ele tinha namorado... Tanto é que fui eu mesmo que conversei com Yomi, vim saber se eles se resolveram.
Kyo estava desconfiado demais para acreditar que as palavras do mais alto fossem verdade. Mas depois de um tempo, percebeu que tudo fazia sentido. Yomi ficou com raiva porque não foi Hitsugi quem contou. Kyo respirou fundo e sentiu a mão do mais alto na sua cabeça, bagunçando seu cabelo.
- Soube que você é um dos alunos preferidos de Shinya... - Começou Miyavi, andando para indicar ao loiro que o seguisse. - Você não sabe o que eu daria para ser o aluno preferido daquele professor...
- Também é a fim dele?
- Não, não... Ele é um dos melhores professores de música do nosso colégio. - Disse ele com um sorriso meigo. - Eu sempre me esforçava para ele me notar e começar a me dar aula, mas ele preferiu seguir o ramo da bateria, e acabou com o meu sonho. - O mais alto imitou uma cara de desapontado.
Os dois caminhavam para um grande parque aquático que ficava atrás do hotel, um lugar onde tinham variadas lanchonetes, sorveterias e até restaurantes. Miyavi saiu cumprimentando a maioria das pessoas que cruzavam seu caminho. Os dois andaram até uma lanchonete e Miyavi se apoderou da melhor mesa, estendendo o dedo para chamar o garçom enquanto continuava a conversa com o loiro.
- Me vê um drink caprichado... E pra você?
Kyo balançou as mãos.
- Eu não tenho dinheiro...
- Que isso, eu pago pra você, essa lanchonete é franquia da minha família.
Kyo arregalou os olhou e aí sim, ficou sem a mínima condição de responder, então Miyavi acabou pedindo um drink para o loiro. Não demorou muito e um dos diretores da outra escola entrou na lanchonete. Reconhecendo Miyavi, o diretor que segurava um gato cumprimentou o aluno com alegria.
- Miyabi-chan! - Disse o diretor.
- Tatsuya-san! - Respondeu o aluno.
- Que honra encontrá-lo por aqui! Fazia tanto tempo que não nos víamos - Disse o diretor, sentando-se em uma das cadeiras vazias que tinha na mesa. - Espero que nesse ano você repita o sucesso que foi ano passado! - Dizia o diretor animado, soltando o gato na mesa.
Kyo prestava atenção na conversa, mesmo sem entender, pois estava curioso para saber de quem aqueles professores estavam falando naquela manhã. Mas quando o diretor Tatsuya deixou o gato em cima da mesa, Kyo só conseguia prestar atenção no gato, de cor marrom, quase no laranja, olhos amarelos vivos.
- Eu também espero... - Respondeu Miyavi
- Vai tocar o mesmo instrumento?
- Não, esse ano eu estou mais elétrico.
- Vai tocar guitarra?
- Vou.
- Que pena, não vou poder torcer por você, tenho um aluno que vai concorrer contra você esse ano.
- Duvido.
- Já disse, se você tivesse largado o Yoshiki e tivesse vindo para mim, você não teria concorrente, eu só mandaria você.
- Que isso Tatsuya, eu gosto da minha escola.
- Mesmo sabendo que na minha você seria bem mais reconhecido?
- Mesmo assim.
- Me conte Miya-kun, o que te prende ao Yoshiki?
- Segredo.
Os dois riam à bessa, e Kyo ficou ali. Observando o gato. Com o gato o observando. Como se fossem dois apaixonados. O drink dos dois chegou, junto com um outro diretor.
- Ryuichi-kun! - Gritou Tatsuya, chamando o outro diretor. - Deixe-me te apresentar. Esse é Miyavi, aquele garoto prodígio do ano passado, no violão.
Miyavi fez uma revêrencia.
- Prazer.
- E este é...
- Kyo. - O loiro levantou-se, desfocando do gato pela primeira vez, e imitando o mais alto - Prazer.
- Eu sei quem você é. - Disse Ruichi, chamando a atenção de todos - O ex-namorado do Sugizo!
Os outros dois que estavam na mesa tomaram uma cara de surpresa. Kyo se sentia cada vez mais envergonhado. Somente o gato não o encarava, já que este decidiu descer da mesa. Kyo se sentia a ponto de explodir, quando, por pura sorte, um cachorro apareceu e começou a perseguir o gato do diretor Tatsuya. Todas as atenções foram para os animais, e Kyo pôde sair de fininho de volta para o hotel. Mas até no hall de entrada era possível ouvir a confusão lá de fora.
continua