(no subject)

Oct 10, 2019 23:24

Vinha escrever um olá aos vivos, mas tinha algo em draft... algo que comecei a escrever em Julho de 2012... 7 anos em draft. 7 anos.

Aqui fica uma janela para o 1º Primavera Sound no Porto

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Shit.
Ok, passaram outra vez uns meses desde o último post.
E vou escrever sobre uma coisa que teve lugar há mais de um mês.
Assim sendo, isto definitivamente não é um spot de notícias frescas.

Whatever.

Aqui vai.

Optimus Primavera Sound

Desde que o festival foi anunciado que fiquei com vontade de lá ir. O meu rico irmão tratou de me oferecer o ticket com bastante antecedência e por isso aqui o je andava em pulgas, especialmente com o palco ATP.

Muito resumidamente aqui fica a minha descrição do festival: maravilhoso.

Pronto.

Agora um bocadinho menos resumidamente...

De início era suposto ter ficado alojado no Porto, já tinha hotel reservado e tudo tratadinho, mas à última tive oferta de boleia para Aveiro e excelente companhia. Coisas dessas dificilmente se recusam. Adeus hotel.

Dia 7/6 lá arrancámos em direcção ao Porto, carro na Trindade, metro para Matosinhos.

Tenho que sublinhar que o festival esteve muito bem coordenado com a C.M. do Porto e que em termos de transportes públicos pouco mais se podia pedir: metro com bastante frequência e autocarros dedicados ao festival, disponíveis a todas as horas, prontos a distribuir a malta pela cidade toda.

Chegados ao festival e passada a parte do "troca bilhete por pulseira e toma lá mais um cartão sem o qual não entras" demos com um recinto... muito bonito. Nunca tinha ido ao Parque da Cidade e, ok estava à espera de relva, mas não estava à espera quase de um prado, com arbustos a separar uns palcos, árvores a rodear outros, etc... Até havia shortcuts para palcos por onde passávamos por baixo de arbustos, num cenário meio à Alice no País das Maravilhas.

Quanto ao público, o que imediatamente pensei foi "onde estão os tugas?". Era um número anormal de malta de fora. Estava à espera de bastantes espanhóis claro, mas a lista alongava-se: ingleses, franceses, polacos, americanos, russos, australianos e outros mais que não se entendiam lol. E eram muitos, à vontade mais de metade do público. Ah e a quantidade de "hipsters" era uma coisa parva. Às tantas comentei que se me pusesse a tirar fotos aquela gente toda que conseguia ter um photobook fresquinho para lançar na FNAC eheh

Assim, a 1ª impressão foi de muito verde, muita gente com toalhas (laranjas do sponsor, claro) abertas na relva, tudo num ambiente muito relax num autêntico auditório natural, com sol no céu e o mar ao fundo (bom, do lado direito...).

E com Atlas Sound no Palco Primavera lembro-me de pensar "Fds, isto é lindo. Quero os festivais todos assim."

Esta ficou-me gravada na memória enquanto mandava uma cidra pela goela baixo

image Click to view


(não o vídeo não é meu, thanks joaomauropedro)

Bom, vamos lá organizar isto. O festival estava dividido por 4 palcos. Palco Optimus e Palco Primavera (os "principais", quase lado a lado), Palco ATP (maravilha das maravilhas, estavamos numa clareira rodeados por árvores) e o Palco Club (o único num espaço coberto, a uns 100 metros do palco ATP, mas completamente diferente, num ambiente urbano à lá optimus alive). Outro ponto curioso, é que nenhum dos palcos estava esmagado por banners dos sponsors. Era tudo muito country style, muito tábuas de madeira com tubo de luzes a desenhar o logo do festival.



Get it?

Bom, agora a música.

Conhecia pouco dos nomes do festival e fiz questão de não andar a "fuçar" muito antes do mesmo. Nestas coisas surpresa é um factor importante, seja ela boa ou má.

Atlas Sound


- Conhecia algumas coisas de Deerhunter, mas quase nada de Atlas Sound. Bradford Cox sozinho no palco + uma guitarra acústica + loops + delays = Boa surpresa

The Drums


- Ok, conhecia algumas músicas. Basta ligar a TV e não é difícil apanhar uma ou outra. Foi nice, mas o Jonathan Pierce parece que está sempre a apanhar uma seca. À minha frente um casal de UK tira fotos com uma Lomo. Não me parece a coisa mais útil para fotos em concertos, mas... ok...

Suede
- de longe, sentadinhos na relva a descansar as pernas (que a malta já não é putos)... Fiquei com a impressão de estar a ver exactamente o mesmo lineup que vi em 2001 na Latada em Coimbra. Mal valeu o esforço de olhar para o palco só para ficar com a impressão de ter visto uma SG double neck, certo?

Mercury Rev
- Donahue, o homem que queria ser pássaro. É só. Até nem seria muito chato, se ele não insistisse em fazer a mesma pose para todas as músicas. Dude, poses estão fora de moda.

Acho que ainda espreitámos um bocado de The Rapture, mas passou-me meio ao lado... no dia seguinte haveria mais coisas boas.

Ora então, dia 8/6.

Yo La Tengo
- fiquei tão absorvido na actuação que nem tirei fotos. Prestar atenção a tudo, afinal é essencial perceber como é que estes gigantes sobrevivem desde 84. A questão é que não sobrevivem. Vivem. À vontade deles. E bem!

War On Drugs


- numa pose muito low-profile/estou de ressaca/a minha autocaravana está lá fora, venham lá ter depois, somos levados por melodias meio "bruce springsteen se não fosse mongo". Gosto bastante.

A seguir Rufus Wainwright traz-nos a hora de jantar. Escusado dizer mais, certo? Por falar em jantar, a área de comidas não era enooorme, mas tinha boa oferta. KFC foi a feliz contemplada com visitas diárias deste assíduo cliente... \o/ A zona do merch e afins era pequena, mas com excelente variedade e qualidade. Desde acessórios e roupas vintage, a posters custom de algumas das bandas, etc. E é isto que tenho a dizer de Rufus.

Flaming Lips


- Ok, já se passaram uns bons anos desde que os vi no Sudoeste mas... a espalhafatozidade visual é tipo x+1. Ainda mais confettis, ainda mais balões, ainda mais gente em palco, ainda mais tudo. Torna-se quase impossível prestar atenção à música. Ela lá está, ligeiramente diferente do que eu conhecia (já não ouvia há muito tempo), mas basicamente é o mesmo. Divertido, mas sem grande conteúdo.

De seguida, para o ATP e em força!

Shellac


- um dos mais esperados... que puta de maravilha. Que actuação mais desconcertante. Steve Albini, Todd Trainer e Bob Weston são uns SENHORES! E Todd quase num estado catatónico, meio a babar-se para cima da bateria, meio ausente, meio a vender imobiliário na Lua, sempre certinho, sem falhar uma pancada na bateria, sempre a reformar baquetas.

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Podem porém ver que ficou a meio... essa 1ª edição foi tão boa que é frequente regressar às memórias da mesma. Ainda há uns dias andei à procura de vídeos da prestação de Atlas Sound.

Enfim, desde então este ano foi o único em que faltei ao Primavera e vamos lá ver se para o ano lá vou.

Olá mr Dwyer e olá aos vivos



(adeus aos que foram)
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