[MISSÃO 30 FICS] Sangreal - Capítulo 14

Jun 12, 2006 23:26


Título: Sangreal
Autora: Yoko Hiyama hirenkoi
Livro: Harry Potter 
Beta: bela_chan
Classificação: Yaoi
Par: Sirius & Remus
Outros pares: Draco & Harry e one sided Snape & Harry
Comentários: Universo Alternativo. Baseado nos RPGs de Vampiro, Lobisomem e Mago. Com algumas adaptações livres. Aqueles que não têm intimidade com RPG, não deixem de ler as notas explicativas! ~Missão 30 fics~
Avisos: Cena de tortura. Violência.
Palavras: 2.766
Tema: Violência



Capítulo 14

Sirius nunca seria capaz de explicar, mas James sabia o que estava pra acontecer naquela noite.

- A vida é mesmo fascinante. - ele lhe disse, jogando a cabeça pra trás num sorriso, o fumo queimando no cachimbo. - Respirar, sentir fome, sede, frio, prazer, dor...

- Lá vem você com essas suas conversas... - Sirius resmungou.

- Amar, envelhecer...

- James! - Sirius já estava pronto pra protestar, mas o mago se adiantou a ele, concluindo o seu discurso.

- E... morrer.

James levantou-se calmamente da cadeira, o cachimbo abandonado, suas roupas esvoaçando com o vento da noite. Andou alguns passos e Sirius teve a impressão de ver um par de asas se abrir em suas costas (1). A porta da casa se escancarou e Sirius presenciou, confuso, quando todos os magos que habitavam o lugar foram surgindo aos poucos, se posicionando um a um ao lado de James, como se atendessem a um chamado.

O vampiro levantou-se da cadeira, incapaz de dizer uma palavra. O silêncio era denso, quase palpável, mas foi logo quebrado por gritos terrivelmente assustadores.

- Sirius... - a voz de James o sobressaltou, trazendo-o de volta a realidade. - Quero que me ouça com atenção.

Justamente quando essa lembrança de James invadia a sua mente, Sirius ouviu um clique de uma mala sendo fechada e soube que Remus estava pronto pra partir. O lupino levantou a mala e deu alguns passos adiante, olhando a sua volta como se quisesse guardar uma última lembrança do local onde estivera durante tantos anos.

- Vamos embora, Remus. - Sirius falou. - Precisamos nos distanciar o máximo possível ainda essa noite.

- Sim, vamos. - O lupino concordou, levantando a mala do chão e andando decidido até a porta. Sirius o seguiu e logo os dois ganharam a companhia da escuridão e do ar frio da noite.

Andaram em passos rápidos, a casa de Remus ficando lentamente pra trás, até sumir no horizonte. Sirius cheirava o ar, a procura de algo indesejado, antes de prosseguir por algum atalho que por acaso considerasse mais seguro. A certa altura, ele procurou a mão de Remus, como se precisasse saber que ele estava por perto. O lupino apertou a mão de Sirius, deixando que este o guiasse, apesar de conhecer aqueles caminhos melhor do que ninguém.

Seguiram viagem até alcançar uma enorme clareira no meio da densa e escura floresta, onde Sirius de repente parou, parecendo confuso com alguma coisa.

Remus seguiu o exemplo do vampiro, farejando o ar, mas tudo que sentiu foi um suave cheiro de madeira queimada.

- Alguém fez fogo por aqui. - Sirius falou. - O cheiro está me confundindo um pouco.

- É o que parece. - Remus falou, apressado, sentindo-se de repente incomodado com aquele odor imperceptível a faros menos aguçados. - Vamos embora daqui, rápido.

- Espera um pouco. - Sirius falou quando Remus tentou puxá-lo dali. - Estou me sentindo... estranho...

- Sirius, segure firme a minha mão e ande! - O lupino ordenou, puxando-o com um pouco mais de energia.

- Não consigo... - A voz de Sirius saiu fraca e Remus pôde ver que suas pernas tremiam. - Acho que preciso... descansar um pouco...

E, assim que falou isso, suas pernas se dobraram.

- Sirius, preste atenção. - Remus falou tentando impedir que o vampiro caísse no chão. - Não podemos ficar aqui... esse cheiro...

- Só um pouco, por favor... Cinco minutos.

- Sirius... Nós caímos numa armadilha. Temos que sair daqui. - Remus o segurou, praticamente arrastando-o.

- Nãooooo... por favor... - Sirius implorou, fazendo força pra ficar, seus olhos turvos e o corpo fraco.

- Ora, deixe-o ficar, meu caro Lupin... - uma voz asquerosa muito conhecida de Remus se fez ouvir, deixando-o paralisado.

Era tarde demais.

Remus voltou-se para Greyback, ainda segurando um Sirius quase delirante em seus braços.

- Vejo que o passar dos anos não o libertaram de certos hábitos desagradáveis.

Remus não respondeu, apenas olhou a sua volta, procurando alguma maneira de fugir dali. Mas não se surpreendeu ao perceber que estavam completamente cercados.

- Não adianta, Remus. É melhor você nos acompanhar sem reclamar. - Greyback avisou.

O lupino se colocou na frente de Sirius, protegendo-o com seu corpo de uma possível tentativa de ataque, mas o fato do vampiro não conseguir se manter em pé por conta própria o atrapalhava.

- Vocês não vão fazer nada com ele. - Remus falou, abandonando sua forma humana para aos poucos se transformar num homem-lobo muito mais poderoso, ganhando altura e força muscular enquanto gritava alto, alucinado pela dor da própria transformação.

As palavras de Remus, somadas a sua transformação completa, acabaram atiçando ainda mais os lobisomens que o rodeavam e, ao fim de alguns poucos minutos, todos rosnavam uns para os outros, prontos para se atacar a qualquer instante.

- Acho que você não tem muita opção de escolha, Lupin. - Greyback sugeriu, parecendo se divertir com a situação, antes de dar a ordem aos demais lupinos, sem qualquer resquício de piedade na voz. - Ataquem.

No instante seguinte, Remus era atacado ao mesmo tempo por cinco lupinos, mas soube recebê-los a altura. Seguiu-se uma luta desigual, em que Remus aos poucos ia sendo dolorosamente imobilizado pelas mandíbulas sedentas de sangue daqueles que um dia tinham sido seus companheiros. Mas a única coisa que realmente lhe importava naquele momento era proteger Sirius que, indefeso do jeito que estava, seria presa fácil daqueles lobos e, por isso, ele não sucumbiria de forma alguma a dor, continuaria a lutar com todas as suas forças.

Porém, não foi preciso muito mais tempo de luta para que surgissem os vencedores. Remus urrou quando finalmente foi derrubado pelo peso de seus agressores, deixando sua garganta exposta para o ataque seguinte. Era o fim da batalha e tanto ele quanto Sirius com certeza iriam morrer ali.

- Senhor, por favor, peça pra eles pararem. Se continuar assim, ele vai acabar morrendo! - Uma voz feminina que Remus conhecia bem interviu justamente quando ele estava prestes a perder a consciência.

- Não me diga. - Greyback respondeu, cínico.

- Mas o senhor disse que o objetivo dessa missão era matar Sirius Black! - Ela argumentou nervosamente.

- Claro, claro... Tudo a seu tempo, minha cara. Primeiro concluímos o que deveríamos ter feito há dez anos atrás e depois cuidamos devidamente de Sirius.

- Sr. Greyback! - Ela tentou falar mais alguma coisa, mas um ganido mais alto chamou sua atenção e, esperando ver Remus mortalmente ferido, acabou vendo o lupino que antes apertava sua garganta com os dentes tombar, surpreso, com as garras de Sirius enterradas em seu pescoço.

O lobisomem e o vampiro rolaram pela grama. Sirius visivelmente sob o efeito alucinógeno das ervas que havia inalado, mas ainda assim pendurado no pescoço do lupino como se sua vida dependesse disso. Isso fez com que os demais abandonassem o corpo muito ferido de Remus e corressem para acudir o companheiro em apuros.

- Basta! - Greyback falou antes que os lupinos concluíssem um ataque que certamente seria fulminante se atingisse o alvo. - Arrastem esses dois. Tenho umas coisinhas pra conversar com eles antes de matá-los.

Apesar de claramente insatisfeitos com aquela ordem, nenhum dos lupinos se atreveu a contestá-la e, segundos depois, tanto Sirius quanto Remus estavam sendo puxados sem qualquer delicadeza por alguns dos lobos, até chegarem numa caverna bastante conhecida por Lupin. Era um local terrível onde os lupinos gostavam de jogar seus prisioneiros. Feliz ou infelizmente, lobisomens não tinham o hábito de manter prisioneiros e quando o faziam, normalmente não era por muito tempo.

- Acorrentem esses dois. - Greyback ordenou. - Um de frente pro outro.

Os lupinos arrastaram os dois até a parte inferior da gruta, um lugar mal iluminado e fétido, que daria ânsias de vômito a qualquer pessoa de estômago mais fraco. Nenhum dos dois tinha forças pra revidar, mas Sirius soltou um gemido alto quando sentiu seus pulsos sendo envolvidos por correntes pesadas o suficiente pra esmagar um humano comum. Remus por sua vez estava ferido demais sequer para abrir os olhos, seu corpo coberto das chagas provocadas pelas mordidas dos lupinos com quem havia lutado, o sangue deslizando por seu corpo em quantidade suficiente para deixá-lo ainda mais fraco e desnorteado. Não havia qualquer dúvida de que os dois tinham sido derrotados por completo.

- Agora que estão confortáveis... - Greyback comentou, sem conter uma pitada de sarcasmo. - Eu tenho algumas perguntas pra fazer e sinceramente espero que vocês respondam.

Ele olhou especialmente para um Sirius ainda incomodado pelas correntes que o prendiam, mas longe de readquirir o controle total sobre seus sentidos a ponto de perceber o que estava acontecendo a sua volta com exatidão.

- Me deixe sozinho com esses dois. - o lupino finalmente ordenou para o resto de sua tribo.

- Mas, senhor... - A voz de Tonks novamente se fez ouvir, mas Greyback não permitiu que ela continuasse.

- Cale já essa boca! - A resposta veio num grito assustador. - E saiba que eu não estou mais nenhum um pouco disposto a agüentar suas insubordinações! Saia!

A expressão de Tonks demonstrou o profundo ódio que aquelas palavras lhe incitaram, mas apesar disso, ela não disse mais nada. Apenas deixou a caverna lentamente, logo atrás dos outros lobos.

- Enfim sós. - Greyback galanteou assim que percebeu que o último lupino havia saído do local. - E acho que vocês já devem imaginar o que eu quero saber.

Silêncio. Nenhum dos dois estava disposto, ou em condições para joguinhos mentais. Percebendo isso, o líder da alcatéia tratou de ser mais direto. Se aproximou de Sirius, olhando seus olhos repletos de devaneios, antes de perguntar:

- Onde ele está?

- Ele... ? - Sirius perguntou, os olhos revirados.

- Estou falando de Potter. Onde ele está escondido?

Sirius arregalou os olhos ao ouvir aquele sobrenome, mas a única resposta que deu foi uma risadinha alucinada. Greyback pareceu não gostar nada daquilo e a risada do vampiro foi abruptamente interrompida pelas garras do lobo que, com uma pancada violenta, abriram um corte profundo no seu rosto, fazendo-o balançar de um lado pro outro dolorosamente, preso apenas pelas correntes nos seus pulsos.

- Responda! - uma segunda pancada ainda mais violenta do que a primeira cortou seu peito diagonalmente de cima a baixo. Sirius gritou.

O vampiro abriu um dos olhos, o cheiro do seu próprio sangue inundando suas narinas de forma irremediável.

- Quem é Potter?

Dessa vez, Greyback o espancou furiosamente até que uma de suas garras se quebrou na carne de Sirius. Remus, que havia perdido a consciência por alguns minutos, abriu os olhos assustado, se debatendo em suas correntes num gemido sufocado ao ver Sirius gritando, seu corpo transformado em pêndulo humano pela violência com que o lupino o golpeava.

- Refrescou a memória agora? - Ele perguntou, assim que os gemidos do vampiro diminuíram um pouco.

Outra gargalhada neurótica de Sirius provocou uma nova chuva de golpes por todo o seu corpo. Remus não fazia a menor idéia de quem era aquele Potter, mas parecia que aquela informação era vital ao lobisomem pelo modo que as respostas evasivas de Sirius o deixavam cada vez mais furioso.

Depois de quase uma hora de tortura, o lupino desistiu de suas garras e se afastou um pouco, em busca de uma ferramenta mais eficaz. Voltou com uma barra de ferro pesada e cheia de pontas, que pela sua aparência meio gasta e suja, já deveria ter castigado o corpo de muitos no passado.

- Não... Não... - As palavras débeis de Remus nada puderam fazer para impedir Greyback de usar a ferramenta contra as costas do vampiro.

O barulho das costelas sendo esmigalhadas foi abafado por um longo uivo de dor de Sirius. Remus se debateu, desesperado para se libertar das correntes que o aprisionavam, enquanto gritava para Greyback parar com aquilo.

- Não se preocupe, Remus... Ele é um vampiro, isso pra ele não é nada. - Greyback falou antes de dar uma segunda pancada exatamente no mesmo local em que a primeira havia batido.

- Por favor, ele ainda está sofrendo com os efeitos das ervas... - Remus implorou. - Espere pelo menos até amanhã...

Uma terceira pancada fez Sirius vomitar sangue, seus pulsos já abertos pelo balanço promovido pelas correntes. O sangue deslizava em profusão por todo o seu corpo.

- Pare! - A voz de Remus era fraca, como se ele próprio sofresse toda aquela dor. - Por favor, pare!

Greyback olhou para Remus, parecendo ainda mais irado ao ver a expressão do mais puro desespero desenhada na face do licantropo:

- Não adiantou nada, não é mesmo? - ele perguntou, rosnando de ódio. - Eu deveria ter matado vocês dois!

- Do que está falando? - Remus perguntou, cansado, sem entender uma palavra do que o outro dizia.

Greyback não respondeu. Apenas jogou a ferramenta no chão, lambendo com gosto o resto de sangue vampírico em suas mãos enormes. Andou até Remus, segurando o seu queixo com tanta força que ele pensou que seu maxilar iria rachar.

Remus sustentou o olhar terrível de Greyback por alguns segundos, sem demonstrar sinais de medo. Era como se os olhos daquele lobo buscassem algo nos dele. Alguma revelação ou segredo que Remus não saberia dizer.

- Você envergonha a sua raça. - Ele quase cuspiu ao lhe dizer aquelas palavras.

- Não sou o único. - Remus respondeu, desafiando seu olhar e esperou por uma pancada que nunca veio. Greyback se afastou, sem dizer mais nenhuma palavra.

Mas Remus sabia que ele voltaria. E ainda mais sedento de sangue do que antes.

Draco estava cansado.

Na verdade, ele andava a beira de um ataque de nervos desde que aquele maldito Sabá resolvera aparecer na sua vida. Desde então, todas as suas noites não eram mais do que um terrível inferno.

Mas agora seria diferente. Draco tinha um plano que se desse certo - e daria -, Potter iria se arrepender e muito de todas as humilhações que havia feito ele passar.

Draco sorriu interiormente ao arquitetar seu plano, tratando de afastar pra longe uma incômoda lembrança de Harry naquela boate, lutando incansavelmente contra aqueles vampiros só para salvá-lo. Não, de jeito nenhum aquele Tzimisce havia feito aquilo simplesmente para salvar sua pele. Afinal de contas, a cabeça dele também estava risco, não é mesmo?

E nada poderia ser melhor do que aquilo para que Harry se sentisse no direito de pisar ainda mais fundo no seu orgulho. Draco também era forte. Ele com certeza saberia lidar com aqueles vampiros se tivesse tido um pouco mais de tempo pra isso. Mas Harry decidira bancar o herói, roubando dele qualquer possibilidade de se destacar.

Mas bem, Draco não estava devendo nada àquele vampiro. Tivera a oportunidade de inventar uma história pra Dumbledore a respeito do comportamento de Harry na boate, destacando sua total desatenção à regra de não quebrar a Máscara, mas não o fez. Retribuiu o gesto de Potter, elogiando abertamente seu procedimento e fazendo questão de deixar bem claro que quebrar a Máscara naquele momento tinha sido mais do que inevitável. O que não deixava de ser verdade. Feito isso, Harry estava livre de uma provável caçada de sangue conjurada pelo Príncipe por seu comportamento inadequado e ambos estavam novamente empatados.

Estava na hora de desempatar o placar. A favor dele, claro.

Draco levantou-se da cama, onde perdera alguns minutos tentando amarrar os últimos detalhes do seu plano e então foi ao banheiro. Tomou um longo e caprichado banho, se perfumou, penteou os cabelos loiros e só então se vestiu com um de seus ternos mais bonitos.

O resultado, o espelho lhe dizia, era estarrecedor. Draco tinha total consciência de sua beleza e naquela noite saberia utilizá-la muito bem. Ela e mais algumas coisinhas.

Deixou o quarto e se dirigiu sem qualquer pressa ao local que costumavam se reunir para as aulas noturnas, e quando abriu a porta, foi com satisfação que viu muitos pares de olhos voltados para a sua direção. Principalmente os de um vampiro em especial, que demoraram alguns segundos a mais sobre o seu corpo, num olhar que deixaria qualquer um envergonhado. Qualquer um menos Draco. Pelo menos naquele momento.

O Ventrue caminhou até uma cadeira livre, propositalmente a que julgou conceder ao vampiro o seu melhor ângulo, e simulou uma concentração no que McGonagall falava que na verdade, estava longe de existir.

Mal podia se conter ao imaginar por antecipação o que aconteceria depois que a aula terminasse...

Continua...

(1) Avatar - O livro de Mago é talvez o mais inconclusivo de todos que eu já li. Então eu preferi ser inconclusiva também. Afinal de contas, a realidade é minha! Por que eu estou dizendo isso? Bem, o que é o Avatar? Sabemos que ele é a fonte do poder mágiko. Sabemos também que ao ser abraçado por um vampiro, esse avatar é destruído. Mas o que ele é na verdade? Um espírito guardião? Uma força? Uma criação da mente do mago? Há muito o que dizer sobre isso, mas nada que me faça concluir que eu tenho que fazer um avatar assim ou assado. Mas a crônica de Mago faz do avatar um anjo que inclusive conversa com o mago. Por isso, eu optei pela figura das asas para representar a existência avatar, ou pelo menos a sua “materialização”. Eu duvido muito que um vampiro como o Sirius pudesse ver o Avatar do James, então usei a aparência de asas. Que fique claro que eu inventei isso porque queria que o Sirius visse alguma coisa. Mas a verdadeira forma do avatar, só o James que sabe.

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