"REVOLUÇÃO CINÉTICA" - OP... QUÊ?!

Jun 23, 2008 02:05

Chamem-lhe o que quiserem: op art, arte óptica, ilusória, etc. Nós não gostamos dela. Não simpatizamos com esta ideia do artista desafiar o nosso olhar. A coisa é enfadonha, redundante, vazia de conteúdo e o jogo que se estabelece entre obra e espectador deixa de ter piada ao fim de três minutos. Já para não falar no logro que é olhar para uma realidade aparente - e não é isso a tal união da arte com a vida, yada yada yada? Não, não é isso. Não é a mesma coisa. Aqui estamos a falar de equações matemáticas, efeitos ópticos e outras técnicas "misteriosas". Uuuuh... Tudo para enganar o espectador. Perder tempo a descodificar o que é fundo e objecto? Mas para quê, afinal? O nosso cepticismo em relação à op-art arrefece, no entanto, quando olhamos para um Vasarely ou uma Bridget Riley, mas... e o resto? Uma perda de tempo, um vazio completo, um cancro sem cura. Resumindo, tudo aquilo que nos leva a questionar o nosso olhar, a imagem que nos é descodificada pelo cérebro e a sua forma de processar essa informação, não nos interessa. Pelo menos, quando é apresentada daquela maneira. Marcel Duchamp tinha razão, em 1966, quando não  vaticinava um grande futuro à op art.
E foi isto tudo que sentimos quando visitámos a exposição "Revolução Cinética", no Museu do Chiado, que acabou no passado dia 16. A exposição, que contou também com alguns artistas portugueses como Nadir Afonso, Eduardo Nery ou René Bertholo, limitou-se a apresentar uma série de nomes históricos do movimento. Safaram-se os rotoreleifs do Duchamp, obviamente, ali enfiados não sabemos muito bem como, nem porquê. E também não percebemos porque é que, afinal,  não resgataram exemplos recentes, e igualmente válidos, do movimento. Assim de repente, lembramo-nos de um Ross Bleckner ou de um Philip Taafe, por exemplo. Enfim, uma perda de tempo. E pronto, podem fechar a loja, já destilámos o nosso ódio.



Bridget Riley
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