Cosmo slobo

Mar 12, 2013 11:57

Enquanto andava por aí, pisando na neve, senti meus dedos endurecendo com o frio
Segui as pegadas na areia gelada, solitário, no parque procurando o que ver
Uivos à distancia, passos furtivos e de repente estou cercado por uns 5 ou 6
Me olhavam como se eu fosse um grande banquete, mas a verdade é que eu não mataria a fome nem de um
Foi no momento do ataque que eles perceberam então que o mais faminto por ali era eu
E comecei a correr atrás da matilha perdida pra mostrar que eu também tinha desejos
E que não se deve contentar com migalhas e aceitar que a vida é isso e só

Pouco tempo depois estávamos correndo por entre os galhos negros, farejando uma nova caça
E que surpresa me fez quando ela falou "se é pra morrer por vocês...eu sou muito mais eu"
E se jogou num buraco no lago congelado e afundou até não poder mais afundar
E lá embaixo eu vi, mil sombras convergindo em sua direção
E meus parceiros já procuravam uma presa mais fácil, nem que fosse só pra mordiscar
Cinco horas passaram então a caça acabou, nosso desejo se realizou
Enquanto os cães repartiam a recompensa do dia comecei a me afastar
A matilha me olhou e farejou os meus passos, sabiam que eu não ia voltar

Já entre o bosque de árvores secas, os uivos saciados me fizeram sorrir
Eu lhes desejo sorte, mas se não for pra ter o que eu quero eu prefiro a morte e é assim que tem que ser
Eu vou vagar e vagar, sei lá onde vou chegar, subir numa árvore ou descer o rio
As presas só aguentam se o fruto da necessidade for o instinto e não a falta de pavio
Eu sei que há males que vem para o bem, e que a bondade que eu fizer não te faça mal.
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