May 13, 2010 13:35
Estou com o Manifesto Comunista na bolsa, com as palavras da minha mãe na cabeça, com frustração no peito. E quando estou assim, o que eu faço? Escrevo. E por quê? Porque essa é a única coisa que me faz sentir bem, porque é a única coisa que eu sei fazer. Preciso disso. Preciso ser quem eu quero ser, preciso crescer e aí chegamos a conversa de agora: Dinheiro e Consumo.
Acho no mínimo engraçado, as pessoas falarem o tempo todo de sociedade igualitária, de direitos iguais, de consumo exagerado, enquanto todos estão no mesmo barco. Hipocrisia mandou um olá, todos nesse mundinho compram. E duvido que vivam sem isso. Duvido, porque essa sociedade está moldada assim. E está para nascer quem vai conseguir mudar. Não adianta, não me interessa ficar discutindo isso, porque eu quero sim ter dinheiro. Porque eu quero poder dar uma vida diferente para os meus filhos. Me chame do que quiser, mas eu fico triste (e aposto que você também) de querer comprar algo e não ter dinheiro. Chegar a uma sala de aula e falar em sociedade melhor é complicado, porque enquanto todos discutem isso, estão comendo uma pipoquinha que compraram na cantina (essa cena aconteceu na minha faculdade ontem). Você já parou para pensar quantas pessoas não tem um pão, que dirá pipoca (que ainda era de microondas)? Vocês serão capazes de abrir mão do seu lanchinho pelo bem maior? Afinal, todos vocês trabalham, trabalham para viver e viver é consumir. Viver não é virar e falar: "só compro produtor orgânicos, estou fazendo bem para a humanidade." Viver não é falar: "vamos fazer os pobres usarem o dinheiro que eles tem para comprar comida e não para outros bens." E se o pobre quiser um carro? E se ele olhar para um aparelho de som e precisar daquilo para diversão? Assim como você, ele tem esse direito. Tire tudo do povo então, hora de distribuir as misérias!
ps: Isso foi a conclusão que obtive após um debate tenso na minha aula de inserção social, do curso de serviço social. Adoro dar minha opinião sobre esses temas, mas quero fazer isso por escrito, informando os outros, dando a opção de escolha, com jornalismo. E para isso, preciso de dinheiro. Tenho ou não razão de querer consumir meu sonho?