Eu sempre quis saber escrever, é uma merda não poder colocar em texto aquilo que me assombra em pensamentos, eu deveria entrar em algum curso capaz de me livrar dessa insidiosa sina, mas esse vai ser mais uma tentativa que procrastinarei.
Bom o intróito foi somente pra postar esse
texto. Queria ser o autor como queria
(
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Talvez mais importante do que a escolha de um caminho como esse, controverso e indubitavelmente problemático por ser de difícil reversão, fosse a adoção de alternativas de menor impacto financeiro e estrutural, investindo uma fração do dinheiro necessário em várias formas de energia alternativa (eólica, solar, térmica, etc), que entre outras vantagens tem a característica inerente de distribuir a grade de energia minimizando o potencial de falha e facilitando a migração gradual. Esta hesitação em experimentar e fundamentalmente em pesquisar (como você certamente sabe melhor do que eu) demonstra a miopia do governo com relação aos benefícios de qualquer dado investimento, congruente com a cultura popular - que beira a obsessão - do acúmulo financeiro inconseqüente.
... só pra constar... sabe como é... falar sozinho é meio frustrante às vezes... e tentar falar esse tipo de coisa em alemão é completamente inviável
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O modelo econômico que vivemos não permite a utilização de uma forma descentralizada de produção de energia, as formas produtivas mostradas ainda hoje não têm a capacidade de geração para se tornarem viáveis economicamente para as companhias geradoras.
Já um modelo hippie para a produção de energia seria uma solução se ampliássemos a capacidade desses equipamentos e principalmente a capacidade e durabilidade dos mecanismos de armazenamento, que na verdade são os pontos cruciais para seu funcionamento, algo que ainda engatinhamos, algumas boas soluções utilizando nano tubos de carbono, construção biológica, etc. estão para aparecer, porém continuamos esperando os resultados dessas pesquisas e não temos certeza se realmente surgirão.
O modelo hippie também trás algumas outras questões, a transferência dos custos de aquisição, hoje quem se utiliza de energia paga por serviço. A qualidade do serviço, muitas usinas utilizam resíduos para a produção de energia, e mesmo nós já tendo uma bolsa de energia madura, a aquisição dos equipamentos de controle e retransmissão, inviabilizam sua utilização na rede publica.
Não obstante a isso tudo o Modelo deve levar em consideração a cadeia produtiva inteira de energia, os gigantes cata-ventos são produzidos com materiais leves e duráveis, fibras de carbono e muiiiito muiiito alumínio (não ninguém te conta isso), só que alumínio gasta uma baba de eletricidade pra ser produzido, as baterias das células foto voltaicas contem mais poluentes que um tocheiro a óleo e armazenam tanta energia quanto.
Eu preciso procurar de novo os dados dos índices de poluição pra cada cadeia produtiva de energia, e meu amigo, acredite se quiser, quando se analisa a cadeia, energia nuclear não é algo que se possa desconsiderar, principalmente por que as formas de produção que tem a cadeia com melhor índice são as renováveis, álcool, mamona, dendê, etc. só que por mais bunito que isso possa ser, nos temos que plantar arroz...e outras coisinhas também...
Aqui nesse pais de merda, a coisa é bem pior.
Crio-se a idéia que nos passamos fome, e todos os recursos hoje são destinados a sanar a midiatico-fome da população, grana pra pesquisa esquece.
Voltou-se a se ter a idéia estatizante da economia, algo que eu acreditava estar soterrada, mesmo que todos os dados contradigam essa idéia, só para ilustrar, só o orçamento de Harvard no ano passado equivale à metade de todo.
Investimento em educação e pesquisa no Brasil, e quando digo todo é todo mesmo do pré ao pos doc.
O modelo hidroelétrico que em longo prazo é estrema mente pouco poluente e que tem índice ótimo de aproveitamento, foi trocado por uma miríade de fontes geradoras poluentes e caras, gás boliviano, madeira e carvão, e a queima de biocombustiveis.
Queimar biocombustiveis pra gerar energia elétrica e o maior absurdo que eu já vi, toda a idéia de produção desses deveria visar substituir a utilização dos fosseis em carros e é onde ele se mostra ambientalmente viável, produzir energia com eles é idiotice.
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Parece que o Brasil sofre da "Síndrome do PC novo" (inventei agora): você tá precisando de um PC novo pra poder melhorar seu rendimento (vamos supor que você trabalhe com 3D, por exemplo). Você vê o preço e pensa "hm, se eu esperar mais seis meses, pago metade!". Aí você fica seis meses rendendo cada vez menos, em comparação com o mercado, e quando finalmente compra o PC novo ele já virou fim de linha e o resto do mercado continua com a produtividade melhor que a sua. Resumindo: economia que mantém você atrás.
Bom, esse argumento não é muito científico, mas acho que demonstra bem alegoricamente a postura nacional de esperar que essa eterna melhor opção apareça.
De qualquer forma, vamos para outros argumentos.
Quanto aos empecilhos técnicos dos meios alternativos:
1) A criação de alumínio exige eletricidade uma vês. O resto do período de vida do equipamento ele produz energia. Esta balança certamente não é negativa a médio-prazo, muito menos a longo.
2) As células fotovoltaicas em si não necessitam de poluentes para sua criação e as baterias devem ser usada em qualquer tipo de malha de distribuição, portanto são um denominador comum e estão fora dos argumentos.
3) Os índices de poluição na criação não levam em consideração a poluição com o uso, no caso de energias renováveis, e como você mesmo mencionou, o impacto ambiental delas vai muito além do poluente.
4) Realmente a energia nuclear - quando implementada de forma responsável - tem o impacto ambiental bem reduzido, mas nós sabemos o quão provável é que a implementação nacional seja "responsável".
Quanto à viabilidade, acho que o problema não é no modelo econômico e sim no modelo político, afinal uma usina nuclear, em termos puramente econômicos é um enorme pepino. Construção cara, força de trabalho cara, material enriquecido caro e perigoso, malha de distribuição com poucos pontos de geração e portanto muitas centrais secundárias e o maior problema, ao meu ver: difícil migração.
Lembre-se: eu não estou propondo que as energias alternativas sejam a única fonte, só estou expondo o problema, que na minha opinião é a falta de ação. Estou defendendo que essas tecnologias, por mais que ainda não sejam competitivas centavo-por-centavo com o que temos atualmente, ainda seriam muito úteis para distribuir a infraestrutura nacional e incentivar o desenvolvimento decentralizado. Mesmo em centros urbanos elas poderiam ajudar muito, como é o caso aqui: vários semáforos, placas de ruas e etc são alimentados por células solares.
Eu acho interessante porque minha mãe trabalha exatamente com esse tipo de pesquisa de viabilidade no INPE e quem se interessa pelos resultados? Os gringos. Americanos, Canadenses, Franceses.
A Itália já está desde 2006 pagando menos por Watt em energia solar do que em formas tradicionais. Se até a Itália, de certa forma a piada da União Européia, consegue, o Brasil certamente pode (dadas as devidas proporções).
Mas no final, na Brasilândia, mais vale uma usina bem grande, bonita e icônica do poderio nacional, do que uma grade de infraestrutura bem planejada e eficiente.
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Energia - outra morte anunciada
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