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Jul 10, 2006 20:33

Há certas coisas que não me incomodam nem um bocadinho, mas por outro lado há outras que me magoam e corroem. Como por exemplo uma família que para além de ser pequena nem quer saber que existimos. É o caso da minha, que foi construída em alicerces de palha, tendo como exemplo o meu irmão que mora na Noruega. Irmão que não vejo à mais de um ano, e que está agora de férias a 20 minutos daqui, com a minha cunhada e com a minha sobrinha à 3 dias e ainda não nos nisse nada, nem sequer disse que cá estava. Soube-o antes de ontem por um dos meus manos, que por sua vez soube por uma colega de trabalho que foi sair com a minha cunhada. Falei com a minha sobrinha ontem na net, estava num bar com os pais a ver o jogo, que deve ser bem mais importante que a família. Isto parece uma novela, eu sei, mas infelizmente não é.
Eu devia era deixar de ser parva e ingénua, deixar de acreditar que tenho uma família normal e que gosta de mim (e lá gostar gostam, mas só quando precisam de alguma coisa) tenho de deixar de ser uma Madre Teresa e de estar sempre presente quando alguém precisa, porque depois a única coisa que têm para me me dar é uma valente patada, e um poço cheio de falsas promessas... Tenho mesmo de me convencer de uma vez por todas que a minha família são os meus dois irmãos que vivem comigo, que tomam conta de mim, que não deixam que me falte nada, e que à sua maneira se preocupam comigo e com o meu futuro. A minha família são os meus dois irmãos que sempre me criaram, que nunca me deixaram passar fome, que sempre estiveram presentes em cada passo do meu crescimento desde que me lembro de ser gente e que ficaram comigo quando a minha mãe morreu. O resto, o resto o tempo há-de apagar e ajudar a esquecer...
Mas...
Mesmo assim tudo isto magoa e corrói...
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