.sobre sincronias.

Jun 12, 2008 03:03

Título: Sobre sincronias
Autora: eu, Angie, cutesbela
Beta : Sem beta. Assumo o risco pela surpresa que quero fazer.
Gênero: sei lá, só sei que aí eles são eles mesmos. oiq
Pares: Frerard
Classificação: PG. Risco de diabetes.
Alertas: Tá uma bosta. Foi só um monte de pensamentos que tive de sopetão e que tentei juntar em uma fic, com um argumento qualquer. Não deve ter dado certo, mas eu tinha que tentar.
Disclaimer: Bem que eu queria, mas eles não são meus.
Sumário: Esse era o dia deles.

Bom, eu tinha que tentar. É Gerard e Frank, porra. E eu ando muito melancólica nesses dias, faleimesmo. Espero que gostem.

Era seu terceiro cigarro. Da última hora.

Sentado naquele quarto de hotel na insone New York, Gerard Way esperava. Mais precisamente, esperava por um telefonema, que seu celular sadicamente o lembrava de que ainda não havia chegado. Já eram onze horas da noite.

No dia seguinte, cedo, ele estaria embarcando para Chicago, onde encontraria sua esposa para um gostoso abraço, milimétricamente encaixado entre as datas da insana agenda de shows dela. Ela devia estar cansada, ele pensava com candura, entre uma baforada e outra de seu Malrboro. Bom, ele haveria de recompensá-la pela saudade e pelos encontros furtivos, assim esperava.

Mas amanhã, hoje não. Hoje era o dia deles.

Gerard nem se lembrava direito dos dias que antecederam àquele em especial. Sua memória tendia a lhe pregar peças nos momentos mais importantes, e ele sempre iria rir disso. Havia sido entre alguma bateria de ensaios? Sim, provavelmente. Mas qual? Ah!

Não....ele ainda não conseguia se lembrar direito daquela época. Mas o que importava? Esse era o tipo de acontecimento no qual o momento em si eclipsava qualquer outra informação que seu cérebro pudesse processar e guardar. O momento em que os toques se fizeram quentes e que os sorrisos se fizeram beijos. O momento em que Frank se fizera seu. Se Gerard não era capaz de se lembrar daquela época, ele tinha o dia gravado em sua mente com cores vivas. Ele sabia que, dentre todos os outros dias de sua vida, aquele havia sido o perfeito. Mas Gerard Way não acreditava em destino ou em coincidências.

Até aquele dia. Que outra explicação alguém era capaz de dar para aquela conversão de acontecimentos, senão a de uma sincronia perfeita do...cosmos, ou de qualquer outra entidade interessante assim? Vejamos: em mais um de seus dias loucos mergulhado em suas crises de abstinência (daí o motivo dele não se lembrar muito daquela época), Gerard foi deixado sozinho no ônibus da banda tendo justo Frank Iero como companhia.

O mesmo Frank, com o qual ele havia brigado feio na noite anterior, e não importava agora o motivo exato. Que havia sumido o dia inteiro, sem dar notícias. Que era seu melhor amigo antes de tudo, do tipo que completava suas falas, em um “timing” perfeito, para a diversão dos que assistiam suas conversas. Frank, que há tempos, quem sabe anos, vinha mostrando em seus olhos castanhos um desejo igual ao que ele trazia em seus verdes. Que estava tentando evitar sua presença, como ele mesmo estava fazendo. Que foi deixado sozinho com ele em um ônibus, quando suas reservas todas estavam no chão.

Havia sido em um 12 de junho. Ray lhe dissera depois que esse era o Dia dos Namorados em alguns países do Hemisfério Sul. Coincidentemente. Uma sincronia perfeita.

Desde então, essa passara a ser a data deles. E era perfeita assim: nem clichê demais para caber em seu próprio dia dos namorados, na América, nem aleatória demais. Em algum lugar mais pessoas além deles compartilhariam do segredo, e isso tornava tudo mais especial.

O resto era história. Da qual Gerard gostava de lembrar-se. A recordação daqueles anos lhe trazia uma nostalgia gostosa mas melancólica, apontando dias que não voltariam mais. Suas vidas haviam andado, os meninos haviam amadurecido.....escolhas tinham sido feitas.

Agora, Way amava sua mulher. Amava o riso fácil, amava a sensualidade libertadora, amava a mente artística e criativa, igual à sua própria. Não que ele tivesse deixado de amar Frank: se possível o fazia cada dia mais.

E era por isso que Gerard havia deixado Frank ir. Confuso, talvez? Mas ele preferia assim: manter o sentimento em uma caixa, como aquelas caixas de segredos de adolescentes confusas cheias de bilhetes mais confusos ainda. Covarde, provavelmente? Sempre que Gerard pensava sobre isso era a essa conclusão que chegava.

Mas se o que ele sentia não era além de um profundo medo de que seu menino fosse embora? Para os diabos com a covardia então, era esse o fardo que ele levaria até o fim. Frank, e Gerard tinha certeza, estaria sempre com ele se lhe fosse dada a escolha de retornar. Ele era o movimento. Ele era seu contrário, seu complemento. Ele era tantas coisas juntas, que um empata provavelmente enlouqueceria com apenas poucos minutos a seu lado. Ele era tudo do que Gerard precisava para tirá-lo da escuridão em que às vezes se colocava. Sobretudo, ele continuava sendo seu melhor amigo. E sem riscos de que um dia isso acabasse.

E então Gerard se encontrava naquele mesmo hotel, daquela mesma cidade, esperando por um telefonema de Frank. Era 12 de junho, quase à meia-noite. Era hoje que ele finalmente teria certeza de que, a despeito de sua covardia, Frank continuaria com ele. Como seu amigo, sua alma gêmea. Era hoje que ele teria certeza de que o outro tinha entendido sua decisão, por talvez ter tomado decisão igual. Mas caso o telefonema não viesse, ele entenderia também. Sua vida apenas retornaria, para seguir novamente a partir de antes do ponto deflagrado naquele 12 de junho.

E foi antes do quinto cigarro que o celular de Gerard tocou. E foi entre uma baforada e outra que ele ouviu aquela risadinha tão característica de moleque, antes mesmo de dizer “alô”. E foi antes de guardar o maço em uma gaveta qualquer que aconteceu:

- Feliz Dia-dos-namorados-não-tão-clichê, Gerard.

- Feliz Dia-dos-namorados-não-tão-clichê, Frank.

Não havia mais nada a ser dito. E eles desligaram os telefones ao mesmo tempo. O “timing” continuava perfeito.

PS: Eu pesquisei, tá? MSI tem show em Chicago dia 13. E eu não faço a minima idéia se em outros países é Dia dos Namorados hoje também. É que eu não quis deixar só no Brasil....pareceria prepotente demais. Sei lá, nem sei mais do que estou falando, oi?

/aloca

[frerard], [fic], [pg]

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