Santo ofício de um Tribunal.

Jan 24, 2007 03:12

Que nada valha o tudo que tu compreendes em teus maiores devaneios
e que tudo aguce os sentidos em teu maior desespero.
Sob a mais espessa massa esbranquiçada, o ouro!
E sobre o ouro, a catedral - forja indecente -.
Devoradores, danosos, decadentes...dados!
Rolam, esquadrinham o infinito num vício mórbido
de uma única face, ferida, fatal.
Ergueu-se a arte às custas do suor
e sobre pedra edificou a sua igreja.
Mas de que vale o ouro esculpido pelo gotejar de sangue?
De que vale o sangue derramado pelo esculpir de ouro
Fulvo, pálido, cobre...?
confuso, difuso, luso...
angelus, sino, dobre...
Façam a fogueira! Queimem as bruxas! Ceifem os próprios sonhos!
E o que é você no meio disso tudo? A esperança trancafiada na Caixa de Pandora!

Glauber Chagas Teixeira de Moraes
Previous post Next post
Up