Natal, natal...
Sabe, eu acho uma baita graça desse tal "espírito natalino". Coisa mais cafona é esse "espírito natalino". É muita troca de falsos sorrisos, é muita troca de falsos abraços, e alguns beijinhos de bochecha com bochecha. Aliás, bochecha com bochecha é mais sem graça que "Malhação" - nada contra quem gosta -. É sempre aquele "Feliz natal!" por educação e os mesmos votos da época em que o Zé Ramalho nem tinha escrito "Chão de giz". Aliás, esses votos ainda são em cédulas, só pode ser - eles estão muito desbotados e com pouca cor -. Ou porque a cor saiu com o tempo; ou porque o sorriso é amarelo. Se bem que amarelo é cor, mas no sentido conotativo do sorriso, amarelo é branco e branco é amarelo, vai entender. Eu gosto mesmo é da Festa Junina. Ah, eu acho uma felicidade só as crianças saindo na rua todas arrumadas com aquelas supostas vestes do interior - é um charme só. As pintinhas feitas com delineador no rosto das meninas e o bigodinho nos rapazinhos, além do que, como bom descendente de escravo, eu gosto daquela muvucada nordestina com sotaque engraçado misturando o caipira interiorano com o pessoal da seca. Dessa citada muvucada nordestina, exclua a pseudo-intelectualidade baiana. Coisa mais brochante é essa pseudo-intelectualidade do Gil e do Caetano. E o Gil ainda vai para o ministério da cultura falar que fuma um baseado - nada contra quem "dá um dois", nada contra mesmo! O problema é que sendo ele ícone cultural (para alguns), musical(para a maioria) e baiano(para todos), fica complicado dar uma declaração dessa, sendo ouvido/lido por milhares de pessoas sem uma opinião formada. Eu nem sei se maconha faz mal, para ser sincero, mas o pai diz que faz, então é nele que eu acredito. Ah, acreditar no meu pai e no pivete da esquina que cheira cola, eu acredito no meu pai, sabe? E o Caetano? A Marília que me perdoe, mas o Caetano com aquela moleza/marketing habitual e aquele, já batido aqui, sorriso amarelo, tentando dar as pseudointelectualizisses dele me enerva, enerva mesmo, acho que é o sotaque. Ah, nem é, eu gosto da Nana, mas quem não gosta da Nana, né? Ah, o fato é que eu gosto de cocada, pé-de-moleque, quadrilha e chapéu de palha e eu até danço. E o melhor: Na quadrilha não tem beijo de maçã do rosto, tem beijo de lingua, beijo sincero e suor! Um "feliz natal" com espírito junino a todos!