Título: Vinte minutos
Fandom: Supernatural (CW)
Spoilers: Não há.
Rating: PG-13
Avisos: Pré Stanford. Incesto absolutamente casto!
Par/Personagem(ns): Sam/Dean
Disclaimer: Apenas uma ficção que não tem a intuição de benefício capitalista ou maldizer da série e personagens, só entretenimento.
Sumário: Eles possuem pouco tempo numa manhã: meia hora no máximo.
Vinte Minutos
- Acorde e brilhe luz do sol!
Escutou tal frase ao mesmo tempo em que uma boca molhada se imprimia sobre suas costas e deslizavam pela espinha ainda adormecida. Então, abrindo um de seus olhos preguiçosamente pode enxergar a manhosa infiltração dos singelos raios solares de inverno lambendo uma cama vazia e um cabide de madeira. Ele não tinha mínima força em quaisquer de seus músculos e com a languidez sonolenta digna de um gato, conseguiu ronronar antes de envolver-se completamente no calor do cobertor felpudo e nos dentes que arranhavam seu ombro.
- Não... Muito cedo - Ele assegurou que seu confortável travesseiro esbranquiçado não lhe fugisse da cabeça ao enterrar uma de suas mãos na fronha. Foi quando sentiu o corpo acima de si moldar-se ao seu lado na estreita cama de solteiro, e um hálito quente realizar cócegas em sua orelha esquerda. - Volta a dormir.
O outro riu de sua frase antes de emendar:
- São seis e trinta e quatro da manhã. - Ele sentiu dedos lhe escorregarem com um leve toque como se tratasse de um deslizar de um pano pela linha de sua coluna vertebral. A única coisa certa que ele sentira fora um arrepio cristalino em cada singular pelo de seu corpo, e esboçara um sorriso com a frase que viera a seguir: - E contando a partir de agora, nós temos vinte e seis minutos antes que o pai derrube essa porta nos chamando. Vinte e seis minutinhos...
- Vinte seis minutinhos? E o que eu vou fazer em vinte e seis minutinhos?
Um sussurro acabou engolindo a mísera quantidade de molécula de ar que estava pendendo no curto espaço entre os narizes de duas faces postas frente a frente. Ele, com toda a sua sonolência, parecia ser chamado ao mundo real com um par de olhos esverdeados como num vasto campo de alecrim enquanto o outro, com um exuberante sorriso, encontrava palavras num recessivo vocabulário.
- Algo incrível, fantástico... Promessa.
Ele riu, abafando o som de sua garganta com o travesseiro que estava preso em seus dedos. O travesseiro possuía um cheiro impossível desse que havia acabado de falar; um perfume que nem se ele quisesse, conseguiria livrar-se. Havia sido tão bom adormecer aninhado a esse cheiro...
- Tenho outra escolha se não confiar no meu irmão mais velho?
O irmão mais velho acabou por sorrir indecentemente, clareando a visão que ele possuía e num profano desejo, ele reivindicou para si os lábios que um dia foram formados pela união do mesmo homem e da mesma mulher que, num outro dia, seus lábios também foram.
Aqueles lábios pela manhã possuíam um gosto puro de saliva, nada mais e nada menos. Um gosto nulo que fazia com que o coração de ambos pulasse como se estivessem caminhando em uma trilha desigual, afastando-se cada vez mais da cobiça que possuí o mundo terreno e alcançando uma paz destinada apenas ao espírito. Uma paz sem igual que os faziam perder-se num emaranhado de sensação tal como ternura e a certeza de proteção única.
Ao desfazer da união dos dois lábios, ele ouviu algo que era tão imprescindível ao caráter do irmão e que não havia ninguém mais que pudesse reverter uma situação com uma simples frase. Algo que sempre beirava a idiotice e que ele sempre fazia a questão de revirar os olhos para então, no íntimo rir sozinho.
- Agora nós só temos vinte minutinhos Sammy.