Sep 11, 2009 23:56
Pedido de Clemência
Neste mundo inclassificável
de vastos significados que não se encaixam,
sequer produzem efeitos sobre alguém de forma necessária
Mas, aos mais que amados:
Peço longa vida às estrelas e sóis!
E morte aos recatados encostados numa fria parede de tijolos
(Os únicos confidentes que lhe emprestam os ouvidos)
Porque continuar a andarilhar sem motivo prévio de afeição
É apenas doloroso,
Longa vida às estrelas e sóis!
Que estes sim são feitos para o amor,
Enquanto outros não passam de mendigos
Mendigos da solidão propícia aos infrutíferos pensamentos nesta sociedade
Sempre alvos de chacotas, pobres imbecis que sequer sabem aonde vão!
Longa vida às estrelas e sóis,
Continuem a brilhar nesta intensidade ofuscante de seus sorrisos
Porque estes sabem sorrir de tudo
(Afinal, encontram motivo)
Mas, aos indesejados frios e apagados e reclusos e tristonhos...
Morte!
Quais vidas vivem se não o paralelo de seus sonhos que servem como refúgio?
Longa, longa vida às estrelas e sóis
Estes que são a razão do não-suicídio nos fracos,
pela sua beleza e graça
Brilhem! Brilhem como se não houvesse outra vez
E morte desfocada aos planetas distantes e vazios e perdidos
Estrelas e sóis: Extirpa-os deste Universo!
(Porque não devem habitar o mesmo lugar)
Deixe, por favor, que não sofram;
Estrelas e sóis! Vivam!
Ofusquem! Ofusquem por todo o sempre e de uma única vez
estes planetas negros e desorbitados e apagados
que só pedem uma muda e singela clemência:
O desaparecer na morte.
versos