jack-of-all-trades and master of none

Jan 29, 2008 21:26

as vezes eu penso que as decisões que são tomadas na minha vida vão me perseguir pra sempre e por isso fico num círculo vicioso por muito e muito tempo.
mas o tempo, muito e muito tempo passa e vou sentindo que estou estagnada. é, as decisões podem ter impacto pra sempre, mas nem por isso não posso mudar de idéia.

eu mudo de idéia de cinco em cinco minutos.

sempre fui uma pessoa muito radical, oito ou oito bilhões. um exemplo clássico são as minhas dietas. ou eu corto totalmente carboidratos ou como um bolo inteiro com um pote de sorvete de chocolate.

mas o bolo de chocolate pode vir de várias formas e tamanhos na minha vida.

quando faço três pedidos pra estrelinhas e placas de carro, são sempre duas coisas fixas e uma que eu mudo. não precisa ser nenhum gênio pra saber que as duas fixas eu nunca resolvo por completo e sempre realizo as últimas.

mas esse ano eu resolvi me perguntar o porquê disso tudo.

eu me perco nos meios

traumas de infância que me perseguem e moldam uma personalidade totalmente descontrolada.

mas a vida não é um checklist e os fins não são os meios.

se você chega ao fim de um caminho sem passar pelo meio, você não está chegando no fim real, e sim entrando em mais um país das maravilhas que te deixa mais longe do seu destino final.

é assustador pensar que eu nunca pensei em mim de verdade e que nunca me valorizei, sempre procurando o fim do meio que estava na bagunça da minha cabeça. é assustador, mas é verdade.

as palavras da minha mãe: "cida, você precisa dar um jeito na sua vida" ecoam todos os dias na minha cabeça e estão cada vez mais fazendo sentido.

eu estava perdida nos meios.

ela só quer que eu preste atenção nos detalhes que são deixados de lado quando mergulho em turbilhões de novos comportamentos levados por situações que são criadas exclusivamente por mim e pela minha obsessão com os fins. detalhes como me organizar, não gastar compulsivamente, segurar meus instintos e pensar no amanhã. coisas bobas, como me cuidar e não me deixar de lado. todos os pequenos ingredientes que me fazem uma pessoa mais pronta pro futuro.

tomo atalhos pra chegar em fins criados apenas na minha imaginação e vou ficando mais e mais longe do fim que eu sempre quis.

com 25 anos eu já acreditei ter chegado na grande conclusão incontáveis vezes. e talvez por esses erros que cometi, fui aprendendo que não estava nem perto. mas mesmo assim saia e cometia os mesmos erros. talvez eu seja burra, mas talvez eu finalmente esteja aprendendo.

talvez isso seja crescer.
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