Chá e cigarros: uma apresentação

Mar 15, 2013 17:15

"Created on 7 June 2004, Last updated on 27 March 2006" (que vergonha!)

Resolvi colocar esse journal de volta à ativa, com grande incentivo da Isa e da Kar.

Enquanto meu diário (vulgo "Sylvia") não chega, estarei escrevendo aqui. E depois que chegar, continuarei mas obviamente não as mesmas coisas.

Ontem comecei a ouvir Hanson, não escutava há muuuito tempo. Não sei precisar. Foi... estranho. Ainda sei a letra de todas as músicas de cor.
...Isso não se encaixa muito bem num post de apresentação, não é mesmo?
O fato é que sinto saudades da minha infância/adolescência. Acho que estou numa crise existencial. Em plenos vinte e seis anos de idade.

Desde a última vez que escrevi aqui, como diz aí em cima, em 27 de março de 2006 - há quase exatos 7 anos atrás - não muita coisa significante aconteceu, o que é bem triste. A única coisa que me lembro foi ter cortado o cabelo de forma radical em janeiro desse ano. Penso que esse será meu corte até os 35 anos. Não aguentava mais aquele cabelo lambido de crente, ainda mais no calor que anda fazendo.

Voltando à minha crise existencial, outro dia achei meu caderno com poesias e textos que escrevi até uns 16-18 anos de idade. Sinto falta de escrever aquelas coisas, daquele jeito. Mesmo que sejam poemas de amor bobinhos, ainda são poemas. Hoje em dia não consigo escrever nem haikais!

(Isso está sendo um bom post de apresentação? Creio que não.)

Mas que se foda também. Esse journal é meu, a apresentação é minha. Boa ou não, eu que estou escrevendo, do meu jeito. Bah.

Voltando à retrospectiva...

Em 2004, no ano em que criei este journal, muitas coisas especiais aconteceram: conheci pessoalmente a Bibz, minha sis de Santa Maria que conheci na internet em 1998 (!!!), conheci minha BFF Mari, conheci o Rodrigo, conheci o mundo dos filmes clássicos - assim me tornando a cinéfila louca que sou -, e fui fantasiada de coelhinha da Playboy gótica no Halloween. Bons tempos.
Porém, o final dele não foi tão bom assim. Foi aí que as coisas começaram a degringolar. Me mudei pra Campinas a fim de ficar mais perto do meu pai que mora numa cidade ao lado, e acabou que: 1) fiquei mais distante dele (psicologicamente. Aquela velha história de "tão perto e ainda assim tão longe"); 2) entrei numa depressão fodida; e 3) fiquei viciada em remédios pra dormir.
Um pouco antes disso morei mais ou menos um mês em São Paulo capital, na casa de uma senhora, para estudar. Resumindo: São Paulo é uma merda. Muita gente, muita ladeira, muita formalidade.
No final de 2005 já estávamos tentando vender o apartamento de Campinas e mandando reformar o que moro agora, que meus pais haviam comprado mais ou menos em 97-98. Eu fiz a decoração e ficou a coisa mais linda, principalmente o meu quarto.
Enfim, a saudade da minha Cidade Maravilhosa era tamanha que em Dezembro de 2005 vim passar as férias aqui. ~Até revi meu ex!~ E em mais ou menos março/abril de 2006 já estava de volta. Mas antes, passei uns dois meses num apartamento de temporada em Copacabana, até o meu apartamento ficar pronto. Foi uma merda, aquilo parecia um prostíbulo.
E de lá pra cá realmente não aconteceu muita coisa. Pelo menos não muita coisa boa. Em 2009 perdi meu melhor amigo, meu maltesinho Puppy. Ele ia fazer 15 anos. Já estava velho e senil. E em 2010, nem um ano depois de perder o Puppy, perdi minha gatinha Clem. Ela ainda era novinha: tinha 4 anos. Teve um problema no fígado e ainda consegui mantê-la viva por um mês, depois disso entreguei à Deus.
Foram muitas mortes seguidas. Ano passado foi o Simba, o "gato da enchente". Por que chamávamos ele assim? Bom, no começo de 2011, quando tiveram aquelas enchentes aqui no Rio, uma tarde apareceu um gatinho bem pequenininho aqui na porta do meu apartamento. A porteira que viu e nos interfonou perguntando se era nosso. Abrimos a porta pra ver se algum gato havia fugido e lá estava ele: sentado no tapete da entrada, como se estivesse nos esperando. Acredito que ele tenha sido um anjinho, daqueles que passam por nossa vida rapidamente só pra trazer um pouco de alegria.
Outra coisa ruim que aconteceu em 2012: quase fiquei cega, literalmente. Tive mioclonia espástica, que faz os músculos dos olhos se fecharem involuntariamente. Sabe o Homem Pálido de O Labirinto do Fauno? Pois é. Eu estava tipo ele, segurando os olhos... só que no rosto.
Na verdade, acho que a única coisa realmente boa de todo o ano de 2012 foi ter conhecido pessoas maravilhosas como a Kar, a Isa, a Lu e o Pedro, que acabaram se tornando verdadeiros amigos, do coração mesmo.

A vida é engraçada. Agora, em 2013, nove anos após a criação desse journal, voltei a ter mais contato com o Rodrigo e não me lembro a última vez que falei com a Bibz.

Bem, já que falhei em me apresentar adequadamente, deixarei descrições que meus melhores amigos fizeram de mim (quer coisa melhor do que isso?):

“Roberta já é sensualidade pura. Só faltam 14 anos para os 40, então já dá pra imaginar. A moça com a maior coleção de DVDs, ela tem uma locadora em casa e muitos gatinhos. Essa amante de gatos e sapatos e cinema é mais uma linda no meu coração. Sabe sambar e cantar funk, mas aprecia mesmo é música clássica e indies virgens. Ro, te amamos. Besos calientes.” -― Isabella

“Ro, osada e alegre. Até hoje eu não sei bem como ela veio parar na minha vida, mas agradeço a Deus a loucura de ter seguido ela no twitter. Acho ela mó gostosa, quero casar com ela, somos bem parecidas, pretendo roubar a maior parte da coleção de dvds que ela possui, ela num anda ela levita e te amo sua linda!” -― Karla

“Roberta Soares é A CINÉFILA DE IPANEMA, ela não anda, ela desfila pelo calçadão de Copacabana toda trabalhada na Kate Winslet com Thora Birch (wtf). Mais rica que o Eike Batista, Roberta tem uma montanha que ela chama de coleção de DVDs, cheia de filmes desde nacionais das Americanas até Blurays importados da Tailândia, deluxe reluzente, filmes tão lindos quanto ela, doida como a Clementine Kruczynski, depressiva como Sylvia Plath, ácida como uma mistura de Daria com Enid e ousada como Scarlett O’Hara jurando que nunca vai passar fome outra vez num cenário alaranjado clássico. Essa é minha amiga eterna das redes sociais e dos sms do meu celular sem câmera pro dela que deve ser um iPhone 60 belo como ela, te amo <3” -― Pedro

“'Um soco no estômago do paint' deve ter sido o primeiro discurso do rei que imaginei quando recebi, em pleno distrito nove, os ícones para MSN que a srta Roberta Singer me enviou. A partir do envio de dados, imagens de filmes e percepções do espaço tempo das celebridades fomos nos envolvendo em vórtice de amizade que apesar da intensidade não queimou o triacetato de celulose, realçando a insustentável leveza do ser que sempre foi aquela menina carioca. Apesar do Up e das altas aventuras, um pequeno GAP ocorreu entre períodos de movimentação contínua de nossas vidas, porém um brilho eterno nunca se extingue e a mente sem lembranças foi recuperada como uma luta, naquele clube, que é sempre relembrada pelo contador de histórias. Recuperados, os bons companheiros não ficaram em pleno silêncio dos inocentes, mas a amnésia de 12 homens nunca é uma sentença e a matriz do oitavo passageiro não ficou somente em outra história americana, mas continuou se desenvolvendo em nível de amizade que além das tangerinas e diversas cores que poderiam mesclar as guerras nas estrelas, o coração sempre permaneceu firme e vermelho, como um pacto de sangue, na bela vida que agora é compartilhada, apesar dos gladiadores diários, mas em tecnologia letrada sob o domínio da amizade, digitada, visualizada ou cantada na chuva, deitada em visões aéreas ou sob a ponte do Rio Kwai, o dilema é simples: quanto mais quente melhor e simplesmente pode acontecer naquela noite quando o segredo dos seus olhos brilharem na natureza selvagem.
Voltando do labirinto do fauno para descrevê-la, nada mais justo que envergar as memórias de uma levada da breca em plena disney para atuais posturas de chapéus e diversos gatos, porém permanecendo sempre firme com o coração valente e a bravura indômita de uma princessa Mononoke.
Quando o telefone tocou pela primeira vez, não se discou M para matar mas a consoante comum de ambos que até de início já combinavam, o tempo pode aplicar feitiço que deixará todos os incompreendidos em conflitos internos e apesar de não ter matado facínora, em nome do Pa' brado além da ilha do medo e das cercanias de Montauk que você sempre pode contar comigo, durante a primavera, verão, outono, inverno e primavera.PS: Não acho que devo ter feito uma descrição ao estilo Dalí sua, mas, sabe muito bem disso que não sou igual aos outros, mas acho que essa deve dar um bom entendimento e divertimento para encontrar alguns filmes expressos e ocultos nas palavras.” -― Rodrigo

“Ro é daquelas que ... não pera, ela é única, sério. Sempre amiga, honesta, divertida, e falar com ela no telefone é a melhor coisa do mundo. Ver filme com ela é uma das coisas mais prazerosas do MUNDO, há pessoa melhor para falar de Truffaut, Fargo, do que ela? enfim, te amo linda <3” -― Louise

(Faltou a descrição da Mari)

PENSAMENTO DO DIA:
"...Eu costumava ser engraçada. Seria o início de uma depressão? De novo?"



P.S.: AH, SIM! Não podemos esquecer que nesse mafuá todo que foi minha retrospectiva, a Kate finalmente ganhou o Oscar em 2009. Até minha mãe chorou! ← importante

primeiro post, retrospectiva, 7 anos depois, vida, apresentação

Next post
Up