O Último Rei da Escócia (projeto)

Feb 12, 2010 21:24

Então. O meu novo projeto está indo bem, talvez porque una três coisas que amo: mpreg, Harry Potter e monarquia inglesa. Mas eu queria realmente ter outras opiniões. Por favor? ;_;

E acho que errei na primeira projeção.











I have written 2,760 of 20,000 words.
I am now 13.8% done!

no frills wordmeter

O Último Rei da Escócia

Capítulo 1 - O Tratado

Escócia, maio de 1598

“Sua Alteza Real, o Regente Lucius da Escócia!”

Draco não se virou imediatamente para o pai. Boas notícias não deveriam ser para ele. O Regente só vinha aos seus aposentos privados quando os acontecimentos eram desfavoráveis demais para esperar por uma audiência oficial - como, por exemplo, as freqüentes derrotas do exército escocês frente à Inglaterra, o que aborrecia Draco mais do que devia aborrecer Lucius. Coroado no primeiro dia de vida com a morte da Rainha Narcissa I da Escócia no parto, o rei nunca fora a favor da guerra contra os ingleses. Temia uma derrota seguida pela anexação do território escocês. Muitas vezes conversara com o Regente a respeito, mas Lucius, orgulhoso, estava convencido que a melhor maneira de assegurar a independência da Escócia era firmando-se militarmente frente a Inglaterra, para que não acontecesse novamente o que se sucedera aos galeses.

Draco não era de tal idéia. Apegava-se a diplomacia, ao conhecido pacifismo do Rei Arthur II da Inglaterra, que só atacava se fosse atacado, e a aliança duradoura com a França, que lhe dava certa segurança. Considerava a guerra um desperdício de recursos desnecessário. Quando se tornasse rei de fato dali a duas semanas, em seu aniversário de 17 anos, tomaria providências imediatas para encerrar a guerra, quer agradasse o pai ou não.

“Vossa Majestade” disse Lucius, curvando-se brevemente quando Draco finalmente se virou.

“Pai. Que notícias traz?”

A expressão do regente não era tão negativa quanto o rei esperava.

“Lembra-se, Majestade, que há poucas semanas discutimos sobre seu casamento?”

“Sim, me recordo.”

“Falei naquela ocasião sobre lady Parkinson, que, como bem sabe, também está na linha de sucessão do trono da Escócia.”

“Nada tenho contra lady Parkinson” disse o rei, um pouco intrigado “Pensei que tudo já estivesse arranjado. Há algum problema?”

“Nenhum, Majestade.”

O regente foi até uma das janelas do aposento, observando o tempo tempestuoso e os jardins do palácio real, aparentemente pensativo.

“A Inglaterra ganhou a batalha de Dumfries há algumas semanas” disse ele depois de alguns minutos.

“Sim, me recordo. Já mostrei minha opinião a respeito.”

“Na ocasião, um mensageiro veio a mando do rei da Inglaterra, propondo fazer um acordo.”

“Acordo?”

Lucius, que até então continuava a observar os jardins, virou-se para o rei.

“Pensei que era a favor da paz.”

“E sou. Apenas quero saber qual é o acordo.”

“Sente-se, Draco” pediu Lucius com uma voz conciliadora e pacífica que não era de seu feitio.

Draco olhou bem para o regente antes de sentar-se. Algo lhe dizia que, embora Lucius não estivesse apreciando o acordo, reconhecia que não era uma saída ruim.

“Os ingleses” começou o regente, colocando-se a frente do rei “propuseram um tratado de paz permanente, com a condição de que Vossa Majestade case-se com um dos filhos do rei. Segundo nossa embaixadora na Inglaterra, lady Greengrass, dos quatro filhos restantes do rei, o príncipe de Gales, o duque de York, o duque de Essex e a duquesa de Cambridge, apenas o terceiro filho não é comprometido.”

“Pensava que a duquesa de Cambridge estivesse disponível.”

“Ficou comprometida há poucos meses com o duque de Oxford.”

Draco ficou calado, pensando.

“Então quem me resta seria o duque de Essex.”

“Precisamente, Majestade.”

“Qual é a opinião dos conselheiros?”

“Alguns, como eu, não ficam tranqüilos com tal interferência da Inglaterra em nossos assuntos, mas todos concordam que o Duque de Essex é uma boa opção. Não é um dos membros mais influentes da família real, além de ser somente o terceiro na linha sucessória, afastando o perigo de união.”

“Todos concordam que devo me unir ao duque de Essex?”

“Majestade, antes do cessar-fogo, a Inglaterra ganhava terreno a cada momento. Diante dos acontecimentos, mesmo os mais favoráveis a guerra concordam com o casamento.”

“E Vossa Alteza?”

O silêncio do regente foi a melhor resposta que poderia dar.

“Vossa Majestade concorda com o casamento?”

“Sim. É a melhor opção para encerrar o conflito.”

O regente curvou-se novamente e preparou-se para sair.

“Pai.”

Lucius voltou-se novamente para o filho.

“Sim, Majestade?”

“Qual é o nome do duque? Tenho curiosidade.”

“Creio que se chama Ronald, Majestade” respondeu Lucius, curvando-se pela última vez e se retirando.

~~*~~

Inglaterra, junho de 1598

“Como vou me casar com um homem que eu não conheço?”

Ginevra sorriu frente a indignação do irmão.

“Realmente esperava casar-se com Lady Granger?”

“Lady Granger é filha do ministro-chefe do rei” lembro-a sua mãe, a rainha, que, sentada em uma poltrona, bordava “Não seria um casamento para se rejeitar.”

“Eu nunca vi esse homem” insistiu Ron.

Mas ele sempre soubera que, no final, seria esse o seu destino. Nenhum casamento na nobreza era motivado por afeições pessoais, mas pelas vantagens que tal casamento poderia oferecer. Logo, por mais que Ronald apreciasse a companhia de Lady Granger, fato conhecido por toda a corte, um casamento com o rei da Escócia era mais desejado.

A rainha depôs seu bordado e olhou para o filho.

“Ronald, eu também nunca vira seu pai antes do casamento. O amor veio com o passar dos anos.”

Ronald, que achava que os pais eram a exceção, não a regra, observando o tempo chuvoso, achou que ele era o perfeito espelho de seu humor.

Um servo entrou e fez uma reverência.

“Vossa Majestade. Vossas Altezas Reais” cumprimentou ele “O rei os chama para o jantar em comemoração à chagada do novo embaixador francês.”

A rainha fez um breve aceno com a cabeça e o servo se retirou.

“Ronald” começou ela “o amor, o entendimento, virão com o tempo. Agora, peço-lhe um favor. Fique até o casamento de Ginny no próximo mês.”

Ele não tinha grande apreço pela irmã, e nem ela por ele. Achava, na realidade, que ela gostaria, e muito, de vê-lo pelas costas.

Por outro lado, gostaria de adiar o máximo que pudesse seu encontro com seu futuro esposo, o rei da Escócia, diante do qual ele sempre seria um inferior.

“Sim, mãe” respondeu, gerando um sorriso na rainha.

Ela se levantou para se dirigir ao jantar, seguida pelos filhos. Quando percebeu, Ronald tinha Ginevra junto dele.

“Não lute contra seu destino, irmão. Vá embora deitar-se embaixo do rei da Escócia.”

E, antes que ele pudesse dizer qualquer palavra, adiantou o passo e afastou-se dele.

~~*~~

Inglaterra, agosto de 1598

“Mãe.”

A rainha virou lentamente a cabeça para olhar o filho.

“Se levante, mãe.”

“Estou apenas um pouco prostrada por Percy, Ron, mas logo me recuperarei. A morte é algo natural. Devemos lidar com ela.”

E suspirou com uma força que parecia tirar da alma, para depois tossir de tal maneira que deixou o filho apreensivo.

Ron levantou a mão e acariciou os cabelos ruivos da rainha, que sorriu. Era possivelmente a primeira vez que se encontravam tão íntimos desde que Ronald era uma criança. De acordo com os costumes reais, ele e seus irmãos haviam sido criados por tutores.

Pouco depois do casamento de Ginevra com o duque de Oxford, o qual Ron não gostara desde que vira pela primeira vez seu semblante, o príncipe Percival, que desde o nascimento possuíra saúde frágil, adoeceu subitamente, e, antes que os médicos da corte chegassem a um consenso sobre sua doença, ele faleceu. Portanto, Ronald teve a partida adiada mais uma vez.

Nessa ocasião, esperando sua investidura como o novo Duque de York.

Longe de está alegre pela morte do irmão - ele tinha em alta a seriedade e a inteligência de Percy, e secretamente, achava que ele seria tão bom, ou melhor, rei do que William, o príncipe de Gales -, Ron percebera que, com aquele acontecimento, talvez seu casamento com o rei da Escócia não se realizasse. Ele era agora o segundo na linha sucessória, e Fleur, Princesa de Gales, não concebia. Se seu irmão não tivesse filhos...

Ron estremeceu. Não apreciava sequer o pensamento de se tornar rei. Era algo para o qual ele nunca fora treinado, e nem gostaria. Acariciou mais um pouco os cabelos da mãe antes de se retirar para deixá-la dormir, desejando com força que Bill tivesse grande descendência com sua esposa e que o pai considerasse alto demais o risco de casá-lo agora com o rei da Escócia.

Tornar viva a idéia que os dois reinos se unissem não era algo que seu pai quisesse, não?

~~*~~

Inglaterra, setembro de 1598

“Chegou o dia de sua partida, filho.”

Amanhecera a pouco no Palácio de Buckingham, capital do reino inglês. Desde antes do nascer do sol, porém, Ron estava acordado, se preparando para a iminente partida rumo à Escócia. Enganara-se quanto ao risco dos dois reinos se unirem. Poucas semanas antes, fora anunciada a gravidez da Princesa de Gales, confirmando assim sua fertilidade e afastando Ron da sucessão, tornando nula, aos olhos do rei, a necessidade de quebrar um tratado já confirmado com os escoceses.

“Por que está aflito, Ronald?”

“Não estou aflito, Vossa Majestade.”

O rei Arthur sorriu.

“Não teria me mantido no trono se não compreendesse pessoas, Ronald. Ademais, você é meu filho.”

Ron abaixou os olhos e suspirou.

“Eu não conheço o rei da Escócia. Como eu...”

“Não se lembra que sua mãe é natural de Gales? Nunca a tinha visto até alguns dias antes de nosso casamento.”

“É verdade, Vossa Majestade.”

O rei sorriu novamente, mas agora parecia um pouco exasperado.

“Ronald, hoje é o dia de sua partida. Não deve voltar por um longo tempo. Hoje, deve chamar-me de pai.”

Ron engoliu em seco, sentindo o peso do tempo que sequer passara.

“Sim, pai.”

“Sua Alteza Real, O Príncipe William de Gales!”

Ron, sobressaltado, olhou para a porta e viu aproximar-se o irmão, portando mesmo naquela hora da manhã as insígnias do herdeiro do trono. A vida na corte se sustentava em grande parte nas aparências.

“Vossa Majestade” saudou ele quando se aproximou mais do rei, e virou-se para Ron “Meu irmão. Soube que partiria esta manhã. Não poderia deixar de me despedir.”

Ron teria apreciado se Ginny tivesse o mesmo cuidado, mas, desde o casamento com o duque de Oxford, ela se tornara ainda mais distante.

“Eu voltarei, Bill, e Vossa Alteza nem terá sido coroado.”

Bill deu uma palmada no seu ombro.

“Espero que volte para ver meu filho, ou filha, nascer.”

Ron sorriu frente à lembrança da criança que crescia no ventre de Fleur, ficando algo feliz pela primeira vez naquele dia.

“Se despediu de nossa mãe?”

“Não tive coragem de acordá-la” desculpou-se Ron “Falei com ela e com Ginny ontem à noite, porém.”

Foi quando um servo entrou.

“Vossa Majestade. Vossas Altezas Reais. Duque, seu transporte o aguarda.”

Ron olhou primeiro para o irmão, futuro rei, e depois para o pai, rei já cansado.

“Adeus” limitou-se a dizer, para não prolongar mais a despedida, e, depois de curvar-se para o pai uma última vez, foi em direção à porta.

“Por enquanto” ainda ouviu o irmão dizer à distância.

Bill não sabia, porém, que não voltaria a vê-lo naquela vida.

~~*~~

“Bem” começou Ron “já posso dizer que o tempo da Escócia é pior que o nosso.”

O duque de Somerset riu do gracejo. Para acompanhá-lo na viagem até a Escócia, seu pai escolhera Harry, companheiro de Ron desde a infância. Os dois haviam sido muito amigos na infância, e Ron assistira a Harry casar-se muito jovem com lady Lovegood. Depois que ela morrera, deixando duas filhas pequenas, Harry se recolhera ao luto, período no qual a amizade esfriou. Recentemente, porém, Harry apresentara o desejo de casar-se novamente com Ginny, e Ron o apoiou fervorosamente perante o rei, a rainha e a irmã, desejando que Harry entrasse na família. O fato que o duque de Oxford ganhara a mão da princesa não alterara em nada a amizade, que, depois da reaproximação, ficara ainda mais forte.

“O que acha do rei da Escócia, Harry?”

“Não o conheço ainda, Alteza.”

“Harry” começou Ron, exasperado “ninguém está nos ouvindo e ninguém pode chamar sua atenção por desobedecer ao protocolo real. Me chame pelo meu nome. E eu sei que não o conhece, só quero saber sua opinião.”

Harry ficou em silêncio, pensativo.

“Soube que ele e o regente discutiam freqüentemente durante a guerra, pois o rei era a favor da paz. Aceitou rapidamente a proposta de tratado depois de sua maioridade, então acho que se relacionará bem com a Inglaterra daqui em diante.”

“Harry, eu quero saber como ele é como pessoa, não como monarca.”

“O que exatamente quer saber, Ron?”

“Poderia me dizer, por exemplo, se já existe algum herdeiro bastardo ao trono da Escócia.”

Harry nada disse. Ron esperou alguma resposta. O único movimento era o balançar da carruagem rumo a Edinburgh, a capital escocesa.

“Há boatos” começou ele lentamente “de romances com lady Parkinson e lady Greengrass, a sobrinha da embaixadora escocesa na Inglaterra. Mas são apenas boatos. E ambas não têm filhos.”

“E quanto à pessoa do rei?”

“Desculpe, Ron, mas nada sei sobre o próprio rei.”

Ron suspirou e tentou se conformar. Não importava o que fizesse, só conheceria o rei da Escócia quando se casasse com ele. Ou talvez só muito tempo depois.

“Mas logo vou saber” continuou Harry.

“Como?”

“Pelo tempo que passamos da fronteira, já devemos estar chegando em Edinburgh.”

Ron engoliu em seco e, para não prestar atenção naquela sensação que parecia nervosismo, olhou pela janela da carruagem e observou a chuva que caía há dias naquele solo.

Solo de um país que em breve seria seu próprio.

~~*~~

Quando a carruagem do duque de York, o novo título do duque de Essex após a morte do irmão mais velho, foi vista entrando em Edinburgh, a corte, já avisada da possível chegada do futuro príncipe consorte da Escócia naquele dia, desceu para os jardins do palácio real, numa ordem já estabelecida, para recepcioná-lo.

“Estou curioso para saber como é o novo duque de York” comentou Lucius.

“Pois eu não” disse Draco, algo seco.

Lucius se virou para ele. Surpreender o pai em relação às questões internas era difícil, principalmente se tratando de alguém o qual pouco tempo atrás ele era regente, mas pela expressão estampada no rosto dele, o rei conseguira.

“Achei que desejasse a paz” disse ele lentamente, olhando para o filho de alto a baixo.

“Sim, desejo a paz. Não o duque de York. Os boatos sobre sua aparência não me agradaram.”

Lucius não se conteve, como de habitual, e deu uma pequena risadinha.

“Aparências não importam. O fundamental é ter pelo menos três filhos com ele, para assegurar a continuidade da dinastia. Depois disso, não interessa. Pode viver com quem desejar.”

Draco assentiu, embora achasse que a tarefa poderia ser facilitada se o duque tivesse uma aparência mais positiva do que a qual lady Greengrass o informara.

Os portões se abriram para uma linha de carruagens, que parou em frente ao palácio. Certamente, o duque e sua bagagem acompanhados por servos e nobres.

Algumas pessoas desceram das carruagens e se arrumaram perto da quarta carruagem. Foi quando um jovem desceu desta carruagem. O coração do rei acelerou por alguns segundos até se dar conta de que não podia ser seu futuro esposo. Não poderia ser. Não correspondia à descrição, o que era uma lástima. Era desejável.

Um servo se adiantou.

“Sua Alteza Real, o Duque Ronald de York!”

Quando viu um príncipe ruivo saindo finalmente da carruagem, Draco soube que era ele.

~~*~~

Ron saiu da carruagem e seu coração parou um instante ao ver a multidão. Não só a corte real da Escócia, mas os plebeus que se amontoavam junto aos portões, do lado de fora, e gritavam por ele. Nunca Ron fora tão aclamado por multidão inglesa alguma devido a sua posição secundária e, possivelmente, sua falta de elegância e postura, como Ginny dizia.

Respirou fundo e pôs-se a andar pelos jardins do palácio real escocês. Parara de chover quase como milagre, ou então para honrar aquele momento.

À medida que ele andava, escoltado por Harry, a corte se afastava para dar passagem. Não poderia saber ali o que achavam dele, seus rostos eram impassíveis.

À sua frente, Harry diminuiu o andar e pôs-se de lado. Foi quando Ron viu o rei da Escócia.

Teve um choque que não deveria, pois, apesar de saber que o rei era jovem, tão jovem quanto ele, sempre idealizara um velho. O rei parecia ter o que Ginny chamava de postura: parecia reto, alto e sério quando os olhares dos dois se encontraram. Então, inesperadamente, ele sorriu enquanto adiantava-se. E, quando falou, sua voz lembrou a Ron o sibilar de uma cobra.

“Bem-vindo, meu futuro príncipe consorte.”

projetos

Previous post Next post
Up