3º fic del festival de crossovers 3/3

Dec 18, 2014 16:32

Última parte da fic Beacon Hills


Título: Beacon Hills
Autor: cellyls
Prompt escogido y autor de la idea:
Fandoms Relic Hunter e Teen Wolf
Personajes/parejas: Sydney Fox e Nigel Bailey
Clasificación y/o Género: T (R) - Relic Hunter; Teen Wolf Universe; fusion; horror; adventure; Festival de Crossovers casa_de_ideas.
Resumen: De volta à cidade natal, Beacon Hills, Nigel se encontra à mercê de lobos, feiticeiros e caçadores. Ele descobre que os monstros que assombravam seus pesadelos sempre foram reais.
Disclaimer: I do not own Relic Hunter - Relic Hunter e seus personagens não me pertencem. I do not own Teen Wolf - Teen Wolf e seus personagens não me pertencem.

Advertencias: sangue; violência.




Beacon Hills (3a parte - final)

Um trovão acordou Nigel. A primeira coisa que notou foi o quarto escuro, no reflexo de acender o abajur antes de entrar em pânico, deparou-se com o rosto de alguém diante do seu na cama. O homem deu um berro e um salto para trás, e Sydney pulou do leito. Os dois caíram no chão de lados opostos da cama.

Ela ficou de pé imediatamente, pronta para o ataque. No fundo da mente ela ralhou consigo mesma por ter pegado no sono em uma noite em que estavam vulneráveis com aquela chuva. Suas presas estavam à mostra, e Nigel encarou os olhos vermelhos da mulher que brilhavam na escuridão ao espiar tentativamente por sobre as cobertas. O homem arregalou os olhos e começou a se afastar, ela atiçou seus sentidos procurando a ameaça. Não ouviu muito além do ruído da chuva, apenas o susto de Nigel e os galhos das árvores debatendo-se com o vento; sentiu o cheiro pungente do pânico dele no quarto, viu a gata acuada no canto, o homem tentando rastejar para a porta.

Algo estava errado, e não era a reação de Nigel. A atmosfera da casa estava diferente, eles tinham um intruso. Sydney deu um salto sobre a cama e o homem ao mesmo tempo e estava no corredor em duas passadas. O quarto antes da escada continuava selado, a chuva mascarava o cheiro do invasor, mas a sensação de mágica estava ali. Sydney caminhou até a entrada do quarto de feitiços e pairou a palma da mão sobre a porta. Era diferente, o que selava a madeira havia sido modificado. A emissária estava ali, ela estava tendo acesso aos livros e encantamentos de Lonell. Um inspiro rápido veio com a sensação conhecida, e a mulher-loba correu de volta para o quarto, agarrou Nigel pela cintura ignorando os protestos dele e saltou da janela para fora da casa. A onda de energia que se ergueu pelas paredes do sobrado naquele exato momento repeliu a loba com força absurda enquanto os dois caíam da altura do segundo andar.

Sydney abraçou o homem para protegê-lo dos cacos da janela, mas os dois despencaram desastrosamente sobre o carro que ela deixara estacionado perto da calçada. A tramazeira da casa havia sido acionada pela emissária, mas a licantropa conseguira escapar. Ela precisou de segundos para se recompor, balançou Nigel, que havia apagado um instante e permanecia estonteado. Desceu de cima do teto amassado do carro, gemendo ao sentir o peso sobre seus joelhos, agarrou o homem novamente e começou a correr mesmo que suas pernas ainda não estivessem curadas. A chuva ainda caía fortemente, encharcando os dois. Ela passou o braço direito dele sobre seus ombros e enlaçou sua cintura para facilitar a fuga em direção ao carro dos caçadores estacionado adiante.

Mais alguns passos, e uma segunda onda de força os apanhou fazendo-a travar em um solavanco. Havia outra barreira. Era enorme, afastada da casa. Sydney deixou seus olhos mudarem de cor e não enxergou ninguém dentro do carro dos caçadores. A emissária havia cuidado deles. Além da chuva, a licantropa viu as casas fechadas dos vizinhos ao longe e a reserva do lado oposto. Estava presa dentro do círculo e Nigel não tinha condições de fugir sozinho. Precisavam de ajuda, precisavam encontrar Christine ou algum dos outros caçadores.

"Me solte!" Nigel agitou-se, com a voz rouca.

"Eu já disse que não é pra você falar! Quer ficar mudo pra sempre?" ela ralhou, começando a correr pela chuva e levando-o consigo. Procurou os limites do perímetro. Ela deixou ainda mais de sua força se manifestar, tentando sentir para onde fugir. Havia conseguido escapar da casa, mas este círculo era muito maior. Quem o forjou tivera tempo para andar pela reserva e pela vizinhança. Sydney verificou Nigel novamente ao ouvir sua respiração chiar.

Ele encarava transtornado o rosto gotejante da mulher, agora com a fisionomia feroz de sua metamorfose. "Invadiram a casa e o quarto de Lonell. Precisamos escapar e avisar Alistair e os outros", ela disse em uma voz que soava com um grunhido ao fundo.

Bailey continuou com os olhos apertados, tentando olhar para cima contra a chuva. "Você..." ela fez uma expressão ainda mais séria de reprovação ao homem por ele estar forçando a voz de novo. Ele seguiu usando a garganta abusada pelos ferimentos e o fôlego pelos solavancos que estava sofrendo com a fuga. "Você é real... o que aconteceu, foi tudo real..." se ela não tivesse a audição superdesenvolvida não teria conseguido distinguir as palavras suaves e falhas. "Não foram os remédios, foi tudo real..."

A mulher suspirou e assentiu. "Eu te explicarei mais tarde. Agora pare. De. Falar."

Ele continuou com a expressão consternada, atento ao rosto metamorfo e ofegante dela, não podendo negar ou acreditar no que via. Um estrondo veio da casa e ela acelerou o passo em direção à reserva. Nigel suprimiu a reclamação de dor em um ressalto particularmente forte, então baixou o olhar que se tornou pensativo e distante, ainda preso ao que acabara de desvendar. "Naquela noite... Os meus pais... Preston..."

Sydney apertou os lábios. O ataque há dezesseis anos, quando os pais e o irmão de Nigel morreram. A mesma noite em que um bando inteiro foi abatido e inúmeras famílias da cidade foram destruídas, inclusive a de Sydney. Foi a noite em que ela recebeu a mordida, a noite em que seus olhos se tornaram amarelos e depois vermelhos. Pessoas seguiram suas vidas sem saber da verdade, como Nigel, ou passaram a viver em razão disso, como ela e os Argent.

A mulher-loba parou de correr de uma vez só, e Nigel fez careta com o ressalto. Ela esticou o braço, guiando-se para encontrar o ponto mais afastado da casa dentro do círculo de pó de tramazeira. O rastro encantado sob a chuva era imperceptível, mas isso não diminuía sua força.

O som de passos ecoou pela escuridão da noite, mais alto que o barulho da chuva. A pessoa que os havia preso ali e estava se aproximando. O que Sydney temia estava acontecendo: a emissária não apenas conseguira invadir o quarto de feitiços de Lonell, ela os estava perseguindo, ela queria Nigel. A morena escondeu-se com ele por entre as ramas e troncos do início da floresta e forçou Nigel a se ajoelhar ao seu lado. Eles tinham pouco tempo para tentar romperem o círculo. Apontou para a linha invisível no chão. "Ali! Mexa no chão, quebre a linha!"

"O quê?"

Ele olhou para onde ela apontava, mas não enxergava nada além das folhas úmidas que decoravam todo o assoalho da reserva. Sydney o empurrou, e ele caiu adiante enterrando o rosto na sujeira, mal escapando do galho que desprendeu-se do alto e caiu exatamente onde eles estavam. O homem segurou o braço machucado e, com trabalho, levantou a vista o suficiente para ver Sydney rosnando para outra mulher. Reconheceu imediatamente aquela pessoa como a que estava junto com os homens... monstros... as pessoas que lhe atacaram no mercado.

"Eu só preciso dele," disse a emissária, "afaste-se, Sydney Fox."

A ordem não convenceu a loba, que postou-se na frente de Bailey apontando o punhal que sempre mantinha na bota para a emissária. "Quebre a barreira, Nigel. Como você fez para eu entrar na casa", falou sem afastar a atenção de seu alvo. A outra deu mais um passo e Sydney lançou a arma, que cortou o ar mas perdeu a velocidade e pairou inofensiva diante do peito da oponente. A risada ecoou quando a lâmina voltou-se contra a dona e esta mal conseguiu desviar.

"É melhor você fugir se não quer ver uma coisa feia," a outra disse na direção do homem ao chão e moveu os braços, revelando que tinha um frasco. Ela espirrou o líquido lilás que misturou-se à chuva salpicando Sydney. A mulher-loba urrou e caiu, esfregando a face. "É isso que os caçadores usam", a emissária explicou, então fechou as mãos e Fox foi lançada pelo ar por uma força invisível. A mulher chocou-se com brutalidade contra algo, foi como se uma parede de luz se formasse por um segundo e depois sumisse novamente quando Sydney caiu no chão sem conseguir passar dali.

Nigel ouviu, chocado, os gemidos de agonia e o uivo desesperado da loba.

Se o que estava acontecendo era real e o que ele lembrava era verdade, ela o havia salvado na floresta quando foi atacado e ela estava tentando protegê-lo agora. Ele não poderia simplesmente abandoná-la. Sydney era sua amiga, ela estava de seu lado. O homem rastejou para se aproximar e ajudar a licantropa, ainda sem saber ao certo se acabara de ter tomado uma péssima decisão. Ao mover as folhas enquanto tentava se levantar, ele sentiu uma diferença peculiar, que conhecia: um sentimento de que estava protegido, como quando entrou no sobrado pela primeira vez. Ele olhou para o chão e não distinguiu nada diferente do lodo e restos de folhagens, mas sabia que ali havia se formado o campo de força com o qual Sydney havia se chocado. Foi isso que ela pediu que ele quebrasse, havia uma barreira ali.

Bailey se concentrou, e a emissária começou a se aproximar. Ele fechou os olhos, focalizando ao máximo na barreira. "Está tentando ser a fagulha?" ele abriu os olhos, e a outra estava à sua frente. Embora chovesse, a mulher tinha os negros cabelos e as roupas secas. Ela sorriu largamente. Nigel inclinou-se para trás, apoiando-se no braço direito e sentiu sob sua mão a força da barreira. Era ali, ele apertou a palma sobre a estranha energia, seus dedos enterraram-se na magia e ele os arrastou sobre a linha imaginária, borrando-a e sentindo a força se dispersar. Tanto ele quanto a emissária ofegaram com a mudança no encantamento.

Nigel foi agarrado e levado dali com tanta rapidez que a mulher não conseguiu impedir Sydney de carregá-lo. Os olhos da licantropa ainda doíam, a água da chuva não estava limpando com eficiência seu rosto, mas ela já podia enxergar. A dor era secundária, passaria logo que seu sistema voltasse ao normal para curá-la totalmente. Nigel havia quebrado a barreira, eles podiam escapar. Se ela fizesse a volta por dentro da reserva, teria vantagem sobre a emissária.

Os dois não poderiam entrar novamente no círculo de tramazeira para voltarem pela rua, poderiam não ter tanta sorte uma segunda vez contra alguém tão forte. Sydney ouvira falar, certa vez, que para um emissário obter poder assim teria que se tornar um darach.

A risada da outra mulher retumbou pela floresta quando os dois passaram por uma clareira. O acônito prejudicara Sydney de tal maneira que seu senso de direção os havia guiado erroneamente para dentro da reserva, eles estavam diante da majestosa árvore do nematon. O som da voz misturado ao barulho da chuva continuou, indicando que a emissária se aproximava e sabia exatamente onde eles estavam. Sydney continuou circundando a clareira sem conseguir escapar. Era como se estivessem cercados, como se a voz da mulher viesse de todos os cantos, como se qualquer direção levasse de volta a ela.

"Lonell sacrificou a própria centelha, sua força vital, para selar a força do Nematon," proveio do lado por onde Sydney pretendia escapar naquele instante. A loba recuou levando Nigel consigo, os dois pararam quando suas costas tocaram o tronco largo e escuro do Nematon.

A voz continuou: "Um sacrifício de igual valor tem que ser realizado para quebrar o selo", e a chuva cessou no mesmo instante. "Controlarei este território com a força deste templo", a emissária estava ao lado deles.

Sydney agitou-se, voltando a se posicionar entre os dois, empurrando Nigel contra a árvore e usando seu próprio corpo como escudo. "Podemos formar uma aliança, Sydney Fox. Ninguém nos vencerá", a outra ofereceu. A licantropa apertou o braço de Nigel, pronta para puxá-lo e escaparem da clareira. "O que aconteceu há dezesseis anos nunca mais se repetirá."

Sydney parou. O rosnado involuntário sumiu de sua garganta, e a emissária permaneceu olhando em seus olhos. Aproximou-se vagarosamente. "Os Argent estão na cidade vizinha, mas eles nunca encontrarão Tate. Eu já o matei. Consegui minha vingança, como você fez ao matar o lobisomem que a mordeu. Tivemos que sacrificar tudo para conseguirmos isso. Mas não é suficiente. Nunca será, Sydney. Há outros por aí que pretendem repetir o que aconteceu em Beacon Hills. Sempre haverá famílias que serão destruídas. Pode imaginar quanto poder eu conseguirei com o Nematon? Posso ser sua emissária, e você como a alfa deste território será invencível. Com o meu apoio, nenhuma criatura sobrenatural escapará do seu julgamento. Todos conhecerão a alfa Fox, todos respeitarão a trégua com os humanos."

Sydney balançou a cabeça, a respiração cortante do homem às suas costas. "Enquanto o Nematon estiver acordado, monstros serão atraídos para a cidade. Foi por causa dele que Tate e seu bando vieram. Selá-lo foi a única forma que Lonell encontrou para acabar com o banho de sangue."

"Lonell era um velho covarde. Ele preferiu destruir a si e ao templo em vez de assumir a responsabilidade de controlar o poder do Nematon. Não precisa ser assim, nós duas podemos fazer o que ele não conseguiu, o que nenhum deles teve forças para realizar."

"E para isso precisa de Nigel," Sydney concluiu. O homem não dizia nada, a confusão e ansiedade dele alcançavam a loba pela respiração, pelos dedos frementes que agarravam o tecido de sua blusa.

A emissária deu de ombros. "Eu li nos documentos que Bailey deixou. O encantamento foi feito com a vida de Lonell. Só a vida de outro Bailey poderá quebrá-lo," baixou o olhar. "Será um sacrifício necessário."

"Sim. Os caçadores, Nigel, e quantos mais até você conseguir controlá-lo? A cobiça pelo poder do Nematon nunca vai terminar. Lonell pôs um fim nisso e você quer trazer de volta o perigo."

Um sorriso zombeteiro invadiu o rosto da mulher. "Estou te oferecendo uma chance de continuar o que começou. O que acha que vai acontecer quando os Argent voltarem com a notícia de que Tate está morto?" Sydney fechou mais ainda a expressão. A outra deu mais um passo na direção dos dois, seu tom condescendente permaneceu. "Eles não são tão generosos. O seu nome é o próximo na lista. Acha que vão te manter por aqui agora que os lobisomens culpados foram caçados? Você tem que seguir o código."

Sydney retomou a postura ameaçadora. "Não importa. Você não vai tocar em Nigel."

A emissária semicerrou o olhar. Assentiu com a cabeça. "Você teria dado uma alfa espetacular," ergueu uma das mãos, e o solo molhado ao redor da grande árvore cedeu. A loba e o homem foram engolfados pela terra, suas pernas e seus corpos sendo imobilizados brutalmente pelas raízes da árvore. Sydney cravou suas garras no chão para não ser ainda mais arrastada para dentro da terra.

"É só uma questão de tempo, Sydney Fox. Se você não concordar, encontrarei outra pessoa que o fará", a emissária se agachou diante dos dois e pôs uma das mãos sobre a cabeça de Nigel. A licantropa golpeou o ar sem conseguir arranhá-la, e as raízes se contorceram e apertaram impedindo-a de se mover. Sydney urrou e uivou novamente vendo o homem contorcer o rosto ao ter suas feridas reabertas com as raízes que subiam e contornavam os dois. Cheiro do sangue dele invadiu a floresta novamente, e o poder do Nematon pulsava mais forte com cada gota, sedento pela oferenda.

"Eu ofereço este sacrifício digno para libertar o Nematon," a emissária recitou apanhando uma adaga da cintura e posicionando-a na garganta de Bailey para o golpe final.

Um zunido cortou o ar passando de raspão pela face da emissária. A flecha cravou-se no tronco da árvore desviando do olho esquerdo da mulher por milímetros. A interrupção a surpreendeu, e as raízes perderam a força por um momento com a quebra na concentração da mulher. Sydney escapou da cova onde estava, com sua força sobre-humana, e atacou a emissária.

Alistair e Christine surgiram de entre as árvores. "Eles estão no Nematon!" a mulher mais velha gritou para trás e correu em direção a Nigel. Alistair não conseguiu um alvo limpo com as outras duas rolando no chão, mas continuou com o arco pronto para qualquer abertura na luta. Alguns segundos depois e Gerard e mais caçadores chegaram cercando a área. Eles não se aproximaram, porque no mesmo instante o terreno ao redor da árvore começou a tremer. A senhora Newell ajudou Nigel a escapar do meio das raízes. Brotos verdes floresciam nos pontos que tiveram contato com o sangue dele, e o lugar ameaçou desabar. Os dois saíram de perto da árvore com pressa.

A emissária estava lutando de igual para igual com a loba. Sydney conseguiu, com um salto elaborado, fugir das raízes que escaparam do chão e consequentemente acabaram acertando a outra mulher, a qual caiu sendo envolta pela terra e ferida pela madeira subterrânea que ela mesma atiçara e vibrava com o início do ritual de sacrifício. A loba tentou segurá-la, mas o peso da terra esmagou a emissária. Antes de o rosto dela ser engolfado pelo chão, em seu último suspiro, ela lamentou: "Nós poderíamos... poderíamos ter conseguido, juntas..." e afundou.

Com sua rapidez e destreza, Sydney conseguiu sair da clareira e alcançar o local seguro junto dos outros. "Nós ouvimos os seus pedidos de ajuda", Alistair explicou. Os uivos dela haviam chamado seu bando. Christine e Alistair os salvaram. Ela observou com os demais, de forma assombrada, a árvore do nematon tremer e sibilar e o céu sobre ela fechar-se despencando em uma tormenta.

"O selo foi abalado com o começo do ritual!" a licantropa teve que gritar para poder ser ouvida pelos caçadores. Ela viu Lis Argent e Christine ajoelhadas ao redor de Nigel e se aproximou.

Newell segurava o jovem inconsciente em seus braços. "Ele ficou gelado, tem alguma coisa errada!" a loira explicou tentando protegê-lo da violenta chuva. Sydney sentiu as variações de energia provindas do templo e ficou de pé.

"Precisamos parar o Nematon!" os demais a observaram retornar ao limite da clareira. Ela apontou para a árvore. "Se causarmos dano suficiente, ele não conseguirá canalizar a força para quebrar o selo!" ela explicou.

"E como pretende fazer isso?" Gerard gritou. Ela viu a espada dele brilhar refletindo um dos relâmpagos.

"Vamos cortá-lo!" Não aguardou a descrença se apagar do rosto do caçador. "No momento ele não passa de uma árvore. Tudo o que está sugando de Bailey está sendo usado para quebrar o encantamento, ele terá o mesmo fim de Lonell. Precisamos interromper isso. Se eu usar toda a minha força, tenho certeza que consigo. Se não der certo, terão que fazê-lo da forma convencional antes que o ritual se complete."

"Antes que Bailey morra", a voz de Lis soou forte sobrepondo-se à tempestade. "Faça o que for preciso!" a mulher determinou e arrancou as próprias luvas de couro, jogando-as para a loba.

Sydney assentiu e vestiu-as. Ofereceu a mão, pedindo pela espada. Gerard lançou um olhar pensativo mais uma vez para a mãe, então entregou a arma de prata à licantropa.

A mulher-loba carregou o peso da espada contra a chuva e o vento, evitando os pontos movediços e as raízes vibrantes no chão. Ela fechou os olhos diante do tronco que precisaria de ao menos quatro pessoas para ser abraçado. Ela tinha que conseguir. Precisava proteger a cidade dos horrores que testemunhara quando mais nova, precisava salvar a todos, salvar Nigel. A licantropa procurou o poder que guardava dentro de si e libertou-o. Sentiu a metamorfose saciar seu corpo com a plenitude de sua forma alfa. As pontas das luvas rasgaram-se com as garras, e ela apertou o punho da espada. Urrou com a lembrança de seus pais, de todas as pessoas que morreram por causa daquele templo, e balançou a lâmina sem vacilar.

O brilho de um raio caiu do céu durante o golpe cegando a todos, e o estrondo misturou-se ao brado da mulher-loba. Ela sentiu a espada cortando a madeira, sentiu a eletricidade correndo por seus braços, sentiu o impacto da energia do nemeton, e lançou-se por completo contra a força que tentava escapar. Tudo escureceu apagando-se junto com o raio, tudo ficou mudo depois daquele trovão.

. .

O barulho suave de uma página sendo virada saudou Sydney antes que ela abrisse os olhos. O sono profundo do qual despertava era agradável e convincente, e ela quase decidiu voltar a desfrutá-lo. Aguçou seus sentidos para decifrar o ambiente ao seu redor, e sentou-se na cama, subitamente. Nigel estava sentado na poltrona ao lado do leito e tomou um susto deixando o livro cair. A mulher procurou em todas as direções e não enxergou ou farejou ameaças, reconheceu que estava em seu quarto na casa dos Newell. Tentou controlar a respiração e notou suas mãos cobertas com gaze quando tentou tocar o rosto.

"Você dormiu por alguns dias, mas está bem", ele já estava de pé ao seu lado. "Lembra do que aconteceu? Lembra do Nematon?"

Ela estudou o semblante do homem, que lhe sorria de leve. As marcas em seu rosto e seu pescoço estavam fracas, mas ele ainda tinha o curativo protegendo partes da garganta.

"O selo..." ela começou a perguntar, e precisou beber a água do copo que estava sobre o criado-mudo.

"Você conseguiu. Cortou a árvore com um golpe só", ela encarou o homem e ele riu. "É. Nem eu acredito. Mas eu ainda não tive coragem de voltar lá pra ver."

Sydney respirou profundamente, o alívio relaxando seus ombros. Deitou-se novamente com a cabeça sobre o travesseiro. Ela se sentia estranha. Entorpecida, como se estivesse debaixo d'água. Não conseguia identificar os sons do restante da casa ou usar seu faro. Observou suas mãos enfaixadas. Ela estivera inconsciente por dias e ainda não havia se curado.

Na verdade, pensando no que fizera, estava surpresa de ter sobrevivido. Percebeu que Nigel havia abaixado a cabeça mas não se afastara. "Você salvou a minha vida. Mais de uma vez," ele encontrou seu olhar. "Obrigado."

A mulher-loba sorriu. Então franziu o cenho e limpou a garganta. "Quem disse que você já pode falar?"

Ele riu. "Permissão médica. Eu juro," pôs a mão direita sobre o coração. Algo saltou sobre a cama e a morena levou um segundo para saber que era Mafdet. A gata aproximou-se de seu rosto, ronronando e querendo ser afagada. "Sua visitante diária", Nigel comentou. "Chris achou melhor passarmos alguns dias aqui até eu retirar os curativos", explicou fazendo carinho na gata que havia se aconchegado sobre o colo de Sydney. "Acho que Mafdet nunca vai querer voltar."

A mulher observou-o com seriedade. "Você está bem?"

"Estou", ele se sentou na beirada da cama. "Depois que você cortou o Nematon, o selo voltou ao normal. Estou me recuperando. A darach conseguiu abrir aquele quarto de meu tio e Christine achou mais fácil cuidar de nós dois e dos livros se ficássemos todos aqui. Alistair está me ajudando a estudá-los e a descobrir como refazer a proteção."

Ela assentiu com a cabeça levemente. O homem juntou as mãos mordendo os lábios. Sydney aguardou por quase um minuto, e como ele ainda parecia estar se preparando para dizer, ou não, o que pretendia, ela parou de afagar a gata e cruzou os braços, fitando-o nos olhos. "Diga logo."

Nigel fechou a expressão, mas obedeceu. "Chris me disse sobre o que houve com você... o que aconteceu com as nossas famílias", ela baixou o olhar. "Meu pai era um beta do bando que foi... exterminado", ele tragou o ar com força, piscou várias vezes. "Ela também disse sobre o código."

A mulher acariciou a gata branca, que bocejou e acomodou-se ao seu lado. "Se um caçador é mordido, ele deve terminar a própria vida. Eu era criança e Alistair me acolheu, depois disso eu continuei ajudando a caçar os responsáveis, mas agora não há mais motivos para adiar."

Ele levantou. "A culpa não foi sua por ter sido mordida. Não pode fazer isso!" Mafdet achatou as orelhas com os movimentos bruscos do dono. "Você salvou todos nós, nunca fez nada de errado!"

"Não é assim que funciona, Nigel. Já estou aqui há muito mais tempo do que poderia. Eu devia ter morrido naquela noite."

"Então é isso? Tudo o que você fez até hoje não vale nada só porque não é humana?"

"Eu sou uma caçadora. Minha família era de caçadores. Nós crescemos sabendo dos riscos e sempre mantemos o código."

"Se alguém é um lobisomem, se torna automaticamente um monstro?" Sydney tensionou-se com a pergunta. "Se eles tivessem me mordido naquela noite contra a minha vontade você teria me matado?"

Ela não o encarou nos olhos. "Provavelmente, se tivesse perdido o controle."

"Mas você não perdeu. Que código absurdo é esse? Tirar vidas inocentes é errado!"

"Não matamos inocentes. Se trata de ameaça. Eu sou uma ameaça e uma vergonha aos caçadores, preciso ser eliminada."

"Olha pra você. Quase morreu salvando todos nós e agora não consegue sequer ficar de pé. A maior ameaça que faz no momento é me roubar o amor incondicional de Mafdet."

Sydney sorriu.

"Você sabe o que acontece com quem fica para trás, Syd."

Os dois se entreolharam em silêncio. O pai dela a chamava assim. A voz alegre de Christine trazendo o almoço interrompeu a conversa.

. .

A morena deixou as flores sobre a lápide da mãe. A família Fox sempre viveu em Beacon Hills. Os dois, Randal e Cintia, conheceram-se durante a juventude em uma das caçadas e jamais esconderam de Sydney sua origem. Eles eram felizes, não havia conflitos com o bando de lobisomens que ocupava o território antes de Tate e os demais alfas invadirem a cidade e cometerem aquele massacre. Sydney matou o lobisomem que a mordeu e assumiu o território quando os demais escaparam.

E desta vez, a jovem Fox, a última da família, conseguiu manter o Nematon selado. O que restava da árvore agora não passava de um grande tronco cortado e ressequido no meio de uma clareira na floresta. Sydney não sentiu mais a força de seu lobo interior e levou duas semanas para deixar a cama na casa dos Newell e assumir seu destino. Tate, o último do bando, estava morto, não restava mais nenhum lobisomem culpado pelas mortes há dezesseis anos, os Argent estavam na cidade e o Nematon não era mais um problema. Ela havia realizado sua função, agora deveria continuar e concluir o que mandava o código.

"Logo nos encontraremos", ela murmurou uma última vez para as duas lápides e deixou o cemitério.

Christine prometera que não diria a Nigel onde a morena estava indo, então a visão do homem escorado no seu carro fez a mulher suspirar profundamente e considerar deixar o veículo para trás e seguir a pé até a casa dos Argent. Ele começou a caminhar na direção dela, e a licantropa lembrou que seus sentidos não estavam mais sobre-humanos - se ela o enxergava e escutava, ele também conseguia. Nem a força ou a resistência, ou a capacidade de cura retornaram, seus sentidos continuavam medíocres e ineficientes. Ela se sentia fraca, ou, como Christine dissera: humana.

Nigel ainda tinha o gesso em seu braço esquerdo, mas não mancava e alcançou a mulher sem esforço. "Eu li uma coisa, e gostaria de confirmar isso antes que você... faça o que pretende."

Sydney trocou o peso de uma perna para a outra, olhando para os lados por um momento, então concordou. Ele sorriu largamente e retirou algo do bolso. Entregou a ela a pequena imagem de um lobo esculpido na madeira e ajoelhou-se. A morena observou a estátua por alguns segundos e voltou a atenção para Nigel, que a observava intensamente.

"O que foi?"

Ele mostrou no frasco a marcação de pó de tramazeira e o círculo que havia formado rapidamente ao redor dos pés dela. Sydney bufou, mas ele levantou a mão pedindo paciência. O homem concentrou-se um instante e então ficou de pé novamente. "Pronto. Tente sair."

Com as sobrancelhas levantadas, ela deu um passo adiante. "Precisa treinar mais, Nigel. Tem que acreditar ou a barreira não funciona."

Ele balançou a cabeça. "Eu fui até os Argent e..."

"Quando você foi até lá?" ela o interrompeu. "Você é filho de um lobisomem, é perigoso se envolver com eles, Nigel!"

"Eu fui com Alistair. Mas isso não importa. Eu perguntei a Lis Argent sobre algumas coisas que encontrei nos livros do meu tio, e ela concordou que existe a possibilidade de uma pessoa que foi mordida deixar de ser um lobisomem."

"Nem tudo o que está nos livros funciona."

"Mas pode ter funcionado desta vez. Por que a barreira não te segurou? Por que você não percebeu que hoje é lua cheia? Por que consegue segurar essa escultura de tramazeira sem nenhum problema?"

Ela encarou a imagem em suas mãos. Balançou a cabeça. "Eu posso estar apenas demorando a voltar ao normal. Já aconteceu antes."

"Chris disse que nunca por tanto tempo", ela fechou os olhos. Os Newell estavam apoiando o homem mesmo sabendo que a esperança seria destroçada; precisaria ter uma conversa com aqueles dois. Ele continuou, ainda otimista. "Você já voltou ao normal. Não nasceu assim, foi mordida. Perdeu toda a sua energia sobrenatural reforçando o selo do Nematon. Você matou o alfa que te mordeu, e agora voltou a ser humana."

Era absurdo, ridículo, mas Sydney viu-se, lá no fundo, querendo acreditar e até compreendeu por que Alistair e Christine se deixaram levar pela euforia inocente de Nigel. Contudo, ela não era mais criança, ela não tinha mais a tola esperança de voltar a ser quem era antes de sua família ter sido atacada e destruída. "Não importa mais, Nigel, estou indo para os Argent agora", devolveu a escultura e afastou-se. Ia abrir a porta do veículo quando foi surpreendida pela figura esguia de Lis Argent do outro lado do carro.

A velha senhora tinha os braços apoiados sobre a cintura como fazia quando estudava planos de ofensiva. "Interessante", disse ela. "Mas não é o suficiente."

Nigel surgiu ao lado da morena. "Mas a senhora viu, o que teria efeitos sobre um lobisomem não afeta mais Sydney. Ela nem percebeu o acônito nos meus bolsos", o homem explicou.

"O que está acontecendo aqui?" a mencionada na conversa exigiu.

"Seu amigo está disposto a provar que você não passa de um ser humano. Ele fez uma proposta... não usual", Lis exalou o ar e seu rosto ficou mais sério do que Sydney estava acostumada a ver. Ela fitou Nigel. "Sabe as consequências. Se estiver errado, eliminaremos os dois."

A mulher mais velha deu as costas e caminhou em direção ao outro carro estacionado adiante, ignorando a confusão da morena.

"O que você fez? Do que ela estava falando, Nigel?"

Ele esticou o braço, pairando a mão perto do rosto de Sydney. "Me morda", a expressão no rosto dela não precisou de palavras para demonstrar a incredulidade. Ele clarificou. "Se você me morder, nada vai acontecer e os Argent terão a prova de que você não é mais uma portadora de licantropia ou uma ameaça. Você terá a prova. Vai ter certeza de que não resta mais nada de lobo aí dentro e vai poder viver. Eu diria para simplesmente atualizar o código, mas os Argent não são nada razoáveis", resmungou.

Ela afastou a mão dele. "Eu não vou te morder."

"Porque não tem mais presas", ele zombou.

"Porque você pode estar errado e Gerard irá te cortar ao meio."

Bailey fez uma careta. "Se eu estiver errado, irei me transformar. Se isso acontecer..." ele pausou, "bem, os Argent cuidarão do resto. Você não tem nada a perder. Essa é a maneira de ter certeza."

A mulher balançou a cabeça. "Eu não posso te morder. Não posso arriscar."

"Eu não posso te deixar morrer", a expressão contrita e a súplica a obrigaram a desviar o rosto com um suspiro cansado.

Sydney olhou para trás, para onde ficavam os túmulos de seus pais. "Você tem que sobreviver", seu pai lhe dissera antes de ser morto. Alistair repetiu isso quando lhe acolheu. Lonell tornou tal possível sendo seu emissário, e Nigel repetia o mesmo agora. O olhar determinado de Bailey fora capaz de convencer Lis Argent, mas a morena jamais se perdoaria se o contaminasse.

"Eu preciso dizer que se não concordar, Chris e Alistair irão me ajudar a tomar essa providência mesmo sem a sua permissão?"

"Está ameaçando me usar contra a minha vontade?" ela pôs as mãos na cintura.

Ele enrugou a testa, desculpando-se. "Não queremos te perder, Syd. Sei que faria o mesmo por outra pessoa."

Era verdade. Se fosse ele ou um dos Newell em seu lugar, ela faria o que fosse preciso mesmo que se arriscasse com isso. Tomou fôlego. "Eu tenho uma condição", Nigel balançou a cabeça rapidamente, concordando de maneira afoita. Sydney continuou. "Se a mordida funcionar, e mesmo assim você sobreviver, tem que me prometer que buscará abrigo com os Hale. Se ficar ao alcance dos Argent será eliminado, como Lis prometeu. Em um bando forte, com um alfa justo e fora desta cidade, poderá tentar seguir sua vida."

Ele exalou o ar exasperadamente. "Seria infinitamente mais fácil atualizar o código, sabia?"

Sydney revirou os olhos. "Você aceita ou não?"

"Aceito. Eu tenho certeza que você não é mais uma loba."

"Licantropa."

"Exato. Agora..." ele levantou a mão novamente.

Sydney segurou o braço dele, a contragosto. "Vai doer", mal avisou e mordeu com toda a força antes que ele tivesse tempo de responder. Sem presas, era difícil romper a pele e ela tentou ser rápida concentrando-se ao máximo no que antes seria a fonte de seu poder sobrenatural. Quando sentiu gosto de sangue, ela soltou.

. .

A lua cheia brilhou por trás das nuvens, revelando parte de sua beleza amarelada. Sydney passou pela cozinha e desceu as escadas carregando uma garrafa de água. No canto mais afastado, ela encontrou Nigel caminhando de um lado para o outro dentro da jaula no porão da casa de seu tio. Agora ele entendia por que aquelas grades existiam. Sydney entregou-lhe a garrafa e o impediu no meio do segundo passo - havia espaço para apenas duas passadas dentro das grades -, puxou sua mão verificando as marcas da mordida.

A ferida permanecia vermelha e inchada. Horas depois de ter se arrependido de concordar com aquela ideia, nenhum dos sintomas, como cura instantânea, se manifestaram no jovem Bailey. "Se parar de doer, eu te aviso", ele reclamou.

Ela o soltou. "A ideia foi sua."

"E agora você sabe que não é mais a alfa de Beacon Hills."

"Só teremos certeza ao amanhecer, Nigel."

"Mas Lis já fez os testes, nenhum de nós dois é uma criatura das trevas ou tem poderes sobrenaturais."

"E agora eu estou tendo a confirmação. Até o amanhecer."

Os ombros dele caíram. "Christine vai trazer o jantar?"

"Pode se tornar uma criatura feroz a qualquer instante. Como você ainda consegue pensar em comida?"

"Eu não mando no meu estômago! Passar o dia inteiro numa jaula me deixou faminto", ele choramingou.

Ela deu de ombros. "Posso fazer uns sanduíches."

O homem conferiu a hora no relógio de pulso. "Será que dá tempo de ir ao banheiro?" Sydney cruzou os braços, e ele segurou as barras. "Sydney!"

A mulher passou os olhos pelo porão e chutou um balde para perto da grade. Sorriu para a expressão de assombro no rosto dele. "Te darei privacidade", e subiu as escadas.

. .

Eram seis da manhã. Nigel cochilava sentado sobre as cobertas no chão da jaula. Sydney balançou seu ombro e ele esfregou os olhos, sorriu ao notar que ela havia entrado e deixado a grade aberta.

"Dormiu bem?" Ele concordou com a cabeça. Ela sorriu. "Parece que Beacon Hills não tem mais uma alfa."

O homem esticou os braços e espreguiçou as costas. "E o que pretende fazer agora?"

Sydney sentou-se ao lado dele. "Lis e Gerard pretendem voltar para Paris. Sem a atração do Nematon ou os lobisomens de Tate nada mais os prende aqui. Alguns outros irão segui-los, haverá pouca gente capaz no território."

"Vai continuar o trabalho de seus pais?"

"Sim, mas eu estava pensando que Hale é um bom alfa", ela observou a reação do outro. "Talvez ele queira ampliar seu território. Será melhor contar com a proteção dele do que ficar à mercê de outro bando." Nigel pareceu concordar.

"E eu poderia continuar estudando o que meu tio deixou. Naquele quarto tem muitos livros e anotações que podem ser úteis."

Sydney fitou-o nos olhos. Ele não pretendia deixar a cidade? Abandonar as lembranças do que lhe aconteceu e seguir com sua vida longe de todos os problemas que o sobrenatural poderia lhe trazer, como os Argent fizeram? "Tem certeza que quer ficar? Nessa cidade, com o seu nome, você sempre será associado a nós. O seu tio era bem conhecido."

Nigel soltou um suspiro. "Minha família fazia parte desse mundo. Agora posso honrá-los pelo que realmente eram. Eu sinto que faço parte disso. Desde que descobri a verdade, não tive mais pesadelos. Deveria ser estranho eu me sentir mais calmo e seguro agora que sei que os monstros existem de verdade, mas ter todo esse conhecimento, saber o que pode estar lá fora, aprender a me defender, a ajudar os outros, isso é importante. Isso me dá forças..." ele deu de ombros, "bom, conseguir dormir e saber que não estou louco, também."

Ela riu junto com ele, mas os dois sabiam do sofrimento por trás daquelas palavras, e sabiam que a partir dali não estariam mais sozinhos na luta para que ele jamais continuasse. Os dois teriam uma nova vida, um novo começo.

Fim

N.A.: Mafdet foi inspirada numa gata branca de pelos arrepiado, filhote de uma siamês que tivemos. Às vezes ela soltava uns miados altos e desafinados, e nem sempre atendia quando era chamada. Levamos meses para descobrir que ela era, de fato, surda.

- festival: crossovers, fandom: relic hunter, - publicaciones: fanfictions, fandom: teen wolf

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