Jan 18, 2008 04:36
Autora:Bloody_Mary999
Categoria: Bandas
Fandom: the GazettE
Casal: Reita X Ruki
Gênero: drama, angst, romance
Classificação: 18
Sinopse: Sou eu que te peço desta vez Ruki, por favor me dê mais uma chance, só mais uma chance…
Direitos Autorais: Não, infelizmente eles não são meus :-[ mas quem sabe um dia né ^^*
Outras informações: =====
No Hospital:
- Está preparado pra entrar lá, Reita? - Kai pergunta tocando o ombro do baixista que assente que sim apenas balançando a cabeça.
- Depois conta pra gente como ele está, Ok? - Uruha fala em meio a um sorriso fraco.
- Boa sorte amigo! - Foi a vez de Aoi manifestar seu carinho dizendo algo a seu amigo.
Reita lança um olhar para os três. Um olhar perdido que pedia por socorro e que também pedia para que aquela dor pudesse sair de dentro de seu coração... Mas tudo era em vão por que os rapazes nada podiam fazer a não ser terem pensamentos positivos.
Ele veste um avental azulado, lava as mãos , passa um pouco de álcool em gel e entra no quarto onde haviam seis camas, cada uma com um paciente em estado crítico e seu pequeno era uma daquelas pessoas.
O baixista sente uma descarga elétrica percorrer do alto da cabeça até a planta dos pés quando ele vê Ruki deitado. Pálido, com um lençol azulado da mesma cor do avental na altura de seu peito. Agulhas que perfuravam as veias de sua mão e de seu braço, o tubo de oxigênio enfiado em sua pequena e delicada boca, o monitor cardíaco que fazia um barulhinho irritante enquanto traçava linhas conforme o coração de Ruki ainda batia... Seus ferimentos, hematomas...
Reita estava perdido em meio a toda aquela sensação e começa ter noção do que realmente tinha acontecido. Todas as poucas esperanças que ainda haviam lhe restado ficaram para trás quando ele viu que a realidade da situação era bem diferente de tudo aquilo que ele podia imaginar.
Lágrimas começam a escorrer. Reita perde as forças e cai de joelhos, tocando a mão gelada de Matsumoto, ele implora:
- Pequeno... Meu amor... Por favor... Reaja... Acorda... Volta pra mim... Me deixa te dar aquele abraço que você tanto me pediu, não faz isso comigo Ruki por favor... - Ele faz uma breve pausa e continua - Sou eu que te peço esta vez Ruki, por favor me dê mais uma chance... Só mais uma chance... Não me abandona...
Reita se cala por alguns instantes, observando as gotas do soro que pingavam vagarosamente, então ele respira fundo, se levanta e se aproxima do rosto de seu namorado, com a mão esquerda começa acariciá-lo e diz baixinho no ouvido de Ruki:
- Me perdoa bebê... Eu não devia ter brigado com você aquele dia, eu estava tão estressado... Mas olha, se você acordar e voltar pra mim eu juro que nunca mais brigo com você... E.. sabe aquele sorvete de nozes que você adora? Eu compro um potão só pra você, eu compro os doces e tudo que você quiser! Agora, acorda vai Ru... Taka... abre os olhos, chega de me torturar, por favor...- Reita chacoalha de forma delicada o corpo de Ruki, que não reage. Akira começa sentir aquele desespero tomando conta e seu corpo novamente, vontade de vomitar, de morrer, várias sensações ao mesmo tempo.
Aquilo era uma tortura...
Reita respira fundo, esfrega os olhos, fica calado por alguns minutos e só Deus sabia o que se passa dentro daquele homem.
Os 30 minutos da visita já haviam se passado e a enfermeira toca o braço de Reita que se assusta:
- Me desculpe, é que o horário de visitas acabou, o senhor precisa se retirar.
- Eu tenho mesmo que ir?
- Sim lamento mas o senhor não pode ficar, o médico vai examinar paciente por paciente e amigos e familiares não podem permanecer aqui.
- Tudo bem...
Reita se despede de Ruki lhe dando um beijo na testa e em seguida sussurra em seu ouvido:
- Você pode ser teimoso Takanori, mas eu sou mais... Não vou desistir de você, não vou te deixar partir ... Nunca !
E ao tocar o peito do pequeno ele sente que a pele está muito gelada.
Preocupado, antes de deixar a Unidade de Terapia, Reita pergunta à enfermeira:
- Por que o Takanori está tão gelado? Ele não sente frio?
- Fique calmo senhor, isso é normal, a temperatura dele está estável, ele não sente frio, não sente dor... Não sente absolutamente nada.
Após ouvir essas palavras, Reita se retira da UTI e encara os três que estavam apreensivos esperando por alguma boa notícia.
Aoi percebe que as pernas de Reita estão trêmulas e corre para segurar o amigo antes que ele acabe caindo no chão e o leva para se sentar num banco de madeira.
Todos estão calados esperando que o louro diga alguma coisa, mas ao verem a expressão de dor e tristeza estampada no rosto de Reita sabiam que o baixista não traria boas notícias.
Com muita coragem, Kai pergunta:
- E aí? Como foi lá?
Reita respira fundo, fecha os olhos e abraça o pescoço do guitarrista moreno que estava sentado ao seu lado.
O baixista chorou... Ele estava tão frágil, fraco, parecia uma criança desesperada se agarrando ao pescoço da mãe em busca de algum conforto, de algo que pudesse acalmar seu medo e fazer sua dor ir embora.
- Então... O Ruki está mesmo mal? - Uruha pergunta.
- Uruha! - Kai fala entre os dentes enquando dá uma cotovelada no estômago de Uruha.
- Ai... - ele geme de dor - Reita... Desculpa, eu não falei por mal
- Tá tudo bem Uru... - Ele larga o pescoço de Aoi e se coloca de pé de frente para o guitarrista louro e o baterista - Acho que já posso falar sem ser interrompido pelo meu próprio choro - ele sorri para os amigos.
- Então conta, conta logo! - os olhos de Kai brilharam por alguns segundos.
- Bem... Ele realmente está muito mal... - Reita não conseguia encarar os companheiros nos olhos - Muito machucado, pálido... Tão sozinho e abandonado naquela sala fria... - Seus olhos marejam e ele enxuga rapidamente as lágrimas que desciam e continua a falar - Eu não vou mais chorar, tenho que ser forte né amigos, por mim e por ele... já que a culpa dele estar aqui é toda minha...
- Não! Não diga isso - Disse Aoi se levantando e apertando o amigo contra seu corpo - Acidentes acontecem e ...
- Não Aoi, a culpa foi minha... Se eu não tivesse sido tão imbecil Ruki estaria comigo, brincando, sorrindo... E não ali naquele maldito lugar horrível...
- Mas Rei, entenda que...
- Com licença - Aoi é interrompido por um dos médicos que esava cuidando de Ruki - Posso falar com o senhor Suzuki por um momento?
- É sobre o estado do Takanori? - pergunta Akira
- Sim, é sobre o estado de saúde do paciente Matsumoto.
- Pode falar na frente deles também doutor, nós somos a família de Takanori.
O médico concorda e sem perder tempo, diz:
- Já pensaram na possibilidade de doarem os órgãos dele? O coração, as córneas, os rins estão em ótimo estado.
O punho de Reita se fecha e Aoi como sempre, muito perceptivo nota que o amigo está prestes a desferir um soco no rosto do doutor. Ele então segura o pulso de Reita e passa seu braço desocupado em volta do amigo, puxando-o para perto de seu corpo, fazendo com que Reita desista da idéia de bater no médico.
O baixista olha no fundo dos olhos daquele médico de aparência medonha e diz:
- Ninguém vai tirar um pedacinho sequer do meu namorado,entendeu doutor ?! Ele NÃO vai morrer! Eu nunca vou deixá-lo ir! Ruki vai voltar pra mim e nós vamos recomeçar! Eu tenho fé para isso... - ele abaixa o tom da voz que fica um pouco trêmula enquanto ele diz as seguintes palavras : - Eu tenho fé... Eu creio que... tudo isso que estamos passando é uma experiência dolorosa para nós amadurecermos juntos...
O médico aparenta ser um homem frio e não se deixa levar pela emoção contida na voz e nas palavras de Akira
- Eu admiro sua fé rapaz, mas acho importante você pensar nas outras vidas que poderiam receber uma nova chance e também recomeçar. - o médico olha para os demais e continua seu pequeno discurso - Fatalidades acontecem meu jovem, infelizmente seu namorado foi vítima de uma delas... Pessoas estão sofrendo há anos, esperando um órgão e talvez se você pensasse melhor... - O doutor olha no fundo dos olhos de Reita - Tente reconsiderar senhor Suzuki, seu namorado não sentirá nenhuma dor, afinal ele não passa de um cadáver vivo, mais dias, menos dias, você sabe qual será seu fim ... E... - o médico faz uma breve pausa - Optando pela doação você saberá que uma parte do senhor Matsumoto ainda vive. É melhor saber que o coração dele está batendo dentro do peito de outra pessoa do que saber que ele apodreceu e virou pó dentro de um caixão...
O médico apenas sente o impacto de ter suas costas arremessadas contra a parede.
Reita havia ficado furioso e antes que todos percebessem oque havia acontecido, ele já estava com as mãos na garganta do médico apertando para sufocá-lo até a morte.
- Reita! - Kai chama enquanto separa o louro do doutor que saiu correndo dizendo que Reita era um louco e psicopata.
- Aquele maldito! Ele não devia ter falado aquelas monstruosidades sobre o Ruki! - Diz Reita ofegante enquanto soca a parede tentando se acalmar.
- Não... Ele não devia - Falou Uruha enquanto se aproxima devagar e toca com as pontas de seus dedos os ombros tensos de Reita e o massageia - Ele jamais deveria ter abrido a boca para falar aquelas besteiras... Mas você também errou por ter agredido ele, sabe Aki-kun, você deveria ter procurado o diretor do hospital e ter reclamado com ele, já basta tudo o que estamos passando com o Taka... Por favor não arrume mais confusão.
Reita vira o rosto para Uruha que lhe lança um daqueles belos sorrisos e pisca um os olhos.
- Uru...
- Tente relaxar um pouco Aki - sua voz era mansa e suave o suficiente para acalmar Reita e os demais - Você está muito agitado, que tal se nós formos até a lanchonete comer alguma coisa?
- Eu estou sem fome e também quero ficar por perto... Caso meu pequeno acorde... Eu quero estar com ele.
Uruha com toda a paciência do mundo tenta convencer o amigo:
- Eu te entendo perfeitamente, mas você precisa se alimentar, como você vai cuidar do Taka se você ficar doente? Você sabe que o nosso amigo vai precisar de cuidados especiais, não é? Se você estiver fraco e doente como você vai fazer isso? Ainda mais o Ruki sendo exigente e chato como ele é, você vai precisar de muita energia e disposição.
- É verdade Kou! Você tem razão - um fio de esperança voltou a brilhar nos olhos de Reita.
- Então vamos comer alguma coisa, Ok?
- Tudo bem Kou, eu vou tentar comer.
Aoi não pode deixar de lançar um olhar de admiração e orgulho para Uruha que olha para seu namorado e suspira, lançando um olhar de dor para Aoi.
Como todos os outros, Uruha, estava tentando demonstrar força e segurança para não deixar Reita perder o controle e despencar num abismo rumo a perdição.
Ruki era o melhor amigo de Uruha, desde a infância sempre foram muito unidos e não havia nenhum segredo entre eles. Era certo que Uruha estava sofrendo demais com toda aquela situação. Ele também queria poder visitar o amigo e ficar com ele, mas o lourinho não poderia pedir isso a Reita, não naquele momento e Akira naquela situação...
Chegando na lanchonete. Aoi pede uma água, Uruha pede um chá, Reita um lanche natural e Kai um suco de laranja.
Ficaram em silêncio até que Reita joga seu lanche no prato e murmura:
- Não consigo comer essa droga
- Tenta comer um pouco Reita, pelo menos a metade - Diz Kai preocupado
- Não consigo, Ok?
Silêncio, novamente o silêncio
- Reita...
- Fala Aoi...
- Você não está sendo um pouco dramático?
- Como? Não entendi
- Você não acha que está exagerando um pouco? Para de vez com essa frescura e tenta comer essa porcaria!
- Aoi... só me responda uma coisa...
- Sim
- Se coloca no meu lugar. Como você se sentiria se no lugar do MEU Ruki estivesse o SEU Uruha, jogao naquela cama fria com agulhas nas veias, hematomas e ferimentos por todo corpo, dependendo de um maldito tubo enfiado na garganta pra poder respirar... Você acha que eu sou tão sangue frio e insensível pra me sentar aqui e comer numa boa como se nada tivesse acontecido?
Uruha sente seu coração acelerar e uma dor dentro de si, olha com os olhos magoados para Reita que logo se dá conta da barbaridade que havia saido de sua boca. Aoi está calado e cabisbaixo, pois Reita tinha razão.
- Uru... me perdoa, eu não queria... Eu não falei aquilo pra te magoar, eu juro
- Tá... Tudo bem Rei... eu entendo
Aoi abraça Uruha e olha para Reita
- Amigo, me perdoa... Você tem toda razão, eu morreria se algo acontecesse com Uruha, eu entendo sua dor e prometo que vou respeitá-la. Me desculpe
- Não Aoi, sou eu quem lhe deve desculpas...
Kai corta o baixista:
- Vamos encerrar esse assunto, o Uru está magoado, o Aoi também, você - ele aponta o dedo no nariz de Reita que estava sem a faixa - e eu também estou magoado. Vamos parar por aqui antes que alguém se machuque mais. Nossa prioridade é a recuperação de Ruki, e nós somos uma banda, um grupo, somos amigos ! E temos que nos apoiar. Reita, come isso logo por que você não é de ferro e não quero você desmaiando por aí. Uru, bebe seu chá e tente dormir um pouco que você vai se sentir melhor. Aoi, o Reita já te pediu desculpas (sim, Aoi ainda estava magoado porque Reita havia tocado em seu maior medo - que algo acontecesse com Uruha-) muda logo essa cara azeda e leva o Uru pra dormir em algum hotel e eu... Bem... Eu não sei o que eu vou fazer - ele coça a cabeça rindo e todos se deixam contaminar por seu sorriso e acabam rindo também
Kai apesar de calmo sabia colocar ordem no grupo, ele era um ótimo líder, o único que conseguia colocar todos na linha.
- Obrigado Kai
- Não me agradeça Rei, eu amo o Ruki como se ele fosse meu irmãozinho caçula, e amo todos vocês, só quero o bem dos meus irmãos e também não quero mais problemas.
- Kai aproveita pra descansar também , você cuida tanto da gente e esquece de si mesmo - Diz Uru enquanto bebe seu chá que já havia esfriado. - Que tal se nós nos revezarmos?
- Revezar? - Kai coça a cabeça
- Sim! Durante o dia ficamos eu e o Aoi aqui no hospital e a noite você e Rei- Kun ficam aqui, assim o Taka não fica sozinho e a gente pode descansar.
- Boa idéia Uru - Kai concorda de imediato - O que você acha Rei?
- Eu acho que tudo bem... Mas vou vir todos os dias no horário de visitas...
- Claro - Uruha sorria enquanto entrelaçava seus longos dedos aos de Aoi.
- Ótimo, então vocês dois vão procurar um hotel e descansem pra voltar mais tarde. A noite vai ser longa.- disse Aoi
- Sim, vamos Reita .
Kai e Reita se levantam e se despendem dos guitarristas que continuam sentados na mesa, observando enquanto os dois iam embora.
Uruha olha para Aoi , relaxa um pouco o corpo respirando profundamente, fecha os olhos e diz:
- Meu Deus... eu to com tanta dó do Reita.
- Eu também amor... Eu também...
Após alguns minutos os dois se levantam da mesa e seguem de mãos dadas até o corredor frio, onde se sentam em um dos bancos que dava na porta da UTI onde Ruki se encontrava...
Continua...