Um ano infinito (e fic!)

Sep 09, 2008 01:50




Sei que já mostrei essa pra um monte de gente e que também já a postei em meu fanfiction.net, mas acho que essa é a fic ideal para se postar hoje.
1 ano completo apaixonada pelos prováveis bestas mais bestas (que redundância! xD) de todo o Japão ♥
Fic: Tempo (Sinceramente, estava sem criatividade para títulos, então coloquei qualquer coisa que tivesse algum sentido relacionado ao contexto da fic)
Fandom: Kanjani∞
Par: Nenhum (!)
Autora: molkita
Beta: Ninguém (Então, desde já, desculpem qualquer erro)
Advertência: Nenhuma, essa fic é totalmente segura :D
Nota: Escrevi essa fic me baseando em acontecimentos relatados pelos próprios integrantes da banda, assim como informações adquiridas por sites. Apesar de ter tentado me aproximar ao máximo da realidade, ainda assim não posso afirmar de forma alguma que os acontecimentos aqui relatados são de fato verídicos, até porque acrescentei coisas para prender melhor todas as informações. Coloquei notas no final da fanfic esclarecendo quais são as informações verdadeiras que foram usadas como base para criação. Kanjani∞ e cada um dos meninos que compõem a banda não me pertencem, não estou ganhando dinheiro com isso, não tenho nenhuma relação com eles e não pretendo implicar nada a respeito deles através dessa fic. O único intuito dessa fanfic é espalhar o amor pelo grupo que gosto tanto e que ainda é tão desconhecido por aqui.
Sobre a fic: O tempo pode trazer grandes mudanças para nossas vidas. Só parando para avaliar os anos pelos quais passamos podemos perceber o quanto evoluímos, seja para melhor, ou para pior. Não vou falar muito para que tudo seja surpresa. ;D
Também postada aqui



Pra quem não conhece:







E Uchi: http://img141.imageshack.us/my.php?image=6ccur81vf2.jpg

TEMPO

Com cinco anos sua mente tinha a leveza da inocência, nenhum questionamento perturbador ou dúvida persistente tinha desorganizado seus pensamentos até então. Suas vontades e desejos ainda eram simplórios demais para que pudessem vir a lhe causar qualquer tipo de problema.

Bastou perceber que alguém o observava para que ele parasse o desenho que estava fazendo, seus olhinhos dando voltas por todo o quarto até encontrarem o “intruso”.

- Mamãe, - sua voz transpassou um sorriso honesto.

- O que está fazendo? - Ela sorria também.

- Desenhos, - estendeu as folhas de papel rabiscadas na direção dela. - Já vamos jantar?

- Ainda não querido, daqui a pouco. - Respondeu com doçura enquanto acariciava os cabelos do filho. - O que é isso aqui? - Apontou um redemoinho de cores no centro de um dos desenhos.

- Uma árvore. - Assentiu várias vezes, como se quisesse assegurar a veracidade de sua afirmação. - Não é? - Inclinou a cabeça para o lado direito e franziu o cenho, parecendo levemente confuso. Talvez estivesse apenas contrariado.

Ela riu e não conseguiu evitar abraça-lo.

- Se você diz que é uma árvore, é isso mesmo o que é.

Ele correspondeu o abraço e sorriu timidamente.

- Nenhuma árvore precisa ter uma cor só, - encarava os olhos curiosos do pequeno enquanto falava. - Se ela quiser ter várias cores de uma só vez não é isso que vai fazê-la deixar de ser árvore, não acha?

- Acho! - Sua voz infantil soou alegre. Não sabia se tinha entendido bem as palavras de sua mãe, mas de alguma forma gostava do que ela tinha dito, ela não tinha criticado sua árvore multicolorida e isso o deixava muito feliz! Agradar a mãe era uma das coisas que mais gostava de fazer.

Aos sete tudo era realização. Cada dia lhe parecia cheio de novidades e descobertas, ainda não tinha parado para pensar no que tornava a vida boa ou ruim de se viver, porquê perder tempo com isso quando ainda tinha tanta coisa para conhecer e tantas brincadeiras para brincar?

Sua respiração estava tão acelerada que ele teve que pôr a mão sobre o peito esquerdo na tentativa de recobrar a calma.

Cerrou os olhos, respirou fundo e se preparou. Não ia perder dessa vez, por mais que seus joelhos estivessem latejando e seu cotovelo direito estivesse ardendo agora, algo dentro dele lhe dizia que essa era a hora, finalmente iria funcionar.

O primeiro impulso veio como todos os anteriores, forçou o pé para ganhar mais força e quase perdeu o equilíbrio, mas inclinou o corpo para o lado e conseguiu manter a estabilidade custosamente.

Foi tudo muito depressa, quando deu por si já estava seguindo com estranha facilidade, o vento agitando seus cabelos à medida que enchia seus pulmões com o gratificante ar que entrava através de uma respiração orgulhosa e aliviada.

- Consegui. - Sussurrou para si mesmo e um enorme sorriso desenhou-se em seu rosto.

Segundos depois estava no chão, distraído com sua pequena vitória acabou deixando de perceber a pedra solta na calçada da frente de sua casa, mas ainda sorria satisfeito quando se ergueu.

Só por garantia testou outra vez sua nova habilidade, pedalada depois de pedalada lhe permitiu ter segurança suficiente para sair correndo em direção ao portão de casa. Gritou antes mesmo de passar pela porta que levava à sala:

- Mamãe! Aprendi a andar de bicicleta!

Quando completou nove, começou a achar que o mundo girava em torno dele. Sentia-se o protagonista de uma longa história, pensava que todas as outras pessoas eram personagens que contribuíam para o desenvolvimento de um meticuloso enredo.

- Você já sabe o que vai fazer quando for grande, maninho? - Quis saber. Ele sempre acabava fazendo perguntas sobre coisas que estivera pensando e muitas vezes as pessoas não conseguiam entender o sentido daquilo tudo, ao menos era isso o que ele ouvia dos outros em momentos assim.

O maior dos dois garotos sentados no sofá da sala pareceu pensativo por um momento e então respondeu:

- Não sei, vou pensar nisso quando for grande.

- Mas ouvi dizer que temos que começar a planejar essas coisas cedo.

- É mesmo? Você já planejou alguma coisa?

- Eu vou salvar o mundo! - Exibiu um sorriso orgulhoso.

O mais velho riu e perguntou:

- Salvar o mundo de quê?

- Bem, - coçou a cabeça. - Isso ainda tenho que planejar.

A insegurança lhe tocou de forma agressiva pela primeira vez quando ele tinha recém completados onze anos. Nem tudo que conhecia lhe parecia divertido agora, a sua curiosidade tinha lhe forçado a perceber que as coisas não aconteciam sempre da forma que ele esperava e queria.

Teve que morder o lábio inferior com muita força para impedir que as lágrimas que embaçavam sua visão caíssem. Respirou fundo e fez um pedido silencioso com o olhar, implorava para que as pessoas ao seu redor não o olhassem com tanta pena, definitivamente não era daquele sentimento que ele estava precisando naquele momento.

Tinha se esforçado e sonhado tanto com aquilo apenas para agora estar olhando seu adversário comemorar sua vitória bem diante de seus olhos.

Pôs a raquete sobre a mesa de ping pong e começou a se retirar, jurando para si mesmo que nunca mais ousaria jogar. Nem mesmo uma semana inteira precisou passar para que ele estivesse novamente no pátio da escola jogando com os amigos.

Começou a se sentir um adulto quando viu a vela de treze anos enfeitando seu bolo de aniversário. Desejou ser notado por uma de suas colegas de classe ao invés de um brinquedo antes de apagar as velas dessa vez.

Sorriu largamente para esconder o fato de que o elogio da professora tinha o deixado tão sem graça.

Seus amigos o encaravam com ar de riso, mas o que mais incomodava era o olhar admirado de algumas meninas, acompanhado de seus sorrisinhos tímidos. Seguiu para sentar-se e a professora decidiu que aquele era um bom momento para reforçar o que dissera:

- Mas realmente acho que você tem uma bela voz, é bem clara e expressiva. Você deveria trabalhar isso meu rapaz.

- Certo, vou tentar. - Sua voz saiu mais tremida do que ele havia pretendido e seus amigos pegaram no seu pé por quase um mês graças a isso.

Depois desse dia, ele passou a ficar tenso sempre que o horário da aula de música chegava.

Um novo horizonte se abriu com a chegada de seus quinze anos, não sabia o que deveria esperar do mundo ou o que o mundo esperava dele, mas a vontade que tinha era jogar-se de cabeça sem pensar muito bem no que estava fazendo para só então ver o resultado.

Não fosse o empurrão inicial que recebera de sua mãe ele certamente nunca teria a coragem necessária para fazer aquilo. Nunca havia passado por sua cabeça arriscar-se dessa maneira, mas sua mãe acreditava nele e ele sabia que se não tentasse acreditar em si mesmo também, acabaria não fazendo nada.

Olhou ao redor e sentiu seu coração acelerar ao perceber a quantidade absurda de gente que lotava aquele salão. Como faria para se destacar em meio a tantos outros garotos, ele não sabia, mas daria um jeito. Não deixaria aquela chance passar, não queria ser visto como um no meio de muitos.

Agradeceu quando um senhor muito bem vestido entregou-lhe uma espécie de etiqueta onde ele deveria escrever o seu nome para que fosse identificado. Voltou a olhar para os rostos anônimos de tantos outros garotos dispostos a fazer de tudo para ter uma oportunidade, podia ser que alguns deles sonhassem até mais do que ele com esse momento, mas não seria isso que o faria deixar barato. Não estava disposto a perder, uma vontade desmedida de vencer tinha tomado conta de seu corpo e, enquanto observava os outros meninos colocarem seus sobrenomes nas etiquetas, escreveu “SUBARU” em letra maiúscula no seu próprio pedaço de papel e o colou em sua blusa vermelha, bem no meio de seu peito.

Quando, depois de muita dança e avaliação, ele foi um dos três únicos garotos selecionados no meio de toda aquela massa de gente, sentiu como se aquele fosse um dos momentos mais importantes de sua vida.

A incerteza não começou e nem terminou aos dezessete, mas esteve presente por bastante tempo nesse período, certificando-se de que o medo influenciaria cada passo que ele desse.

A impressão que ele tinha, julgando pelo ar de divertimento presente no rosto de cada uma das cinqüenta pessoas na platéia, era de que eles não estavam ali para serem admirados como esperavam, mas sim para servirem de palhaços para o divertimento sádico do público.

Desde o começo havia desconfiado que as coisas não estavam certas... Depois de ter passado no teste para entrar na agência e de ter tirado fotos para revistas e até mesmo aparecido em um programa de televisão, ficou meses sem receber uma ligação sequer, até que do nada o convidaram para fazer outro teste de admissão. Na época, ficou confuso, sem entender o motivo para ter que fazer outro teste quando já tinha sido admitido, mas não disse nada, achou que esse era o procedimento e deu o máximo de si novamente, sendo aceito pela segunda vez, uma sorte que nem todos tiveram, tendo em vista que o mesmo Maruyama que tinha passado junto dele no primeiro teste e com quem tinha conversado durante os intervalos das sessões de fotos não tinha sequer sido notado da segunda vez...

Com o passar do tempo aprendeu que aquele não tinha sido um procedimento corriqueiro como havia pensado, começou a perceber também que por mais que se esforçasse, nunca conseguia chamar tanta atenção quanto os juniores vindos de Tóquio... Até parecia que quem vinha da região de Kansai não passava de uma distração, o entretenimento antes da atração principal.

Aos poucos, detalhes começaram a o frustrar, nem mesmo o fato dele ser um dos dois iniciantes que vinham ganhando mais credibilidade conseguia dar-lhe alguma segurança. Do que adiantava ele ser o “Shibutani do Oeste”, como era chamado, se o “Takizawa do Leste” estava totalmente fora de seu alcance?

A verdade é que as coisas haviam começado bem para os dois, Tackey tinha inclusive se tornado um bom amigo, até surgiram especulações de que os dois seriam uma dupla, mas aos poucos a preferência da companhia foi ficando mais e mais clara, a imagem de Tackey foi camuflando seu brilho e, conseqüentemente, diminuindo sua autoconfiança.

Subaru não queria, mas era inevitável sentir uma pontada de inveja sempre que via Tackey ser convidado para apresentações e programas, oportunidades sendo dispostas em sua frente com uma facilidade impressionante, enquanto ele mesmo era discretamente “escanteado” e esquecido.

A idéia de desistir de tudo lhe ocorreu algumas vezes, mas ele sempre tentava focar os pensamentos em outras coisas, evitando se acovardar, tentando suportar aquilo tudo junto dos outros juniores vindos da região de Kansai, amigos que fez ao longo dos anos dentro da companhia e que seguramente entendiam o que ele sentia.

- Então, - o apresentador do programa resolveu falar depois de fazer os devidos comentários sobre a performance deles. - Quem de vocês hoje aqui acha que algum desses garotos vai um dia ser um astro tão grande quanto os rapazes do SMAP?”

Quando apenas cinco mãos foram erguidas no meio de toda a multidão, ele teve a certeza de que não adiantava. Não importava o que ele fizesse, ou como fizesse, seu sonho continuaria sendo um sonho e desistir talvez não fosse tão ruim se comparado àquela humilhação.

Sentiu uma mão carinhosa tocar o seu ombro, olhou para o lado e viu que Murakami, um dos dois meninos que haviam passado junto dele no segundo teste de admissão, ainda estava olhando para a audiência e sorrindo, como se tudo aquilo não passasse de uma piada e nada estivesse o atingindo. Mas Subaru o conhecia e sabia que o brilho refletido em seus olhos era tristeza.

Respirou fundo, aproximou-se um pouco mais de Murakami e recostou com leveza a cabeça em seu ombro, sorrindo para a audiência também, esvaziando a mente para conseguir agir de forma automática. Olhando de soslaio para o outro lado, pôde ver o semblante de ira modificar o sempre-sorridente rosto de Yokoyama, mais um dos amigos por ele considerados próximos.

- Yokoccho, - chamou o apelido em forçado tom alegre e, quando o outro olhou, sorriu, esperando que ele pudesse ler seus olhos.

Não demorou até que a expressão do mais alto dos três se suavizasse e ele se aproximasse um pouco mais, até que seu ombro tocasse o de Subaru.

- Obrigado por acreditarem tanto em nós! - Declarou Yokoyama sem conseguir evitar. O sarcasmo sendo parcialmente neutralizado pelo enorme sorriso em seu rosto.

Tudo era preto e branco aos dezenove. Nada era realmente bonito e nenhuma alegria conseguia durar muito. Precisava começar a tomar decisões e nenhuma delas lhe parecia correta. Em tudo conseguia ver complicação e começava a achar que a vida já tinha perdido o seu encanto.

Estar de volta em casa tinha lá suas vantagens.

Obviamente ainda não sabia o que faria de sua vida agora que tinha se afastado da Johnny’s e também não tinha o mínimo de ânimo para se empenhar em algo novo, pra começar sequer se via fazendo outra coisa que não fosse cantar, não conseguia se interessar por nada mais, mas estar junto de sua família era um conforto. Era muito bom estar rodeado por pessoas que se importavam com ele, além de sentir-se completamente livre de qualquer pressão que pudesse o impedir de agir da forma que quisesse.

O ruim era sentir-se derrotado em diversos aspectos sempre que lembrava das coisas que haviam acontecido, e era espantoso como, por mais que tentasse evitar, lembrava de todas essas coisas desagradáveis com uma freqüência assombrosa. Mas o que poderia fazer? Não queria continuar se sentindo um completo inútil e tampouco estava disposto a seguir ordens de pessoas que não reconheciam seus esforços. A melhor solução no momento era ficar em Osaka e tentar começar tudo outra vez.

- Subaru, visita pra você. - Sua mãe falou após dar leves batidas na porta de seu quarto.

Perguntava-se se Yoko havia resolvido fazer outra visita. Ontem mesmo ele tinha aparecido de surpresa, trazendo o videogame que tinha acabado de comprar como bagagem e os dois haviam passado a tarde inteira jogando. Certo que Subaru conseguiu ganhar poucas vezes, mas mesmo assim foi relaxante estar perto de um amigo que o entendia tanto quanto Yokoyama. Ele sabia da situação na qual Subaru se encontrava, entendia bem tudo o que tinha acontecido e tinha idéia de como ele estava se sentindo, talvez por isso mesmo tenha optado por não comentar nada, provavelmente foi o visitar para mostrar que se importava e dizer indiretamente que estaria ali caso ele precisasse. Yoko era um bom amigo.

- Pode entrar.

Mas não foi Yokoyama que adentrou o quarto e veio caminhando em sua direção meio sem jeito.

- Como você está?

- Bem, na medida do possível. Você?

- Acho que posso dizer o mesmo. - Riu e sentou-se ao lado de Subaru na cama. - Yoko me falou que você fez uma tatuagem.

- Ah, pois é, - Riu sem graça e mostrou a caveira tatuada na parte de cima de sua mão.

- Sabe que vai ter mais problemas por causa disso, não sabe? - Questionou após avaliar a mão do outro com excessiva cautela, quase como se o desenho fosse o atacar a qualquer instante.

- Não me importo, não vou mais voltar pra lá. - Declarou se esforçando ao máximo para manter o tom neutro, mas não conseguiu olhar nos olhos do outro enquanto falava.

- Babu, - tocou de leve o ombro do menor. - sei que está sendo difícil, entendo como você se sente, mas peço que não tome uma decisão importante como essa de cabeça quente. - Fez uma pausa, como se quisesse se certificar de que o outro estava realmente ouvindo. - Você tem muito talento, seria uma pena se parasse agora, não sente falta dos palcos?

- A cada minuto. - Voltou a olhar diretamente nos olhos de Murakami. - Sinto tanta falta, Hina-chan...

Shingo mostrou-lhe um sorriso cheio de compreensão e o envolveu em um abraço amigável quando viu que seus olhos começaram a marejar.

- E pode ter certeza de que muita gente sente falta de te ouvir cantar.

Só quando tinha vinte e um viu as coisas com mais clareza. Ainda não tinha segurança na hora de tomar suas decisões, continuava sem saber se elas estavam certas, mas voltava a ter vontade de se arriscar, tentar dar novos passos, por mais que eles fossem incertos.

A proposta que tinham lhe feito era incomum e talvez por isso mesmo ele tivesse a aceitado tão avidamente após passar tanto tempo rejeitando trabalhos. Se algo poderia dar certo, tinha que ser aquilo, sabia disso.

Não achava que poderia ser como os outros, não se sentiria bem sendo parte de mais uma banda pop montada apenas para cantar músicas feitas por outros e encenar passos de dança sensuais na frente de milhares de fãs que só se importavam com rostos bonitos. Sua aparência nunca foi seu forte de qualquer forma, baixinho e magricela como era, nunca fora assim tão atraente aos olhos das garotas. Além disso, New Enka era um estilo no mínimo interessante.

Entrou no saguão de recepção do grande prédio sentindo o nervosismo crescer dentro de si.

- Shibutani-san!

Olhou para o lado apenas para se deparar com três rostos sorridentes de rapazes que acenavam em sua direção. Yokoyama, Murakami e o outro seria...

- Maruyama-kun! - Não conseguiu evitar o sorriso. Aproximou-se dos outros e cumprimentou-os devidamente. - Também foram chamados?

Assentiram parecendo animados.

- Estávamos torcendo para que você viesse! - Declarou Murakami que parecia exageradamente eufórico.

- Se eu soubesse que ‘os outros’ de quem falaram ao telefone eram vocês, eu teria vindo ainda mais depressa. - Sorria de forma quase involuntária, o nervosismo parecia ter sumido com a chegada de uma alegria que fazia seu peito se aquecer. - Ah, Ryo-chan! - Exclamou ao ver o pequeno garoto sentado no sofá, parecendo entediado e cheio de sono.

- É, eu também. - Comentou enquanto apoiava o rosto em uma das mãos, sorrindo. - Yasuda-san e Uchi-kun também foram chamados. - Apontou para o outro lado do salão, onde os dois garotos mencionados conversavam alegremente.

Pensou em comentar que a quantidade de pessoas convocadas tinha sido grande, mas logo uma moça chegou dizendo que eles deveriam a seguir e ele assim o fez.

O clima da sala era agradável, mas podia sentir que nenhum dos outros estava se sentindo totalmente confortável na presença do Presidente e dono da empresa. Johnny parecia estar em um bom dia, mas mais do que isso estava ocupado, por esse motivo foi direto ao ponto:

- Me deram a idéia de montar um grupo novo, como vocês já têm um certo grau de proximidade graças ao programa que apresentaram juntos e a peça ANOTHER, e também por serem quase todos da mesma região, resolvi que seriam vocês. Um grupo composto apenas por pessoas vindas da região de Kansai, vocês serão Kanjani8. O oito vem do canal onde vocês apresentarão um programa. Serão o primeiro grupo de New Enka da Johnny’s. - Olhou cada um dos rapazes acomodados nas cadeiras diante de sua mesa. - Agora só preciso encontrar o último integrante, porque me sugeriram que o grupo tivesse oito pessoas por causa do canal.
Era um motivo bobo para se criar um grupo, mas eles já haviam esperado por aquele dia por tanto tempo que mal podiam acreditar no que tinham acabado de ouvir. E pouco importava se nenhum deles gostava daquele nome, eles finalmente seriam um grupo oficial, depois de tanto tempo trabalhando juntos cheios de incertezas e inseguranças.

Segundos de absoluto silêncio se seguiram até que Yasuda ergueu o braço de forma vacilante.

- Sim?

- Eu sei de alguém que poderia completar os oito.

- E quem seria? - O Presidente soou curioso.

- Ohkura Tadayoshi-san, senhor. Eu e Maru-kun já trabalhamos com ele e acredito que seja uma pessoa muito competente.

- É verdade, acho que ele seria ótimo. - Maruyama confirmou com um sorriso.

- Está bem então, - Johnny fez algumas anotações na agenda disposta sobre a mesa. - Verificarei isso depois, mas, por hora, quero saber se todos vocês aceitam minha proposta.

Subaru viu que por alguns instantes os olhos de Johnny ficaram fixos nele, um pequeno sorriso curvando seus lábios, como se quisesse dizer de forma discreta que estava feliz por ele ainda estar ali, fazendo parte de seu pequeno “exército”. Johnny-san havia expressado pessoalmente sua vontade em ter Shibutani em sua companhia, algo que tinha sido um forte fator influenciador na hora em que o rapaz decidiu tentar novamente. Não poderia deixar de se sentir honrado por ter aquela confiança.

- Será um prazer. - Foi o primeiro a falar, um sorriso curvando seus lábios quando ouviu os outros aceitando também em meio a grande empolgação.

Johnny riu então, satisfeito.

- Vocês, - apontou para cada um dos rapazes ali presentes. - Vocês vão ficar bem mesmo que não gastemos muito dinheiro investindo em vocês.

Isso vindo do grande Presidente da companhia que reunia jovens talentos, a Johnny’s Entertainment, era um grande elogio.

Sentia-se leve aos vinte e três anos. Aos poucos ia aprendendo a não se pressionar tanto. Não era preciso exigir tudo agora, entendia que se fosse paciente poderia enxergar resultados, por mais que eles demorassem a chegar.

Estavam todos reunidos em comemoração. Haviam escolhido um restaurante pequeno e discreto, mas cheio de boas recomendações por parte de amigos.

- Sabe, - Yasuda começou a falar e todos pararam para ouvir o que ele tinha a dizer. Todos com a exceção de Yokoyama, claro. - Me sinto tão feliz por estar aqui junto de vocês hoje.

Subaru sentiu-se sem graça com as palavras do amigo. Yasu definitivamente sabia como falar coisas embaraçosas com uma naturalidade impressionante.

- Eu não sei como explicar direito, mas sinto que o que estamos fazendo é certo. - Prosseguiu Yasuda. - Os oito juntos, de alguma forma sinto que tem que ser exatamente assim para dar certo. - Tocou seu peito esquerdo para dar ênfase a suas palavras. - Fico muito, muito feliz sempre que estou junto de vocês.

E Subaru sentiu-se ainda mais envergonhado, porque sabia que por mais que ele não tivesse coragem suficiente para dizer, também se sentia assim. Com aqueles sete ele sabia que poderia contar sempre. Sentia-se à vontade e tranqüilo perto deles, era quase como se tivesse a certeza de que com aquelas pessoas ao seu lado ele nunca mais voltaria a se sentir perdido.

- Eu também me sinto assim, - Maru resolveu auxiliar Yasu com seu “discurso”, acariciando os cabelos do menor de forma amigável enquanto sorria para os outros que o encaravam. Agora, até mesmo Yoko havia deixado a comida de lado. - E quero agradecer a vocês por tudo até agora. Sei que ainda temos muito a fazer, “Naniwa” é só o começo afinal, mas acho que juntos vamos conseguir.

- Claro, - todos se surpreenderam quando, o normalmente calado Ohkura, resolveu falar. - Juntos somos fortes o suficiente para superar todos e enfrentar qualquer coisa.

Uma sensação de inexplicável felicidade invadiu o seu peito e Subaru não saberia dizer o que estava sentindo se o perguntassem. Estava tão clara para ele a forte ligação que os mantinha juntos, podia ver o quão importante era essa união e cumplicidade mútua. Bastou olhar o rosto dos outros para perceber que aquele sentimento avassalador não era só seu, podia perceber uma emoção forte ser expressa através dos olhos dos outros.

Yasu foi o primeiro a começar a chorar, como era de se esperar tendo em vista que ele não era do tipo que tinha vergonha de suas lágrimas e invariavelmente chorava quando se deparava com emoções fortes.

Mas dessa vez ele não ficou sozinho, logo Subaru viu lágrimas brilharem nos olhos dos outros e sentiu sua própria visão começando a embaçar.

Naquela noite, certamente muitas pessoas os consideraram loucos. Tudo bem, aquela não seria a primeira e nem a última vez. Para eles, aquele foi um momento especial, um marco em seu crescimento como grupo. Eles se entendiam, se completavam e sabiam em seus íntimos que precisavam um do outro. Era quase como se estivessem se tornando um só ser. Um ser cheio de pretensões e sonhos, disposto a enfrentar tudo o que aparecesse em sua frente para poder alcançar seus objetivos.

Teve a certeza de que nenhuma época da vida podia ser cem por cento tranqüila quando completou vinte e cinco anos. Mas chegou a conclusão também de que tranqüilidade constante seria um tédio. Todos os passos em falso que tinha dado, e ainda dava hoje em dia, lhe serviam como base sempre que precisava seguir um novo caminho.

Escolheu o frasquinho usual de dentro da pequena cesta, não querendo pensar muito.

- Esse não.

Ouviu e logo o frasco foi tirado de suas mãos antes mesmo de ser aberto.

- E por que não? Eu gosto de preto. - Protestou fazendo cara de birra.

- Eu sei que você gosta, mas que tal mudar um pouco dessa vez? - Sorriu. - Não seria bom surpreender usando uma cor diferente de esmalte especialmente para nossa primeira turnê Nacional?

Olhou dentro dos olhos do rapaz sentado ao seu lado no chão da sala de seu apartamento, querendo reclamar outra vez, mas simplesmente não conseguiu discordar daquele brilhante olhar ansioso e daquele sorriso que era pura doçura. Yasuda definitivamente sabia como usar seus encantos para manipulá-lo.

- Argh, Sho-chan, você é um trapaceiro. - Falava com irritação, mas não fez nada para impedir o amigo quando esse segurou sua mão direita e começou a pintar suas unhas com um esmalte vermelho vibrante.

Yasuda simplesmente ignorou seu comentário com outro sorriso e prosseguiu seu trabalho manual, caprichando para deixar as unhas de Subaru impecáveis. Shibutani continuou fazendo cara feia, mas a verdade é que estava muito feliz, sentia-se realizado em vários aspectos, estava satisfeito com o quanto eles tinha avançado, seguro de estar fazendo da melhor forma possível a sua parte e simplesmente contente com, no geral, praticamente tudo que vinha acontecendo em sua vida nos últimos tempos.

Seus amigos e companheiros de grupo, assim como sua família, tinham sido e continuavam sendo um grande incentivo. Sempre que podia deixava claro o quanto era importante a presença deles em sua vida, por mais que usasse meios discretos para tal.

E ele chegava a achar engraçada a sua vontade de ter ainda mais. Queria continuar subindo, não queria de forma alguma que as conquistas parassem por ali. Sabia o quão pretensioso aquilo soava e ficava feliz sempre que sentia que não era o único a pensar daquela maneira.

- Pronto, Shibuyan, - Yasuda liberou sua mão apenas para segurar a outra. - Agora só falta mais uma.

- Yassan,

- Hm? - Parou por um instante e fitou os olhos do mais velho.

- Até onde acha que vamos chegar?

- Você quer dizer junto com o Eito? - Seu tom era levemente confuso.

Assentiu.

Yasuda pensou por um momento, até que um enorme sorriso iluminou suas feições. - Até onde desejarmos. - Disse simplesmente.

E essa resposta era justamente a que eu queria ouvir. Pensou Subaru enquanto correspondia o sorriso.

∞∞∞∞∞∞∞∞

NOTAS FINAIS

∞ Em relação a família de Subaru, ele é de fato muito apegado a sua mãe (ela se chama Taeko), é algo que fica bastante óbvio depois de se ler algumas entrevistas com ele. Taeko também sempre o incentivou e apoiou bastante, é inclusive muito querida por todos os integrantes de Kanjani (e ela é fã do Yasu! xD). Subaru também tem um irmão mais velho e um mais novo, mas nunca falou de seu pai (especula-se que ele não cresceu junto do pai, mas não se sabe ao certo já que eles não falam muito sobre esse tipo de coisa);

∞ A mãe de Subaru foi a responsável por sua admissão na Johnny’s. Ela enviou o currículo do filho quando ele tinha 15 anos e praticamente o chantageou para que ele comparecesse no dia do teste (ela acreditava que o filho tinha potencial suficiente para isso);

∞ Durante o seu teste de admissão, Subaru teve mesmo que competir com centenas de garotos; ele realmente disse que foi invadido por uma enorme vontade de vencer, o que o fez escrever seu primeiro nome com letras grandes em sua etiqueta de identificação;

∞ Subaru e Maru realmente foram escolhidos no mesmo teste e tiveram que refazer o teste depois de alguns meses mesmo já tendo feito trabalhos para a JE (aparentemente os documentos de admissão deles sumiram). No segundo teste, Subaru passou novamente, dessa vez junto de Yoko e Hina, enquanto Maru não passou (ele só foi admitido novamente depois - foi para um novo teste, Johnny o reconheceu e perguntou se ele não já tinha passado -, entrando na companhia junto de Yasu);

∞ Os juniores de Kansai de fato passaram por uma fase onde começaram a achar que não teriam muito futuro dentro da Johnny’s, tendo em vista que o trabalho deles nunca era muito levado a sério. O agente dos juniores de Kansai na época era muito ruim, a companhia justificava a diferença de tratamento com esse argumento, mas isso não impedia que os Kanjanis (os johnny’s de Kansai) ficassem frustrados (eram só crianças e adolescentes na época, então custavam mais a entender a situação toda);

∞ A platéia de 50 pessoas, dentre as quais apenas 5 ergueram o braço para mostrar que acreditavam no potencial de Yoko, Hina e Subaru, realmente existiu;

∞ Subaru realmente foi conhecido como “Shibutani do Oeste” e também existia o “Takizawa do Leste”. Os dois eram os juniores mais promissores da Johnny’s na época e foram grandes amigos por um bom tempo;

∞ Especula-se que um dos motivos que causaram a suposta época de revolta/depressão de Subaru foi o fato de Tackey ter começado a ganhar muito mais oportunidades do que ele (mais uma vez, dizem que a culpa disso foi toda do agente dos juniores de Kansai) e até debutar quando Subaru sequer tinha previsão para isso;

∞ Subaru realmente ficou um período afastado da Johnny’s e quase desistiu de continuar tentando a carreira de músico (só não desistiu realmente porque sentia falta de cantar e por causa do apoio de familiares e amigos - Murakami e Yokoyama inclusos), ele perdeu as esperanças de ter um futuro como cantor;

∞ Subaru fez uma tatuagem, indo contra as regras da Johnny’s, ele também passou a ter um comportamento não muito aceitável dentro da companhia, se negando inclusive a continuar treinando dança, porque queria se focar apenas em cantar, coisas assim causaram seu afastamento da companhia (época da revolta! 8D);

∞ O presidente da Johnny’s realmente ligou para Subaru pedindo para que ele voltasse para a companhia (ele sempre viu muito potencial na voz de Subaru, creio);

∞ Kanjani8 foi formado por iniciativa de Johnny. Quando ofereceram um programa no canal oito para a sua companhia, ele achou que seria interessante ter um grupo de oito pessoas no canal oito. Então ele juntou os juniores de Kansai que já tinham alguma proximidade (os meninos não gostaram muito no nome do grupo inicialmente, mas estavam tão felizes com a formação do grupo que nem ligaram muito! xD Só depois de um tempo o 8 foi substituído pelo símbolo do infinito, o que tornou o nome mais especial para eles);

∞ Os integrantes da banda realmente participaram da peça “Another” e apresentaram juntos o programa “J3Kansai” antes da formação do grupo;

∞ Ohkura realmente entrou no grupo depois de um tempo por sugestão de Maru e Yasu;

∞ Os meninos do K8 comemoraram em um restaurante o lançamento do “Naniwa Iroha Bushi” e eles realmente choraram juntos de alegria pelo lançamento de seu primeiro single e por terem se sentido muito próximos naquele momento (que sentimentais! xD);

∞ Depois da formação do grupo, ele passaram anos sem lançar um single sequer (esperando a permissão da companhia para tal), além de terem esperado muito tempo até finalmente poderem fazer sua primeira turnê Nacional;

∞ Hoje em dia os juniores de Kansai têm muito mais apoio por parte da companhia e Kanjani∞ sempre tenta os apoiar também (um exemplo seria o fato dos juniores de Kansai terem uma espécie de mini-bloco especial em um dos programas do K8. Além do fato deles estarem sempre promovendo seus juniores em entrevistas e no programa de rádio);

∞ Hoje em dia K8 se dá muito bem com alguns grupos de Tóquio, Tackey inclusive ainda é muito amigo de alguns deles;

∞ Uchi Hiroki era parte do grupo, mas acabou sendo suspenso ao desobedecer uma das regras fundamentais da companhia. Hoje em dia K8 tem apenas 7 integrantes e Uchi voltou para a JE, mas não para Kanjani.

∞ Yasuda e Subaru gostam mesmo de pintar as unhas. xD

E creio que basta de informações! xDD

No mais:



fanfic, kanjani8

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