Fic: Realizado

[arrisor]

Título: Realizado
Autora molkita
Fandom: Kanjani∞
Par: YaSuba
Beta: Ninguém (então, desde já, vão desculpando qualquer erro)
Classificação: PG-13
Sobre a fic: Yasu e Subaru compondo uma música durante a madrugada.
Nota: Kanjani∞ e cada um dos meninos que compõem a banda não me pertencem, não estou ganhando dinheiro com isso, não tenho nenhuma relação com eles e não pretendo implicar nada a respeito deles através dessa fic. Acabei me inspirando pra escrever essa fic depois que a lady_nymus postou um "mood challenge" lá na comunidade jimusho-ai, essa foi escrita pro humor accomplished.

REALIZADO

Já passava das três da manhã e eles haviam dito há mais ou menos duas horas atrás que iriam parar assim que a próxima estrofe fosse finalizada, precisavam dormir, no outro dia bem cedo tinham ensaio da banda, afinal. Eles aparentemente não haviam dado muita credibilidade às suas próprias palavras.

Parou um instante a mão que se movia quase automaticamente de encontro às cordas do violão que descansava em seu colo, a melodia já estava fixa em sua mente e muito lhe agradava, combinava com a ideia geral da música e era marcante, tudo o que eles precisavam. Olhou para o amigo e pensou em comentar sobre a hora, mas desistiu de assim fazê-lo ao ver o cenho franzido do outro e o brilho em seu olhar que era pura obstinação. Sentiu uma sensação boa espalhar-se por seu corpo, adorava vê-lo assim tão focado e cheio de dedicação por algo. Sorriu e tornou a tocar, fechando os olhos em apreciação quando o outro o acompanhou sussurrando partes da letra que eles já haviam escrito, seguindo a melodia.

Quando o som do violão alcançou a parte da música que ainda precisava ser letrada, abriu os olhos e sorriu largamente, satisfeito, ao ver o outro rabiscando fervorosamente o papel sobre a mesinha de centro. A inspiração estava de volta e, aparentemente, em todo o seu potencial.

Não demorou até que seu amigo colocasse o lápis sobre a mesa, de forma quase solene e dirigisse-lhe o olhar, os olhos nublados por algo difícil de decifrar.

- Acho que terminei. - Afirmou parecendo satisfeito com o resultado final de seu trabalho. - Leia.

Apoiou o violão sobre o chão ao seu lado e pegou o papel com as duas mãos, lendo com cuidado cada palavra e sentindo cada pelo de seu corpo arrepiar-se fosse pela beleza da letra ou pela peculiaridade da situação.

Já vivenciara esse momento inúmeras vezes, mas ele nunca deixava de ser intenso, era quase como se as almas dos dois estivessem conectadas em algum nível que era impossível de se explicar. Momentos assim faziam com que ele se sentisse próximo do outro de um modo não convencional e isso estranhamente fazia com que ele se sentisse muito bem. Deitou o papel sobre a mesa, copiando o gesto solene que seu amigo adotara com o lápis anteriormente, então ficou um tempo apenas olhando para um ponto fixo na parede, repassando em sua mente as palavras que acabara de ler, absorvendo todos os sentimentos que elas tinham o feito sentir.

Olhou para o outro então e bastou um sorriso para que sua impressão ficasse clara. Orgulho, satisfação, amor, felicidade. Sentia-se plenamente realizado vendo o resultado final do que eles haviam alcançado juntos naquela noite e o sorriso que lhe foi retribuído - o sorriso mais sincero que ele tinha. Aquele que deixava sua covinha à mostra e que cercava seus olhos por marcas de expressão, - deixava transparecer exatamente os mesmos sentimentos que enchiam seu peito.

Sem pensar muito - a única maneira plausível de se agir em momentos assim - emoldurou o rosto do outro com suas mãos, acariciando suas orelhas com os polegares.

- Perfeito. - Disse através de um sussurro apressado que fez o brilho nos olhos do outro oscilar por um instante.

- Consigo o meu melhor quando estou com você. - Sua voz estava baixa e grave, levemente desconhecida aos seus ouvidos.

- Não poderia ser diferente. - Teve que engolir em seco e por essa razão seu sorriso ficou claro apenas em seus olhos. Quando viu o outro aproximar-se com cautela, fosse por incerteza ou por medo que o movimento fizesse com que o contato fosse perdido, fechou os olhos. Esperando.

E não demorou muito, logo lábios macios estavam por toda parte, tocando suas pálpebras, uma de cada vez, demorando-se em sua testa, desenhando seu nariz, arrastando-se por sua face, firmando-se em seu queixo por longos instantes para só então serem pressionados contra sua boca, quando já estavam aquecidos pelo contato e levemente umedecidos pela vontade. Não conseguiu abrir os olhos durante todo o processo, queria focar em apenas sentir. Contudo, os olhos de sua mente não deixaram de lhe fornecer imagens por um segundo sequer, imaginava que o outro havia mantido os olhos abertos enquanto o beijava, observando-o bem de perto e isso fazia seu estômago dar voltas. Sua cabeça parecia estar estranhamente leve. Surpreendentemente, aquela era uma sensação maravilhosa.

Quando o contato foi perdido e ele sentiu o outro começar a se afastar, decidiu que era a sua vez de ousar. Beijou os lábios do outro, prendendo o lábio inferior dele entre os seus, desenhando-o com sua língua e sugando-o com delicadeza antes de soltá-lo, suas mãos desceram de seu rosto para seus ombros em uma carícia.

O outro ficou o olhando por alguns instantes, piscando lentamente os olhos enevoados, como que avaliando a situação e buscando a melhor maneira de proceder.

Ele mordeu o lábio tentando não deixar a apreensão invadir seus pensamentos e prendeu a respiração ao ver o outro respirar fundo antes de começar a falar, parecendo ter decidido como se posicionar com relação ao que acabara de acontecer.

- Se essa é sua nova maneira de expressar aprovação, então exijo dias fixos em sua agenda para fazermos mais músicas juntos.

Riu alto, aliviado, e o outro o acompanhou. Abraçaram-se então, ainda rindo.

Não muito tempo depois, foram finalmente dormir. Nem a dor de cabeça por falta de sono no dia seguinte conseguiu tirar os sorrisos de seus rostos.