Capítulo 1:

Mar 05, 2015 23:23

“Mas por que não Nino? Por que não?” Aiba perguntou amuado ao seu amigo.

“Aiba, essas histórias são obviamente para crianças. É impossível que criaturas mágicas existam na vida real.”, Nino suspirou cansado, tentando explicar porquê ele não acreditava na existência dos espíritos do antigo folclore japonês para seu melhor amigo pela milésima vez.

Eles se conheceram na cerimônia de abertura de sua escola, alguns anos atrás. Foi amizade à primeira vista, ou é o que Aiba sempre diz. A verdade foi que Aiba esbarrou em Nino, fazendo o mais novo derrubar a lata de suco que ele tinha acabado de comprar, enquanto ele estava correndo para a cerimônia. Nino não estava exatamente encantado com Aiba naquele momento mas, quando o menino desajeitado voltou carregando 5 diferentes sucos para Nino, o último não pode evitar reconsiderar sua opinião sobre seu novo colega. Desde então, a amizade deles não parou de crescer; eles se tornaram melhores amigos.

"Como pode uma raposa ou um guaxinim serem capazes de falar ou de se transformar em uma pessoa?", Ele perguntou exasperado.

“Porque eles tem poderes!” o jovem respondeu claramente frustrado pela descrença de seu amigo. “E eles não são guaxinins!”

“Claro, e todos sabem que essas seres raposas se tornam mais e mais poderosas com cada cauda extra que cresce e blah, blah, blah,” Nino disse, com um gesto de desprezo e tirou o cadeado de sua bicicleta.
Quando ele se virou, empurrando sua bicicleta, ele encontrou Aiba olhando para ele com um bico emburrado.

“Mas eles são reais!” escutou-o murmurar quando eles estavam saindo do terreno da escola.

~~

Alguns dias depois, Nino estava calmamente apreciando seu sanduíche no terraço da escola quando o estrondo repentino da porta de entrada de metal contra a parede quase lhe deu um ataque cardíaco.

Ele olhou, surpreso, para seu melhor amigo que correu até ele agitando os braços loucamente.

“Você ouviu os últimos rumores?!” Aiba perguntou excitado assim que chegou ao seu lado.

“Que rumores?” Nino perguntou, um pouco curioso, deixando seu sanduíche pela metade de lado.

“Sabe a grande sakura antiga que fica no meio do parque? Um dos nossos colegas jura ter visto o espírito da árvore ontem à *****!” Aiba exclamou olhando para ele maravilhado. “Eu te disse, não disse? Espíritos existem!”

“Aiba...”

“Toda a escola está falando sobre isso! Alguns da nosso aula estão até planejando ir ao parque esta tarde para tentar acha-lo!”

Nino suspirou, “Aiba, isso é...”

“Nós vamos também, não é Nino?” Aiba olhou para ele com seus melhores puppy eyes.

Nino olhou para o rosto pedinte de seu melhor amigo e suspirou de novo. Ele sabia que tinha perdido a batalha desta vez.

“Ok”

“EBA!”

“Mas eu não posso ir hoje,” Nino avisou.

“Tudo bem, a gente pode ir amanha de manhã!”

~~

Na manhã seguinte, Aiba e um muito mal-humorado Nino - ele nunca foi uma pessoa de acordar cedo e ser acordado por seu amigo barulhento duas horas mais cedo que no seu horário normal não ajudou nada a melhorar o seu humor - chegaram a entrada do parque à procura do famoso espírito.

“Então onde está esta maldita árvore?” perguntou Nino franzindo o cenho, esfregando suas mãos para esquenta-las do tempo *****.

“Perto do lago,” Aiba respondeu sorrindo excitado, “Você acha que conseguiremos acha-lo agora que não tem ninguém por perto?”

“Hmmmff,” o mais novo não se importou em responde-lo.

Os dois amigos continuaram andando em silêncio pelo parque deserto em direção a antiga sakura. Eles estinham quase chegado ao lugar, quando eles foram surpreendidos pela aparição repentina de um jovem vestindo um kimono tradicional de detrás do tronco da sakura.

“Olha, tem um cara ali. Ei voc...mmmpppfff!”

“Shhhh!” Aiba silenciou o amigo colocando uma das mãos sobre sua boca e puxando ele para detrás de alguns arbustos.

O estranho, um garoto da cabelos negros não pareceu notar a presença deles e sentou encarando o lago com suas costas encostadas contra o tronco da antiga árvore.

“É ele! É ele! O espírito da sakura!” Aiba sussurrou agitado tirando suas mãos da boca do menor.
“Não seja estúpido!” Nino falou furioso tentando se levantar.

“Shhh! Fale mais baixo ou ele vai te ouvir!” sussurrou freneticamente e puxou o pulso do outro para mantê-lo escondido atrás dos arbustos. “Vamos observá-lo!”, O jovem propôs com um brilho nos olhos.

“Isso é muito idiota,” o menor balançou sua cabeça em descrença mas não tentou se levantar de novo.

Eles passaram os próximos minutos cuidadosamente observando o estranho do esconderijo deles. O jovem não se mexeu em todo; ele simplesmente observou a luz da manhã refletindo na superfície do lago com uma expressão calma.

Depois de vinte minutos de observação, Nino encontrou-se estranhamente atraído a expressão vazia do estranho e da aura pacífica que o cercava. Sacudiu a cabeça tentando clarear seus pensamentos e decidiu que já era hora de terminar com sua atividade inútil.

“Bom, isto está realmente interessante mas está ficando tarde e nós precisamos estar na escola a tempo,” reclamou, olhando para seu amigo.

“Mas... Mas...” O mais alto olhou para ele desapontado.

“Mas nada! Temos coisas melhores a fazer do que stalkear um estranho,” falou resoluto e levantou, deixando o esconderijo.

“Nino!” ouviu Aiba ofegar atrás dele.

“O que?” , Ele perguntou se virando.

Aiba estava apontando para o lago com uma expressão de choque, “Olhe!”

Quando Nino olhou para onde Aiba apontava, ele descobriu, chocado, que o homem estranho tinha desaparecido sem deixar traços.

“Não pode ser!” exclamou, atônito, e correu até a antiga sakura. Ele olhou para todos os lados aturdido, tentando achar alguma pista do jovem, mas não conseguiu achar nada. Era como se ele tivesse desaparecido no ar.

“Então era verdade. Ele era o espírito da sakura, afinal,” escutou Aiba sussurrar admirado atrás dele.

Nino sentiu um arrepio percorrer por sua espinha.
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