Forward yesterday, makes me wanna stay.

Apr 09, 2005 12:56

Mariana, não estava a falar de ti e do João. Eu com vocês corto-me. Com os outros nem tenho oportunidade de me cortar =P Qualquer dia tenho que montar uma banquinha na Praça do Bocage ao lado dos índios para ensinar pessoas a fugirem aos compromissos. Era capaz de render. Há tanta gente que gostava de saber fazer isso como deve ser. Podia ter respondido ao Comment como uma pessoa normal, mas não sei porquê isto não me deixa.

Ora bem, esta semana só fui um dia às aulas. Terça-feira. E nem consegui ir o dia todo, quer dizer, fiquei lá até ao fim, mas tive que faltar a umas aulas... não aguentava. Cheguei às 8.30 completamente enjoada por causa da ansiedade, tive que ficar os 90 mins sentada num degrau a apanhar ar. E a ler. O que nem foi mau de todo, comecei o Um Longo Domingo de Noivado, do Sébastien Japrisot, e só posso dizer que é formidável. Acabei-o em pouquíssimo tempo, lê-se de um só fôlego. De qualquer maneira, Quarta-feira já não me consegui levantar. Nem Quinta. Nem Sexta. Hoje eram 6 da manhã e pensava que era Sexta-feira. Até sonhei com a minha mãe a chamar-me e comigo a dizer "Vou já", naquele tom que quer dizer "Esquece, não vale a pena hoje." Agora a minha psicóloga telefona-me. Quer que eu lhe telefone Domingo, para falar comigo, tentar-me convencer a ir às aulas Segunda-feira. O que é estúpido é que eu na véspera estou bastante convencida a ir, mas no próprio dia o caso muda de figura.

Tenho-me lembrado tanto do Ricardo... nos últimos dias quase não penso noutra coisa. Começou por chegar à conclusão que não falava com ele desde o Verão passado, e que não o via desde aí. O que é estúpido, ele mora mesmo à minha frente. E depois foi quase automático, comecei-me a lembrar de tudo, das coisas que ele disse, das coisas que eu disse (patéticas, quase sempre, naquela altura), das coisas que ficaram por dizer, de certos momentos, enfim, de tudo o que fez parte daqueles quatro anos. Quatro. E nunca mais me esqueço do que ele me disse, "Considero-te uma grande amiga minha, pode ser que um dia venhas a ser algo mais". Claro que ele disse isto completamente no gozo. Mas ficou. E hoje ainda chego a fantasiar, como seria se voltássemos a falar como dantes, se ele se chegasse ao pé de mim e dissesse "Lembras-te quando te disse...?" Mas o tempo em que ele andava de calções azuis-escuros no Verão e blusão amarelo-canário no Inverno já passou. Parece que está a ter um relacionamento bastante estável, que "assentou". Mandei-lhe uma mensagem ontem, assim simpática, a dizer que nunca mais o tinha visto, como é que ele tem andado, a conversa da treta do costume. Não respondeu. Ainda tenho esperança que responda, afinal nunca tive razão de queixa dele. Dos mínimos de simpatia dele. Não. Não tenho mesmo motivos para me queixar dele. Ele não podia fazer nada.

Naquele dia, quando passei por ele no bar da escola e ele me fez festas na mão, quase explodi. A Joana a contar-me coisas sobre o Rui Rebocho e eu mal a ouvia. Foi provavelmente um dos dias que me senti mais feliz, que recordo com mais gosto. Supera os que passei com o André. Não supera outros, mas nesses nem vale a pena pensar. Ainda está tudo muito fresco.
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