De casamentos, sentimentos e realidade

Nov 16, 2011 19:50

Eu não sei se é porque já fui madrinha de dois casamentos este ano ou se é o fato do meu namorado ter comprado nossas alianças de noivado recentemente (embora ainda não estejamos usando e isso seja segredo - oops!), mas o fato é que minha opinião sobre o assunto mudou.

Chega a ser engraçado. Quando eu era criança, queria me casar por volta dos 23 anos, na praia, em um dia fresco e sem calor. Quando cheguei aos 23, decidi que jamais me casaria - e isso não tem nada a ver com traumas ou qualquer outra coisa parecida.

Na minha cabeça, juntar os trapos (ou as escovas de dente) já estava de bom tamanho. Não via lógica em casamento de papel passado e muito menos em uma cerimônia com festa. Essa ideia perdurou e eu até cheguei a fazer uma aposta com uma amiga - consistia em eu pagar um salário mínimo caso eu, de fato, me casasse (porque ela sempre acreditou que eu estava destinada a isso e talvez o bolso dela também acreditasse). E eu bati o pé firme, dizendo que isso jamais aconteceria e que ela me pagaria o mesmo valor caso eu apenas fosse morar com alguém. Cheguei mesmo a noivar nessa época, mas ainda tinha na mente a ideia de que não me casaria (e isso foi bom, acreditem - o cara era péssimo).

Hoje, depois de alguns anos, minha opinião mudou totalmente.

É verdade que já estou há pouco mais de 2 anos com o homem que eu tenho certeza ser o da minha vida, e é também verdade que fui a dois casamentos da família dele somente neste ano (e ainda fui madrinha de ambos). Talvez isso tenha influenciado.
O que acontece é que hoje eu tenho vontade de me casar. Não simplesmente pegar a trouxinha de roupa e ir viver debaixo do mesmo teto que ele.

Sinto vontade de, assim como as noivas que vi casarem neste ano, dar uma festa, fazer uma linda cerimônia, usar um belo vestido branco e me emocionar com tudo.

Como explicar isso pro meu namorado é que não sei. Porque logo que começamos a falar de casamento (e isso foi bem no começo) fui clara em dizer que não ligava pra isso. Se ele quisesse papel assinado, tudo bem, mas que não nos preocupássemos com festas e cerimônias, pois poderíamos usar o dinheiro com coisas mais importantes - para o nosso apartamento, por exemplo.

Ele também não liga, como todo homem. Mas ele também se sentiu tentado a toda essa pompa depois do casamento da prima e da irmã. E quem não ficaria?

Não tem coisa mais bonita do que ver aquela linda mulher entrar, acompanhada de seu pai, ao som da marcha nupcial, com lágrimas nos olhos e ser entregue para o homem que você escolheu como companheiro para a vida. Não há nada mais bonito que ouvir os votos e as palavras de amor do padre. Nem nada mais bonito que ver os pais dos noivos emocionados. E, finalmente, nada mais lindo que o momento de beijar a noiva e sair da igreja sob o título de marido e mulher.

Senti-me muito emocionada no casamento da irmã dele. E acho que foi ali, no momento de cumprimenta-la com as lágrimas escorrendo pelo rosto, que comecei a me imaginar dentro de um vestido lindo e branco, com véu e grinalda, entrando no altar.

O duro é a realidade.

É tudo muito lindo e coisa e tal. Mas é muito dinheiro para apenas uma noite. Sendo realista e voltando um pouco à minha antiga visão, estamos realmente penando para juntar dinheiro e comprar um apartamento. Faço contas o tempo todo, penso na dificuldade que será para pagar as prestações e eu, particularmente, tenho um medo horrendo de que essas questões financeiras acabem nos desiludindo (como boa canceriana que sou).

Vontade de casar eu tenho, mas acredito que o mais importante agora é termos um lugar para viver. Temos que contar com o fato de que eu estarei em uma situação totalmente nova, uma vez que terei que mudar de cidade - e muito provavelmente de emprego também.

As alianças estão aqui, na minha gaveta, com nossos nomes gravados junto com a data do namoro (já que não sabemos a data do noivado). Fico pensando nelas o tempo todo e em como dar a notícia à minha mãe, mas também fico pensando em todas essas dificuldades que teremos que enfrentar.

Mas, para um casal que já enfrenta obstáculos por morar em cidades diferentes, tenho fé de que essas outras pedras no nosso caminho serão facilmente atravessadas.

E temos que esperar para ver. Quem será que vai vencer a aposta? Isso só o tempo, o coração e o dinheiro nos dirá.
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