(o espelho lindo que agora está no meu quarto)
(as duas molduras douradas que trouxe)
A porta de casa que, sem saber como, destrancava em ataques de sonambulismo e ia até ao talho no fim da rua. A minha avó era acordada pela corrente de ar e lá ia ela, apavorada, buscar-me. E no processo, eu nunca acordava.
(oui, sou eu na foto, de cabelo liso liso e aloirado)
Entretanto transformou-se numa salinha qualquer.
Uma janelinha que separava o meu quarto do do meu tio. Antes de dormir, conversávamos assim, deitadinho cada um na sua cama.
Adorava ver a minha avó costurar, embora ela o fizesse pouco.
Costumava enrolar-me nesta mantinha azul.
Roupas da minha avó. Ela tinha tão poucas que estas que vocês vêm são a sua quase totalidade.
Debaixo deste quadro estava a minha caminha. Sempre tive medo que ele me caísse em cima da cabeça durante o sono.
Esta era a tv da sala.