(no subject)

Jan 15, 2007 01:46

pergunto-me. sim, pergunto-me. não queria, não queria mesmo ter uma imagem que fosse na cabeça, especialmente dado que metade da imagem é uma das pessoas mais importantes do meu mundo, mas pergunto-me, e penso, e visualizo, e abano a cabeça quando se torna demais (como se tal afastasse os pensamentos, as imagens, as perguntas) e continuo. e quando páro de pensar nisto é para pensar nas horas que são e como os dois já deveriam estar em casa mas provavelmente não o estão, e que aquilo fecha às duas e se ainda estiverem juntos para onde é que vão agora e que a casa dele é perto e a dela longe. depois penso que se calhar nada se passou, nada de especial digo, nada a não ser conversa, risos, conhecer pessoas novas, cigarros e talvez um copo de vinho (mais não, que ela não aguenta a bebida e depois tem de guiar) ou um chá, que ela gosta tanto dos chás daquele sítio. depois digo-me também que se nada se passou hoje passar-se-à amanhã, ou na semana que vem, ou mesmo daqui a um mês, e dou por mim a desejar que se tiver de acontecer que seja rápido (poderia dizer 'e indolor' mas seria ridículo) para não estar constantemente com este peso e esta angústia e esta espera de cada vez que estiver com ela. e continuo. e penso que já fui a casa dele, que já estivemos sentados naquele sofá a fumar cigarros, a rir, a fazer cócegas, a ver televisão, a comer, a dormitar, a conversar. penso que a última pessoa que ele beijou fui eu e que a próxima será ela e o estômago revolta-se. penso que não posso aguentar isto, tento sacudir de mim a ideia de que está nas minhas mãos (porque está) e pensar que o que tiver de acontecer acontecerá, com ou sem a minha dor, com ou sem a minha ligação intrínseca a estas duas pessoas. e continuo. não estou preparada para isto, não estou não estou não estou. e continuo.
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