[FIC] Paranoia - OneShot

May 28, 2012 04:20




Título: Paranoia
Capítulo: Oneshot
Gêneros: Drama, Psicológico (isso lá é gênero??)
Classificação: +12 (contém morte?)
Autor: Kiki, Krin, Criises, amai_candy etc
Nº de palavras: 1400
Observações: Copiei o cabeçalho da fic do Brunin, problem? Como ele falou no MH, acabei causando uma madrugada de fics no msn, sendo que o Bruno, com seu talento, terminou bem antes que eu. Enfim, depois de 3-4 horas, aqui está a fic da Krin, que conta a história por trás da vida de uma popstar top top na balada e uma fã. A história é narrada do ponto de vista da top top na balada.



❀~LE FIC~❀
▼ Posso ouvir o som do tumulto, dos gritos e da histeria toda, desaparecendo lentamente, enquanto vou indo na direção do estacionamento. Nada poderia me deixar mais perturbada que estar indo para um lugar vazio. Não falo por 'precisar de atenção', falo por ter recebido tanta atenção que acabei me transformando no que sou hoje. Há alguns anos atrás, estar saindo do meio da agitação, do calor da platéia, era o sinal de que logo chegaria o momento do dia que eu poderia usar só para mim, porém, esse não é mais o caso.

▼ Atualmente tenho corrido muito, ido a muitos lugares pelo país todo, tento manter minha agenda lotada, prefiro assim, me sinto segura, me sinto melhor sem ter esse tempo só. A cada momento que passo sozinha, é um pedaço de mim que morre, que desaparece num mar de desespero e insanidade. Não me importo com o que você pode pensar sobre minha personalidade nesse momento, não ligo nem um pouco. Posso dizer isso, mas no mundo em que vivemos, opiniões dos outros, mesmo que sejam crueis e indesejadas, são importantes. Ainda mais para quem vive no centro de tudo, para quem está sempre sendo observada.

▼ Minha empresária, notou que logo estarei no limite, tomou algumas provisões. Nesse momento estamos em Londres, tentaremos me manter longe do tumulto, longe de tudo que lembre aquele incidente de alguns anos atrás. Enfim, ao menos agora, talvez, seja possível fazer compras sem causar um tumulto no meio da cidade. Essa pelo menos era a minha ideia, que não deu muito certo, já que me reconheceram na rua. E o que piora a minha situação é o fato de eu ter visto ela de novo. Alguém que supostamente não respira mais. Como, eu pergunto à mim mesma e ao pessoal da equipe, como alguém que já morreu estaria aqui, ainda atrás de mim?

▼ Agora, já no terceiro dia aqui, me sinto melhor. É de se esperar, já que estou tomando pelo menos, 7 medicamentos diferentes, para estresse, depressão, dor e pressão. Pode ser que seja só meu estado mental deteriorado, mas acho que é isso para mim. Tudo o que aconteceu há 3 anos está acontecendo dentro da minha mente. Está passando como um filme, de uma lucidez tão impressionante que me sinto enjoada. Estar vivendo nesse inferno novamente não era exatamente o que eu queria. Mas nada é como queremos, então só tenho que me controlar e tentar parar essas imagens da minha cabeça.

▼ Há 3 anos atrás foi o momento em que me considerava a pessoa mais feliz do mundo. Consegui tudo o que sempre quis, trabalhei duro e finalmente havia conseguido. Após meu segundo show, estava indo sozinha para casa, percebi que o som dos meus passos não era o único a me seguir. Virei para trás e é só isso que recordo. Acordei dentro de um quarto, grande, com pouca iluminação e cortinas brancas. A pouca iluminação que tinha no cômodo era mantida por velas e algumas lâmpadas vermelhas. Notei, no momento em que fui tentar levantar, que meu pé direito estava acorrentado à uma argola, presa na parede. Não conseguia ir muito longe do ponto em que acordei.

▼ Havia água, bebi toda água o mais rápido possível, esperando que alguém fosse aparecer para trazer mais ou algo assim. Fui ingênua ao pensar que seria só água. Logo adormeci, e quando voltei a mim, mais garrafas de água e comida apareceram na mesa, próxima a mim. Não queria comer, nem beber do que me era oferecido, mas cheguei ao limite, porém, logo adormecia, e o ciclo se repetia. Foram 3 dias passados assim. Dias que me pareceram semanas. Logo após o pânico tomar controle de todas as minhas ações, a pessoa que estava por trás de tudo isso se mostrou à minha frente.

▼ Era uma menina, mais nova que eu. Era uma fã minha. Tão fã e leal à mim que acabou me mantendo em cativeiro, como se fosse um animal de estimação precioso, por quase duas semanas. Mas isso eu não sabia naquele momento. Ela se chamava Anita, tinha 17 anos. Ela me contou que me considerava algum tipo de deusa, não faço ideia do que ela possa ter falado a mais em relação, mas, mantendo o assunto curto, a minha pessoa era mais valiosa para ela do que a própria vida e família. Não entrarei em detalhes do que Anita fez com sua irmã mais nova por um simples comentário sobre o que usei em um dos encontros que tive com meus fãs.

▼ Passamos uma semana conversando, ela falava na maior parte do tempo, enquanto eu respondia suas perguntas cuidadosamente. Enquanto dormia, me perguntava como sair daquela prisão, deveria de haver alguma maneira simples. Tentei planejar, criar rotas de fuga mas não fazia ideia de onde estavamos. Julguei desnecessário pensar muito em onde estava e me focar em como sair daquele quarto e encontrar minha bolsa. Também me perguntei onde que estavam minha equipe durante aquele tempo todo. Dizem eles que estavam procurando por mim, junto da polícia.

▼ No meio da segunda semana consegui escapar. Não imaginei os fatos que se seguiram depois de eu ter saido por aquela maldita porta branca. Anita começou a agir estranhamente, se eu não tivesse mais força que ela, tenho certeza de que ela teria conseguido tirar minha roupa por completo. Também não entrarei em detalhes. No momento em que ela parou para 'observar', empurreia com toda a minha força, peguei meu casaco que estava próximo da porta, e corri para a porta. Por erro dela, a chave ainda estava lá.

▼ Ao deixar o quarto, me deparei com um apartamento, bem grande que se diga de passagem, avistei minhas coisas e saí correndo pelo corredor do prédio. Me encontrava na frente de um hotel super conhecido, atravessei a rua e fiquei olhando-o, enquanto finalmente conseguia falar com alguém da companhia. Estavam vindo me buscar, junto com a polícia. O que eu não esperava era que, ao olhar para cima, uma luz vinha na direção de meus olhos, e do segundo andar do prédio, Anita podia ser vista. De pé sobre o parapeito do seu apartamento. E de lá ela pulou.

▼ Ela não morreu naquele momento. A causa da morte foi atropelamento. Anita levantou-se, após a queda, e mesmo com seus orgãos parando de funcionar e seus ossos quebrados, e algumas fraturas expostas, ela se levantou. Ela se erguei e veio andando até mim, parou alguns metros longe, por não conseguir mais avançar, segurada pela intensa dor e o próprio corpo cessando seu funcionamento. Antes que um caminhão a atingisse, suas últimas palavras não poderam ser ouvidas. Havia sangue escorrendo pela rua, e também sobre mim.

▼ Depois desse incidente, comecei a tomar medicação forte e a visitar um psiquiatra regularmente, até que, chegou o momento de ser liberada. Porém, 3 anos depois disso, ainda vejo Anita, atrás de mim, na calçada, nos cantos dos quartos, no meio da multidão. Me observando, toda ensanguentada, com um sorriso meigo. Eu havia matado aquela menina de 17 anos, e agora ela estava me seguindo. Isso é o que meu subconsciente me dizia. Anita havia me atormentado todos os dias, pelos últimos 3 anos, o que me restava agora? Continuar a viver esse pesadelo? Nada aparentemente podia impedir Anita. Quando estou dormindo, sinto ela sobre meu corpo, vejo ela sobre mim toda vez que abro meus olhos. Da minha sanidade nada resta nesse ponto, espero que com meu último ato como uma estrela, seja o suficiente para Anita, minha fã número um.

▼ Ao abrir a janela do meu quarto e receber a brisa do céu noturno de Londres, não sentia mais nada, dor, agonia ou depressão. De lá, mergulhei, finalmente e completamente, no mar de insanidade, e no exato segundo que cheguei ao fundo, as últimas paravras de Anita ecoaram por todo o canto. "Você é minha. Só minha. Você nunca vai ficar longe de mim, nunca mais."

portugues, fanfic

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