Um discreto presente para
tinishyuuga ;)
Título: 10 (tentativas) de drabbles
Personagens: SC/RS mais participações especiais
Advertências: Um ou outro palavrão e Rio Grande de batom. Mas era necessário u.u”
Sumário: Então, isso aqui é meio que uma adaptação livre desse meme
aqui, tirando que tinham que ser só dez palavras por tema e, no final das contas, cada caso ganhou uma média de 200 a 500 palavras. Eu sou bem fail no que diz respeito a OBJETIVIDADE.
1. Angst
A mão dela, os dedos finos e delicados, tocaram suas costas e Rio Grande não conseguiu segurar o gemido. O toque parou e ele apertou os olhos, mordendo o lábio inferior.
-Eu não quero ser chata… - Catarina disse, espalhando o creme com a ponta dos dedos - mas você podia ter evitado isso. Era só ter passado um pouco de protetor.
-Ninguém que eu conheço passa - Rio Grande resmungou. Estava para acrescentar que protetor era coisa de viado, mas nessa hora seus ombros arderam tanto que ele precisou esconder o rosto no travesseiro de Catarina.
-Bom, claro - ela respondeu, inclinando-se para assoprar seus ombros e pescoço - Ninguém que você conhece é tão branquinho quanto você. Agora vira o rosto pra cá.
Rio Grande obedeceu a contragosto:
-É, tirando você. Cadê a justiça nisso? Por que é que eu estou queimado como um camarão e tu está toda linda e bronzeada?
-Porque, ao contrário de você, eu tenho praias próprias para o banho - e Catarina abriu um sorriso vitorioso e sexy - Então eu sei reconhecer os melhores horários para tomar sol.
E Rio Grande ficou sem resposta, choramingando baixinho enquanto ela cobria seu rosto de hidratante pós-sol.
2. Universo Alternativo
Aparentemente, Rio Grande pensou, respirando fundo, o chapéu falava com as pessoas. Aceitava palpites. Ou pelo menos escutava atentamente as sugestões, argumentos e reclamações dos alunos.
Ótimo.
Paraná leu seus pensamentos nessa hora:
-Não vai se animando muito - ele disse, disfarçando um sorriso maldoso - porque, no final das contas, ainda é o chapéu que vai decidir pra que casa você vai.
Rio Grande não respondeu, concentrado na cena à sua frente. Pra aumentar ainda mais seu nervosismo, a fila nem era em ordem alfabética. Não era em ordem nenhuma, na verdade. Todo mundo tinha ficado tão ansioso e insuportável que tinham se aglomerado ali na frente, empurrando e socando uns aos outros, até o reitor dar um berro e mandá-los se organizarem, ou então iriam todos direto pra Azkaban.
Que vergonha para a pátria amada.
E agora a fila já estava acabando, a maior parte do pessoal já tinha se sentado com aqueles da sua sala, inclusive Catarina, e Rio Grande começou a ficar nervoso de novo, isso não está certo, e se eu cair em outra sala? E o Paraná? Nós somos o Triângulo Austral, esse chapéu retardado não pode simplesmente ir chegando e separando a gente assim.
-Quais são as chances - Rio Grande falou em voz alta - de eu ir pra Hufflepuff?
Paraná pensou um pouco, até franzir a testa:
-Bem remotas, eu acho. Por- ah, claro. Sinto muito.
-Chapéu filho de uma puta.
Dessa vez Paraná sorriu de verdade, abanando a cabeça. Então, depois que o chapéu enviou Rio de Janeiro para a Griffyndor, Paraná foi lá para a frente. Após alguns segundos de silenciosa conversa, uma voz ressoou no saguão:
“Ravenclaw”
Então era isso, Rio Grande pensou, derrotado, sentando-se abaixo do chapéu. Simples assim, independente do que acontecesse agora, não dava para ele ser enviado à Hufflepuff e à Ravenclaw ao mesmo tempo.
“Você não parece muito feliz”, o chapéu pensou dentro da cabeça do gaúcho.
“E que diferença isso faz?”, Rio Grande respondeu, cerrando os punhos.
“Para mim, não muita. Mas ela vai ficar triste se ver você assim.”
“O quê?”, Rio Grande abriu mais os olhos “Ela falou de mim?”
“Ela só falou de você”, o chapéu respondeu, estremecendo de leve “Ela me infernizou até eu concordar em enviá-la para uma casa perto de você.”
“Eba! Então tu vai me mandar pra Hufflepuff também?”
“Claro que não”
“Como não? Tu vai mentir assim na lata?”
“Eu não estou mentindo. O que ela mais quer é estar sempre perto de você. E você? Qual é o seu maior desejo?”
Rio Grande chegou a abrir a boca para responder, mas fechou-a logo em seguida. Porém, esta era uma conversa de pensamentos, e não dava para impedir a resposta de se formar:
“Eu quero que ela tenha orgulho de mim. Eu quero poder estar ao lado dela sempre que ela precisar. Eu quero ser forte para ela.”
O chapéu não respondeu- não para ele, pelo menos. E então a voz ressoou no salão:
“Griffyndor”
3. Crack fic
-Ou seja - Catarina disse devagar, massageando as próprias têmporas - por alguma razão… você colocou um feitiço no Rio Grande. Aí ele caiu num sono profundo.
-EU não coloquei feitiço nenhum - Paraná respondeu, defensivo - Ninguém mandou o tapado espetar o dedo na bomba do chimarrão.
-O feitiço estava na bomba?
-É. Acho que sim. Ou o mate que estava envenenado, não importa. O ponto é que agora ou você atravessa a floresta de espinhos, enfrenta o dragão da bruxa, invade o castelo e sobe as escadarias até o quarto mais alto da torre mais alta, ou ele vai dormir pra sempre.
-Que castelo? - Catarina perguntou, agoniada - Que floresta, que dragão? Como assim o meu amor bebeu um mate envenenado e depois foi arrastado pra esse lugar? Quem com a cabeça no lugar faria uma coisa dessas?
Paraná encolheu os ombros, sem responder. Cat respirou fundo e então começou a pensar em tudo o que precisaria para fazer esta longa jornada.
Uma espada, com certeza. Ou um bom cortador de grama (cortador de grama funciona em florestas espinhosas?). Um meio de transporte. Suprimentos.
-Certo, não adianta chorar sobre o leite derramado - ela disse, enchendo-se de força - E você? Vai me ajudar?
-Claro. Todo o apoio moral que você precisar.
-Que raio de fada-madrinha você é?
4. Crossover
-E o que é que vocês estão fazendo aqui?
Rio Grande escutou a pergunta às suas costas e, ótimo, com tanta gente para encontarem, tinham mesmo que trombarem com uma das únicas duas pessas que poderiam reconhecê-los.
Era tão típico que nem graça tinha.
Ele passou o braço pelos ombros de Cat, que estava com sua expressão mais apavorada e encantadora, e então se virou com um sorriso de um milhão de watts:
-Ah, oi, você, que surpresa. Nós só viemos dar uma olhada, já estamos caindo fora.
Catarina pegou sua jogada no ar e também forçou um sorriso:
-É isso mesmo - ela disse, abraçando Rio Grande pela cintura - É uma pena a gente só ter se encontrado agora, porque, veja você, nós estamos indo embora.
Martin cruzou os braços, sem se deixar levar pela conversa:
-Ele sabe que vocês estão aqui?
-Ele? Ah, você diz, o Luciano? Claro que sabe, imagina se a gente ia fazer uma coisa dessas sem ele saber.
Dessa vez Martin ergueu uma sobrancelha. Rio Grande engoliu em seco:
-Claro, não é como se você precisasse comentar isso com ele. Não há necessidade.
-Claro - o argentino sorriu - De qualquer forma, não é como se fosse da minha conta. Só por curiosidade, o que é que vocês vieram fazer aqui? Essas reuniões são um saco.
-É, a gente sabe - Cat respondeu, então, olhando de um lado para o outro, acrescentou - Nós estamos procurando o Alemanha.
-É mesmo? Por quê?
-Pra convidá-lo pra nossa Oktoberfest - Rio Grande respondeu, avermelhando de leve - Ou pra ele nos convidar pra Oktoberfest dele. Qualquer coisa assim.
Martin segurou o suspense por mais alguns segundos, até acabar sorrindo com o canto dos lábios.
-Qualquer coisa assim - ele ecoou - Certo, ele está logo ali. Podem ficar tranquilos que o seu país nem chegou ainda.
-Ah, que bom! - Catarina bateu as palmas sem fazer barulho - Você é um anjo, Martin! Não esqueça de vir na nossa Oktober também, tá?
-Podem apostar.
5. First time
Não fosse tão constrangedor, Rio Grande do Sul teria pedido conselhos para alguém. Para qualquer um, na verdade, do jeito que aquela família era, com certeza ele era o único que ainda não tinha ficado com ninguém.
Ele e Catarina, provavelmente.
Mas, enfim, perguntar qualquer coisa para qualquer pessoa seria com certeza o momento mais embaraçoso de sua jovem vida, então Rio Grande se controlou. Afinal de contas, com quem ele poderia falar? Paraná? Mato Grosso? Qualquer um dos dois? Luciano?
Não, muito obrigado, ele pensou. Prefiro manter minha dignidade.
Assim, por essas e outras, quando chamou Cat para ir ao cinema, Rio Grande estava totalmente por sua conta. Não pediu ajuda nem para escolher o filme. Nem para decidir se era ou não uma boa idéia comprar pipoca.
E então era o final da noite e ele ainda não tinha criado coragem para dar o Grande Primeiro Beijo.
Aaargh.
-Você está tão quietinho - Catarina disse, apertando sua mão - O que foi?
-Eu, hmm, estava meditando um pouco - ele limpou a garganta - Você gostou-
Mas ele nem chegou a terminar a pergunta, porque, antes que conseguisse, Catarina ficou na ponta dos pés e beijou sua boca.
O rubor começou no pescoço e subiu para as faces, a testa, até a raiz do cabelo. Quando ela se afastou sorrindo, o cérebro de Rio Grande ainda não tinha voltado a funcionar.
-Gostei muito - Cat respondeu, e ela também estava vermelha - Gostei de tudo!
Então Rio Grande abriu a boca para responder, para puxar ar, para qualquer coisa, mas Catarina entrou correndo em sua casa e ele ficou ali, parado, sem rumo, um sorriso se espalhando lentamente em seu rosto.
E antes de voltar para casa, ele teve uma doida vontade de virar uma estrela ali no meio da rua.
6. Fluff
Ela dá aquele primeiro gole sentindo o olhar atento e ansioso dele em sua face. Então, nesse um segundo que o líquido quente-amargo chega à sua garganta, Catarina precisa de toda a força que tem para não engasgar, não cuspir, não reclamar da temperatura.
Está quente PRA CACETE.
Pensar isso lhe dá vontade de rir, então ela fica com raiva de si mesma, porque agora, além de ter que se concentrar para não engasgar, não cuspir e não reclamar da temperatura, tem que dar um jeito de não cair numa gargalhada histérica.
E, oh, Deus, isso está quente.
Mas então, no segundo gole, ela lembra da carinha amuada de Rio Grande quando ninguém aceitou tomar chimarrão (“essa merda deve estar cheia de micróbios!”, foi o que eles disseram), então de todas as lições que ele lhe deu depois que ela disse que beberia.
Catarina não escutou até o fim. Só até parte em que viu que teria que tomar uma cuia INTEIRA.
De água QUENTE.
Assim que termina, ela pousa a cuia sobre a mesa e limpa os lábios com a ponta dos dedos. Rio Grande, que estivera ajoelhado à sua frente até agora, estende as mãos para segurar as suas.
-E aí? - ele pergunta com um sorriso nervoso - O que achou?
Catarina sorri em resposta:
-Se eu pedir mais um, você vai me achar muito gulosa?
7. Hurt/confort
A raiva, a fúria assassina fazia o sangue latejar nos ouvidos, mas, como as vezes até ele errava, Rio Grande do Sul se segurou e não socou a cara de São Paulo. Em vez disso, ele cruzou os braços:
-Certo, agora tu te explica. Te dou dez segundos.
-Não há muito o que explicar - e Paulo forçou um sorriso, amassando a caixa de cigarros na mão - Ela queria te comprar um presente, ou sei lá, e por alguma razão achou que era melhor ir lá na 25 de Março.
Rio Grande esperou, sem comentar.
Paulo continuou:
-Então, até aí tudo bem, eu não tenho nada a ver com isso. O problema foi que ela se perdeu na rodoviária, ficou bem umas duas horas rodando sem achar o metrô e daí eu vim dar uma força. Não foi nada demais, a gente só conversou um pouco e eu fui com ela até a 25.
-A Cat está chorando até agora.
-É, então - Paulo correu os dedos pelo cabelo, sem graça - Ela quis vir logo no dia 25 de março, né, então a rua está meio agitada. E o rapa- quer dizer, a polícia apareceu umas cinco vezes. É meio traumático pra quem é de fora. Mas foi só susto, eu tenho certeza, não aconteceu nada demais.
Rio Grande respirou fundo, cerrando os dentes.
Só o susto.
-E por que tu não me chamou? - perguntou, os olhos fuzilando - Quem foi que te mandou dar uma de guia?
Paulo ergueu as sobrancelhas. Após alguns segundos, ele respondeu:
-Sinceramente, não tinha me ocorrido te chamar.
-Da próxima vez, eu te mato.
-Não precisa se incomodar. Não vai ter uma próxima vez. Eu vou construir um muro nas minhas fronteiras.
Mas Rio Grande não estava mais ouvindo. Ele deu as costas a São Paulo e o deixou sozinho na cozinha, indo juntar-se à Catarina na sala.
Verdade seja dita, ela não estava mais chorando. Só fungava de vez em quando.
Rio Grande se sentou no sofá ao lado dela, e puxou-a para si:
-Da próxima vez, guria, tu me chama. Esse cara não é confiável.
-Eu queria te fazer uma surpresa - Cat resmungou, aninhando-se no abraço dele.
-Tu quase me mata de susto.
-E eu nem consegui comprar nada. Só vim pra cá passar raiva.
-Normalmente é o que acontece quando eu venho aqui - e Rio Grande beijou a orelha dela - Mas pára de pensar nisso. Hoje o Paulo vai pagar uma pizza pra gente e amanha nós vamos pegar o primeiro vôo de volta.
8. Humor
Não que ela não tenha praias linda e fantásticas, longe disso. A bem da verdade, Santa Catarina é praticamente auto-suficiente em matéria de coisas bonitas.
O ponto é que, de repente, ela sentiu uma enorme vontade de comer acarajé. Só isso.
E então, como o melhor acarajé era o da Bahia, Cat não avisou ninguém e, após dar uma discreta escapada de sua casa, cobriu o cabelo com um chapéu de praia, colocou um óculos escuros e foi incognitamente visitar sua irmãzinha distante.
Não que tivesse planos de socializar-se. Na verdade, o plano era mais chegar, comer e ir embora.
Porém, claro, assim que pisou na praia, Bahia veio recepcioná-la.
-Minha linda, mas que surpresa! Como é que você está? E o namorado?
-Estamos bem - Cat respondeu, sem graça - Eu… desculpa ir chegando assim sem avisar, mas é que eu realmente-
-Imagina, você é sempre bem-vinda. Agora tira essa coisarada toda antes que você cozinhe aí dentro - e Bahia tomou a liberdade de pegar tanto o seu chapéu quanto os seus óculos - Você já passou protetor?
-Um pouquinho.
-É bom tomar cuidado. Se até eu me queimo as vezes, imagina você, que não está acostumada com praia.
-Ah, não, mas eu sempre- o quê?
E Bahia só encolheu os ombros, como se não tivesse acabado de fazer a pior ofensa que Catarina já tinha ouvido na vida.
-É, minha flor, esse solzinho engana. Você só vai perceber que queimou quando já for tarde demais.
-Não, tudo bem, essa parte eu entendi, mas você disse que eu não estou muito acostumada com praia? Foi isso mesmo?
-Ué, sim - Bahia franziu a testa - Vixe, eu tou fazendo confusão? Você não é do sul, não?
-Sou, mas-
-E você gosta de churrasco, não gosta?
-Bom, acho que todo mundo gosta…
-Mas você gosta mais, não gosta?
Então foi Catarina que franziu a testa:
-Espera, Babi, você tá me confundindo com outra pessoa…
-Não, é você mesma - Bahia insistiu - É você que fica falando que ninguém ia aguentar o frio da sua casa, não é?
-!
9. Smut
Cat está sentada na cama, o livro apoiado sobre os joelhos dobrados, o edredom cobrindo-a da cintura pra baixo.
Ela nem sabe mais o que está lendo.
Rio Grande está no banheiro do chalé, terminando seu banho. E enquanto Catarina escuta, ela pode imaginar as gotas correndo quentes pela pele dele, pelos cabelos dourados, os cílios longos, o nariz e a boca. Então a água segue e a imaginação de Cat também, a água escorre pelos ombros, as costas largas, corre até o quadril e então-
Ele desligou o chuveiro. Catarina se pega respirando fundo e então ela adivinha que já ficou vermelha, ajeita uma mecha de cabelo atrás da orelha e pousa o livro sobre o criado-mudo.
-Oi, meu amor - Rio Grande sorri, abrindo a porta. Ele mal se secara, só prendera a toalha na cintura e saíra à frente de uma grande nuvem de vapor.
Catarina sorri de volta, esticando as pernas sobre a cama e estendendo a mão para ele num convite.
Rio Grande aceita sua mão, beija-lhe as pontas dos dedos e sobe na cama. Ele se senta sobre as pernas dela, molhado e quente, então Catarina segura seu rosto com as duas mãos e respira o aroma de seus cabelos.
-Eu te amo - Rio Grande sussurra, fechando os olhos para beijar os lábios de Catarina. E ela respira aquele beijo, respira as mãos dele descendo por sua cintura, respira a noite e o vento lá fora e a fogueira crepitando no quarto.
Nessa hora, a toalha cai sobre a cama.
10. UST (ou, Nível Épico de Tensão Sexual)
-Foi uma aposta - Rio Grande disse, envergonhado como ele nunca ficava - Eu não- claro que eu não decidi fazer isso por conta própria, foi uma aposta idiota e, como eu sempre pago minhas apostas, eu tive que fazer isso.
Catarina assentiu, mal piscando.
Em sua frente… na porta da sua casa… estava seu querido Rio Grande.
De sombra roxa.
E rímel.
E brilho labial.
Ela engoliu em seco, estendendo a mão para afastar o cabelo dele da testa:
-Ficou bem… interessante.
-Ficou uma bosta, eu sei - ele segurou a mão dela e, num movimento rápido, entrou em sua casa, puxou-a para dentro e bateu a porta atrás dos dois - Se tu brochar de mim pra sempre, juro que eu vou entender.
Catarina recolheu a mão e começou a rir. Rio Grande abriu mais os olhos, lembrando com quem estava falando:
-Desculpa, eu não- tu entende, né, Cat, eu estou meio nervoso agora. Os caras me fizeram atravessar a cidade inteira com isso.
-Eu não estou dizendo nada. Só por curiosidade, com quem você apostou?
-Com o Paulo e o Paraná, aqueles viados. Te incomoda eu usar o banheiro? Não, né? Volto em um segundo.
Ele correu para o banheiro e Cat escutou o barulho da água corrente.
-Espera que eu vou pegar um removedor pra você - ela ofereceu. De lá de dentro, escutou Rio Grande gritar:
-Não precisa. Só finja que eu não estou aqui.
E Catarina não conseguiu pensar em mais nada pelo resto do dia.
Obs:
1. O hurt/confort foi baseado em fatos reais! No ano retrasado, lá estava eu alegre e contente na rodoviária Tietê, quando dei com um carinha andando sem rumo em busca do metrô. Eu ajudei o cara e ele me contou que era catarinense, estava tentando ir para a Barra Funda e tinha ficado bem umas duas horas pela rodoviária (mas na verdade isso acontece com paulistas também do interior também. Um amigo meu estava tentando chegar no Paraíso e desceu na Liberdade hohoho)
2. O Angst também é levemente baseado em fatos reais. Recentemente vi a foto de um gaúcho que foi para A BAHIA e não passou protetor. Francamente…