autoexilada

Mar 09, 2008 21:58

Tenho saudades... do futuro.

É bizarro. Pela primeira vez na vida não sinto saudades de nada nem de ninguém, o que talvez só venha confirmar como não tenho sido verdadeiramente marcada por ninguém de há algum tempo para cá. Sinto-me completamente desligada. Uma filha do presente e simultaneamente orfã. Uma amnésica, sem no entanto ter esquecido o meu passado; este tornou-se-me indiferente, embora reconheça todo o bem que conteve. Pura e simplesmente já não o revejo como meu, nem o desejo de volta actualmente. E é incrível como toda a insegurança que este sentimento implica não me torna infeliz, nem é sintoma de apatia. Bem pelo contrário. Nunca como agora senti este ímpeto para fazer alguém de mim, de experimentar, de me aproximar dos meus ideais. Porque finalmente consegui olhar de novo para mim própria de um modo objectivo - e não com olhos de bulímica dependente - e compreender que afinal não sou nenhum monte da merda com milhares de fortes limitações; que tenho sim muito para alcançar e conhecer, e que o que tentava manter a todo o custo por acreditar que seria o melhor para mim, não era senão a minha maior castração. Não sei como é possível chegarmos e teimarmos em julgamentos tão errados, mas ainda bem que de quando em quando se proporcionam timings de clarividência. O meu foi provocado por uma série de acontecimentos quase concomitantes, alguns dos quais dir-se-ia virem afundar-me ainda mais. A partida da minha melhor amiga e, posteriormente, do meu namorado (?). A enfatização da superficialidade das supostas relações de amizade que tinha. A recta final do meu emprego angustiante. O cancro da minha tia. Todavia, por outro lado, tive sempre o apoio - em todos os aspectos - da minha mãe, do meu pai, e especialmente da minha grande irmã. E também, embora a outro nível, não posso deixar em branco o reencontro, passados anos, com alguém que ainda me é muito especial. Alguém que continua a funcionar como um modelo para mim, com quem eu me identifico e me quero vir a identificar ainda mais; alguém que, indirectamente e apesar da relativa distância, me alimentou a autoconfiança e a autoestima; me mostrou que faz sentido continuar a tentar lutar por um determinado percurso.

Gosto de nós. Porque gosto de ti sem estar presa a ti.

Mesmo que não sinta verdadeiramente saudades neste momento; mesmo que tenha durado pouco; mesmo que fiquemos mais não sei quanto tempo sem nos voltarmos a ver ou sequer a falar.

E, agora, no sítio onde estou, já só penso na minha próxima paragem, pois sinto-me parada há tempo demais - mesmo sabendo que em termos absolutos não estou propriamente parada e que cheguei há pouquíssimo tempo. Mas tenho a vontade de fazer tudo e mais alguma coisa. De dar espaço à grandeza que sinto dentro de mim e que condicionei durante imenso tempo por falta de estímulo exterior. Agora posso também não o ter, porém apercebi-me (emocionalmente, logo de modo verdadeiramente efectivo, já que racionalmente estaremos quase todos de acordo) de algo ainda mais importante: que tenho de ser eu a ir atrás do estímulo exterior, e não esperar encontrá-lo na rotina e em quem se contenta com ela.

Penso neste futuro próximo com calma. Nada de tropelias nem anseios descontrolados. Desejo e planeio gradualmente. Foda-se, como é possível uma pessoa como eu ter tanta fé e vontade? Estou bem. A insegurança é afinal uma porta aberta.

E para demonstrar que ainda assim não me tornei num bicho do mato frio e sem sentimentos, aqui ficam algumas fotos da minha passagem supersònica pelo Porto, em muito boa companhia refira-se :)

Em jeitos de um mini-LJ meeting, eu, a
deehazel, o 
kidcrayola e a 
littlemrsvixen fomos jantar juntos. Porém, como somos tipos pobres e jà era tarde (porque a Sara é uma moça trabalhadeira e sai tarde do emprego), acabàmos por ir ao shopping; O tal que ninguém sabe onde fica a porta principal :p

Eis as provas fotogràficas das nossas pràticas alimentares à la Idade Média - sò faltava ali o leitão a assar!







Esta minha ficou verdadeiramente à época, até parece que jà sò tenho um dente, ahahaha! Finalmente libertei o Reco que habitava dentro de mim :)





A Sara bem quis participar na nossa sessão de reconstituição històrica, mas não conseguia parar de rir. Ou isso, ou porque o prato dela, jà de si, tinha um aspecto medieval :s

Depois ainda passàmos pelo Piolho (onde a malta estudante e pouco atraente se reùne aos magotes) para beber mais umas (poucas, porque eu estava na véspera de entrar no meu programa de reabilitação) jolas.





Tentativas algo frustradas de tirarmos uma foto em conjunto recorrendo ao espelho - isto sò para não ter de pedir aos feiosos que estavam na mesa ao lado da nossa.



O Pedro não larga a sua Super - com jola não se brinca!!!



Joana surpreendida a preparar-se para a foto :p



Sara a explicar coisas muito sérias e complexas! 
Mentira, é claro que estava na mà lìngua connosco - o que não deixa de ser algo sério e, por vezes, complexo mesmo, ehehe!



O brinde da Joana - depois da make-up feita, pois!



A real palhaçada :D

fotos, eu

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