(no subject)

Jun 21, 2007 15:25


Perdi a capacidade de escrever. Tenho sempre uma certa dificuldade em escrever, já aqui o disse, porque só sei escrever sobre amor e desamor. Só sei escrever sobre sentimentos, emoções, memórias e lembranças. Coisas, quase sempre, irreais, que tocam subtilmente a realidade da minha vida.

E há sempre uma inspiração por trás do que escrevo. Há sempre alguém, um momento, uma frase, um sonho. A partir do qual eu começo a escrever e depois entro em longos devaneios.

Ao ler os meus últimos textos, vejo que para todos eles usei uma inspiração diferente. Talvez pareça um pouco insana. Talvez pareça que não sei o que quero e o que sinto.

Eu sei o que quero. Sei o que sinto. A pessoa que eu quero realmente é aquela sobre quem eu nunca escrevo. É mesmo assim.

Tudo o resto, que escrevo sobre todas as outras pessoas que passaram pela minha vida, é romance. É devaneio. É sonho e pura invenção. São coisas do passado que eu recordo, e recrio. Mas não passam disso: coisas do passado.

Tu és o meu presente. É em ti que eu penso. É de ti que eu gosto. É por isso que não escrevo sobre ti. Porque, entre nós, tudo é claro e tudo está resolvido. São tudo momentos só nossos, que eu não quero partilhar aqui com ninguém.

Porque há muito que deixei de escrever aqui sobre a minha vida. Mas hoje é uma excepção.

Hoje é sobre ti que escrevo. É sobre nós. É sobre os últimos dois anos. Tu nem sequer vais ler isto, mas eu quero dizê-lo. Hoje é um obrigada a ti. Obrigada por tudo.

Ontem foi o dia em que eu liguei à minha senhoria a dizer que vou deixar aquela casa. Ontem foi o dia em que eu assumi que vou deixar a minha casa e assumi o nosso futuro: vamos morar os dois juntos. Daqui a pouco mais de dois meses vamos partilhar uma casa, um tecto, todos os dias. Mesmo a sério, como as pessoas “crescidas”.

E isso assusta-me, mas enche-me de alegria e esperança. Vai correr tudo bem.

Obrigada. Gosto muito de ti.
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